Espaços urbanos estão em constante processo de transformação social, política e econômica. Neste contexto é impossível falar de redesenvolvimento urbano sem mencionar os consequentes processos de gentrificação, um fenômeno complexo que engloba uma variedade de diferentes questões, desde melhorias na infra-estrutura urbana, incentivos à economia local até o deslocamento forçado e a transformações do perfil demográfico das comunidades de uma determinada região da cidade. Por um lado, redesenvolver significa revitalizar, ou seja, “trazer o desenvolvimento ou a vida de volta” para um espaço que teoricamente deveria estar exaurido de vitalidade—o que nem sempre é verdade; por outro lado, a consequente gentrificação provoca o aumento dos preços das propriedades e dos aluguéis, além do custo de vida nestas regiões—expulsando as comunidades de mais baixa renda que se veem forçadas a migrar para outros bairros e cidades. Dito isso, seria o deslocamento das comunidades mais pobres um “efeito colateral” insanável do processo de desenvolvimento urbano de uma cidade? Existiria uma outra forma possível de se repensar o espaço construído de nossas cidades?
Nesta edição do Editor's Talk, nossos editores da Argentina, Líbano, Brasil, Chile e Tanzânia compartilham suas opiniões sobre o papel do desenvolvimento urbano no agravamento dos processos de gentrificação das cidades.
Em Accra, capital de Gana, Owusu, a esposa e os quatro filhos dividem uma casa com outros cinco inquilinos e suas famílias no bairro de Tantra Hills. A casa possui um banheiro e energia elétrica, mas os custos de ambos são excessivamente altos. Como não é conectada à rede municipal de abastecimento de água, Owusu precisa comprar água de vendedores que cobram caro. A conta de luz, em torno de US$ 50 por mês, é mais alta do que o aluguel de US$ 33. Com uma renda mensal de US$ 175, Owusu vive com o medo de ser despejado caso haja aumento no preço do aluguel, da água ou da eletricidade.
Além disso, o bairro de Owusu não dispõe de acesso fácil ao transporte público. O ponto de ônibus mais próximo fica a cerca de um quilômetro, e normalmente ele espera até 30 minutos pelo ônibus. O trajeto até o trabalho, em um posto de gasolina, leva em torno de duas horas, sem trânsito. De segunda a sábado, ele sai de casa às 4h30 para não pegar a hora do rush.
https://www.archdaily.com.br/br/971315/7-grandes-transformacoes-para-solucionar-a-desigualdade-urbanaMaeve Weston e Robin King
As saunas são inseparáveis da cultura dos países nórdicos e estão aumentando em popularidade por conta de seus muitos benefícios para a saúde física e mental. Seus projetos costumam ser bastante arquetípicos, combinando eficiência e sobriedade.
Conversamos com Jakob Gate, cofundador da Native Narrative & Scandinavian Sauna, que tem desenvolvido projetos de sauna que combinam a flexibilidade de ser transportado para qualquer lugar, com a expertise e tradição do design escandinavo. Saiba mais na seguinte entrevista:
Uma pesquisa realizada na Austrália comprovou que telhados verdes contribuem para aumentar a eficiência de painéis solares. Isto é, as placas funcionam melhor quando não estão muito quentes.
Para o estudo, foram analisados dois prédios de escritórios idênticos localizados lado a lado em Sydney. De um lado, foi montado um sistema solar fotovoltaico convencional e do outro os painéis solares foram cercados por vegetação. Ambos foram analisados por um período de oito meses, que englobou verão e inverno.
"Projetando uma casa para as árvores", como ele diz, Stefano Boeri está trabalhando em todo o planeta, exportando sua abordagem com as árvores do México para Shenzhen. Construindo todo um ecossistema, ao invés de apenas uma fachada verde, o arquiteto compreende a necessidade de redefinir nossa relação com a natureza, especialmente nas cidades.
Christele Harrouk, do ArchDaily, teve a oportunidade de entrevistar o arquiteto em Eindhoven, durante a inauguração da Trudo Tower, o primeiro projeto de habitação social de Stefano Boeri, em colaboração com Francesca Cesa Bianchi, sua sócia no Stefano Boeri Architetti, Laura Gatti, botânica e consultora, e Paolo Russo, responsável pelo projeto. Discutindo principalmente sua abordagem com a natureza, a qualidade ambiental e sua perspectiva aplicada ao redor do mundo, a conversa também abordou às quatro florestas verticais em andamento na Europa Ocidental: a primeira que acaba de iniciar em Utrecht, uma segunda em Bruxelas, um edifício em Eindhoven, e uma última em Antuérpia.
Existindo como um lugar que todos precisam visitar, mais cedo ou mais tarde, não importa qual seja sua posição social, os banheiros podem ser uma das melhores maneiras de adicionar personalidade a um projeto. Utilizado em momentos mais vulneráveis, os banheiros são arenas calmas e solitárias que proporcionam alguns minutos de paz em um ambiente agitado. Portanto, a originalidade da experiência do usuário pode realmente se destacar.
Quer tragam relaxamento e hospitalidade, individualidade ou drama e cultura ao espaço público, os banheiros podem surpreender e encantar os usuários, ao mesmo tempo que permitem que eles descansem. Aqui estão oito projetos em que um banheiro é parte integrante da arquitetura de interiores.
Puerto Vallarta é uma cidade localizada dentro do estado de Jalisco, na região oeste do México, de frente para o Oceano Pacífico. Tem 1.301 km² e junto com o município de Bahía de Banderas, no estado de Nayarit, forma a Zona Metropolitana de Puerto Vallarta, sendo a segunda cidade mais populoso de ambos os estados. Há várias razões pelas quais Puerto Vallarta é um dos portos mais importantes do México, sendo uma delas o turismo de classe mundial que o levou a ter um dos oito aeroportos internacionais do país.
Aninhadas na cordilheira que divide o Chile da Argentina, as Termas de San Pedro são um lugar de pausa e contemplação que interrompe a rota de trânsito para introduzir a escala humana e assim dar uma melhor condição de habitabilidade às extensas paisagens das altas montanhas. Embora estas piscinas naturais tenham se estabelecido por um período como um marco e destino público dentro da rota e da memória coletiva que envolve a região de Romeral, com o tempo elas caíram em um estado de abandono e deterioração como resultado de movimentos sísmicos constantes.
Em resposta a esta situação, o projeto de graduação da estudante de arquitetura da Universidade de Talca, Pía Montero, busca materializar a pesquisa realizada sobre a identidade territorial da Região do Maule e consolidar um marco de potencial turístico. O projeto também é um chamado para redescobrir e resgatar o valor do patrimônio natural e cultural da região do gradual abandono em que ela caiu ao longo dos anos.
Em exibição no Center for Architecture na cidade de Nova Iorque, a exposição intitulada Cairo Modernapresenta uma lista de 20 projetos de arquitetura moderna realizados, nunca construídos e também demolidos no Cairo, lançando um alerta sobre o futuro incerto do legado modernista no Egito.
Cairo Modern, a mais nova exposição organizada pelo Center for Architecture de Nova Iorque, apresenta 20 importantes projetos de arquitetura moderna realizados no Cairo entre 1930 e 1970, entre os quais projetos nunca construídos e também outros que já não existem mais—destacando a crescente ameaça ao patrimônio moderno construído no Egito e em outros países.
Quando falamos em reformar, e talvez isso já não seja mais nenhuma surpresa pra ninguém, a primeira coisa que nos dizem é que a obra “vai custar o dobro do que a gente quer e demorar o dobro do que a gente gostaria”. Uma reforma, independentemente de sua escala ou natureza, costuma doer tanto na cabeça quanto no bolso, especialmente depois que a poeira começa a subir. Ainda assim, mesmo cientes de todos os desafios, muitas vezes não há como evitar aquela tão terrível e aguardada reforma.
Mas nem toda reforma deve nos levar à falência ou à loucura, e buscar soluções mais econômicas nem sempre significa abrir mão da qualidade. Desde gerir a própria obra, a meter a mão na massa ou restaurar os móveis que você já tem em casa, aqui vão algumas dicas para não estourar o orçamento com o seu projeto de reforma.
Para todas aquelas famílias que passaram a pandemia trancadas em casa com um filho pequeno, apenas gostaria de dizer que sei bem o que vocês passaram nestes últimos anos. Lá em casa, os brinquedos que antes encontravam-se organizados por tipo e tamanho agora estão jogados nos cantos, enterrados sob outros tantos objetos da vida cotidiana de uma jovem família. Ainda assim, apesar da enorme saudade de nossa antiga vida no Brooklyn, encontramos consolo em nossa nova rotina suburbana, com nosso pequeno quintal, a nossa horta, a área de serviço e a bagunça de todo dia ... tanto que decidimos encomendar um outro filho para completar a festa! Enquanto abríamos as caixas da mudança em nossa nova casa com quintal, pensando já em como seria a vida durante a pandemia com um filho pequeno, a primeira ideia que nos veio à mente foi fazer a assinatura do canal da Disney. E, embora eu já tivesse visto muitos dos filmes da Pixar, assistí-los novamente neste novo contexto foi algo que me fez refletir muito sobre toda a situação que estávamos vivendo.
https://www.archdaily.com.br/br/970835/o-urbanismo-subversivo-dos-filmes-da-pixarJustin R. Wolf
O quarto para bebês ou crianças é um espaço imaginado não apenas para a hora do descanso e sono, mas também para incentivar a imaginação, trazer símbolos que ajudem a construir uma percepção de mundo e, sem esquecer, brindar diversão aos pequenos. Além de abrigar a infância, trazer funcionalidade para este ambiente e adequar tantas funções na mesma área exigem muitas vezes uma criatividade imensa por parte das mães e pais, por isso, a busca por um profissional de arquitetura pode ser mais do que bem-vinda.
https://www.archdaily.com.br/br/971324/quartos-de-bebe-e-criancas-exemplos-para-inspirar-a-imaginacaoEquipe ArchDaily Brasil
As metrópoles urbanas de nosso planeta são o lar de uma abundância de histórias. Elas são o lar de histórias de riqueza, de inovação e de maravilhas arquitetônicas, assim como de histórias de desigualdade, iniquidade e segregação urbana — lugares onde a renda determina a qualidade do ambiente espacial ao seu redor. Dentro destas histórias se desenvolveu uma crescente defesa para tornar as cidades "mais inteligentes", para usar dados e tecnologia digital para construir ambientes urbanos mais eficientes e convenientes.
A ocupação territorial responde a uma série de fatores e é a partir do desenvolvimento econômico e da distribuição de renda, trabalho e serviços no território que vemos cidades crescerem e se espalharem. Bairros e regiões vão sendo transformadas pouco a pouco, como resposta aos modelos econômicos atuais. Essa lógica cria vazios urbanos em forma de construções completas, dotadas de toda infraestrutura, e mesmo assim desocupadas ou subutilizadas. A trajetória dos centros antigos e dos cinemas de rua ilustra essa lógica e nos faz refletir sobre como lidar com esses desafios da cidade contemporânea.
O conceito de sustentabilidade aplicado à cidade está a em vias de se tornar obsoleto. Nós usamos este termo para quase tudo o que queremos fazer, e assim dar-lhe um ar aparente de respeito pelo que chamamos de natureza, mas, o impacto real é alcançado quando transcendemos esta ideia e aproveitamos todas as oportunidades de intervenção urbana para implementar iniciativas de re-naturalização e, portanto, dotar a cidade de atributos que a levem a ser mais resiliente.
Acreditando que um criador tem um dever para com a sociedade, Philippe Starck é um designer de muitas facetas cujos projetos abrangem várias disciplinas. Da arquitetura e interiores ao design industrial e de mobiliário, o portfólio de Starck é "focado no essencial" e em "melhorar a vida do maior número de pessoas possível". Autor do famoso espremedor de limão para a Alessi, é conhecido por ultrapassar os limites do design em objetos do dia a dia.
Com dez mil criações, concluídas ou ainda por vir, Philippe Starck é um pioneiro em “fazer coisas no caminho da ecologia”. O ArchDaily teve a oportunidade de conhecer o designer no Salone del Mobile 2021 e discutir sua abordagem de projeto, visões e sua mais recente criação de compensado para Andreu World.
A arquitetura Art Déco deriva de um estilo artístico homônimo que surgiu na Europa nos anos 1920 influenciando – além da arquitetura – o cinema, moda, design de interiores, design gráfico, escultura, pintura, entre outras vertentes artísticas. Historicamente, este estilo teve como marco principal a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas realizada em Paris em 1925, da qual derivou, inclusive, seu próprio nome.
A COP26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, está programada para ser realizada na Escócia na última semana de outubro de 2021. No pano de fundo desta conferência está uma maior consciência global das mudanças climáticas, à medida que discussões ocorrem sobre como um futuro mais igualitário pode ser alcançado. O estado atual e futuro da arquitetura é um componente-chave desta conversa, já que, as críticas são dirigidas aos escritórios de arquitetura que fazem uso do "greenwash" (ou maquiagem verde) levantando questões sobre se o termo "sustentabilidade" está cada vez mais sendo usado apenas como a palavra da moda de hoje.
Com mais de 20 anos de atuação, o Studio Arthur Casas celebra a totalidade da prática arquitetônica. O escritório trabalha em diversas escalas, de mobiliário a projetos urbanos, passando por residências, apartamentos e edifícios, mantendo rigor em relação à qualidade dos detalhes.
As vias expressas são estradas de acesso limitado em áreas populosas, desenhadas para permitir o tráfego motorizado em alta velocidade por longas distâncias. Algumas passam pelos centros das cidades, enquanto outras circundam o centro urbano.
A iniciativa já foi o auge do design de transporte na década de 1950, mas hoje são tão obsoletas quanto disquetes. A caminhada, a bicicleta e o transporte público são mais sustentáveis, seguros, saudáveis, eficientes e produtivos. Para contribuir com o tema, o Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (IPTD) produziu o material Vias Expressas vs. Ruas Completas, com o objetivo de comparar ambas em termos de saúde, eficiência, habitação e qualidade ambiental e de vida.
https://www.archdaily.com.br/br/970842/deixando-as-vias-expressas-para-trasITDP Brasil
Com uma produção inspirada no legado dos cariocas Sérgio e Claudio Bernardes, o escritório Bernardes Arquitetura é “fruto de uma história que atravessa três gerações com mais de mil projetos”. Criado em 2012 por Thiago Bernardes, o escritório hoje conta com mais 7 sócios e tem filiais no Rio de Janeiro, São Paulo e Lisboa.
Brincando com nossa imaginação ao diluir os limites entre céu e mar, as piscinas de borda inifinita têm se tornado cada vez mais recorrentes em projetos de arquitetura. A ilusão de ótica que atrai tantos clientes acontece quando uma ou mais paredes laterais da piscina correspondem exatamente ao nível d'água, iludindo os olhos e fazendo crer que não existem limites físicos contendo o volume. Nesses sistema, a água literalmente transborda, caindo em um reservatório de onde é bombeada novamente à piscina.
A forma como os espaços interiores se compõe é essencial para o bem-estar das pessoas. Durante a pandemia da Covid-19 o assunto ganhou proporções ainda maiores, uma vez que o projeto de um ambiente fechado - além de ser esteticamente agradável - também pode ajudar na prevenção de doenças e influenciar diretamente na forma como nos sentimos.
https://www.archdaily.com.br/br/947981/como-pensar-os-interiores-dicas-sobre-cores-mobiliario-paisagismo-e-tecnologiaEquipe ArchDaily Brasil