Seja para demarcar uma mudança de direção, para destacar seus primeiros degraus ou enfatizar a sua própria presença em determinado ambiente, escadas que combinam dois ou mais materiais tendem a chamar a atenção pelos diálogos estabelecidos entre as características particulares de cada material. Concreto, aço e madeira são algumas das escolhas mais comuns na composição estrutural de escadas devido à sua alta resistência e versatilidade. Mas, quando combinados, esses diferentes materiais extrapolam as suas possibilidades individuais e revelam como o design pode ser adaptado às suas peculiaridades e às conexões entre si.
A combinação de texturas, cores e acabamentos entre materiais pode impulsionar inúmeras soluções criativas para esses elementos de circulação vertical, como pode ser visto na Casa da LÂM, do AD+studio e a Casa 9A, do 23o5Studio, caracterizadas por escadas com uma base bruta e robusta que se encontra com uma leve e elegante sequência de degraus. Já a composição inversa, uma base leve combinada a uma estrutura robusta de degraus, funciona de forma engenhosa na Casa Chulavista, de Luis Carbonell e na Casa Angatuba do escritório messina | rivas, onde a base leve de madeira é seguida por degraus de concreto aparente.
Segundo uma pesquisa realizada pela ABRECON (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição), houve, nos últimos anos, um crescimento na reciclagem de resíduos de construção e demolição (RCD) no Brasil. Segundo o relatório de 2015, o percentual de RCD reciclados no país naquele ano foi de 21%, enquanto em 2013 este total correspondeu a 19%.
O cenário, apesar de otimista, ainda não é ideal, e o crescimento de RCDs reciclados ainda é considerado pequeno. No Brasil, os resíduos da construção civil podem representar entre 50% e 70% da massa dos resíduos sólidos urbanos. Ou seja, ainda é preciso defender uma prática comum de reciclagem e de reuso de materiais na arquitetura, sobretudo no contexto brasileiro.
O mobiliário tem influência direta na qualidade de projetos de interiores. Sua presença contribui, entre outras implicações, para a atribuição de funções aos espaços e determinar limites entre eles, mas, em alguns casos, sua posição no ambiente confere também certo destaque próprio. Isto é, o design do móvel é ressaltado pela sua relação com as texturas, cores e composições do ambiente construído.
Um espaço interno com cores neutras, por exemplo, pode colaborar para dar destaque a determinados móveis que, além de cumprirem sua função, acabam por assumir também certo caráter contemplativo. Este é o caso de móveis que se tornaram icônicos por seu design, em alguns casos pensados por grandes nomes da arquitetura que exploraram este campo e desenharam peças que se tornaram representativas do seu estilo.
Com uma extensão territorial de mais de 8,5 milhões de km², o Brasil é um país com enorme diversidade geográfica e climas que variam a cada região. Isso significa que as estratégias de ventilação natural na arquitetura devem ser analisadas a partir das especificidades locais, o que implica na análise do relevo, clima, entorno e das variações das condições de vento, além do estudo do projeto arquitetônico em si.
Os renders, enquanto composições capazes de comunicar o aspecto tridimensional de um projeto a partir de um suporte bidimensional — isto é, a imagem — permitem uma noção prévia do que a obra arquitetônica ainda virá a ser. Mas, ao contrário do que muitas vezes se imagina, a renderização não é sinônimo de uma representação realista da arquitetura.
Por se tratar de uma ferramenta de comunicação projetual, um render pode assumir diferentes estilos a depender não apenas do projeto em questão, mas também do público a quem é direcionado e, além de tudo, da identidade do arquiteto, arquiteta ou escritório de arquitetura responsável pela obra.
Desde as celebrações de importantes conquistas às expressões de desejos de melhora a alguém enfermo, o ato de presentear alguém (ou a si próprio) com flores está presente em diferentes etapas da nossa vida e pode carregar inúmeros significados. Esta espécie de ritual materializa a expressão de um sentimento e, em muitas culturas, trata-se de uma escolha delicada e sensível, que costuma levar em conta a seleção de espécies específicas para cada evento.
Por esse motivo, floriculturas e lojas especializadas em arranjos florais são, muitas vezes, locais em que a diversidade das espécies é disposta de forma a possibilitar a escolha certa de um arranjo ou buquê de flores. Neste sentido, muitas floriculturas tomam partido de organizações espaciais e elementos de projeto que busquem realçar a beleza natural das flores. Alguns exemplos dessa estratégia são a aplicação de tons mais neutros nas superfícies, em contraste com o colorido das diferentes espécies, e o emprego de expositores inovadores em diálogo com os arranjos.
Inspirado nas águas dos rios e mangues brasileiros, o Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai convida os visitantes a uma experiência interativa imersa em uma atmosfera de sons, projeções, temperaturas e texturas que evocam as paisagens brasileiras. O projeto dos escritórios JPG.ARQ, MMBB Arquitetos, e Ben-Avid, com curadoria de Guilherme Wisnik e Alexandre Benoit, foi o ganhador do concurso realizado em 2018 para representar o país no evento, que acontece até março de 2022.
Mais simples de construir, porém menos comuns que os tradicionais telhados de duas águas, as coberturas de apenas uma água - ou meia água, como são conhecidas em alguns lugares no Brasil - são conformadas por um único plano inclinado, responsável pelo escoamento das águas pluviais.
Todo ano nossa equipe de curadores apresenta uma retrospectiva de projetos de casas que se destacaram no período. Este conjunto, um pequeno recorte dos mais de dois mil projetos publicados no ArchDaily Brasil apenas neste ano, é formado por uma série de residências com soluções projetuais específicas que abordam, cada uma à sua maneira, fatores como materiais, técnicas construtivas, soluções estruturais, processos de construção e conteúdos programáticos.
Extremamente versáteis, não só por sua variedade de cores e padrões, mas também por suas possibilidades de aplicação, os ladrilhos hidráulicos podem ser encontrados, nos projetos residenciais, em ambientes que vão desde áreas molhadas a salas e quartos. A orientação das peças e a área em que são aplicadas também são fatores que contribuem para a diversidade de conformações possíveis no uso do ladrilho hidráulico: quando são restritos a determinada área de um ambiente, por exemplo, podem funcionar como “tapetes” fixos.
Reformas e adaptações de espaços representam uma parcela significativa de projetos encomendados a escritórios de arquitetura, e o reuso de estruturas preexistentes não é um novidade. Funções e necessidades mudam ao longo do tempo e consequentemente adaptações são necessárias para cumprir novas demandas. No entanto, por mais que a manutenção de um edifício seja, na maioria dos casos, preferível no sentido econômico e ecológico à sua demolição e a uma nova construção desde o princípio, a lógica do reaproveitamento de um espaço não costuma ser extendida às suas partes constituintes que tornam-se, assim, entulho.
Versátil não só em relação ao ambiente em que pode ser utilizada, mas também na harmonização com diferentes materiais de construção, a técnica do cimento queimado tem sido muito escolhida pelos arquitetos brasileiros para projetos de casas nos últimos anos.
O resultado, obtido por uma mistura de areia, cimento e água preparada in loco, é uma alternativa de baixo custo que possui boa durabilidade quando se tem uma manutenção adequada e regular. O efeito tem se tornado tão procurado que também é possível encontrar porcelanatos e tintas com textura semelhante.
Nos últimos anos, as telhas metálicas têm ganhado cada vez mais espaço em projetos arquitetônicos, da escala industrial à residencial, sobretudo quando existe a necessidade de aliviar as cargas sobre a estrutura ou a presença de grandes vãos. Na arquitetura residencial, a solução pode ser uma alternativa às tradicionais telhas cerâmicas por apresentar baixo custo, rápida instalação e uma considerável variedade de tipos e modelos disponíveis no mercado.
As portas, janelas e painéis móveis operam por meio de diferentes mecanismos, os quais são responsáveis não apenas pelos movimentos de abertura e fechamento, mas também por sua denominação e classificação. Entre uma série de sistemas utilizados nos elementos móveis da arquitetura, que vão desde os mais simples aos mais engenhosos, aquele presente nas janelas e portas “articuladas” ou “camarão” é usualmente adotado com o intuito de unir estética e funcionalidade.
Muitas vezes, em projetos de interiores, podemos encontrar determinadas peças de mobiliário que são facilmente reconhecidas por representarem um marco para determinada época, local, cultura ou trajetória do profissional que a projetou.
A iconicidade de uma peça ou objeto, seja no contexto do design mobiliário ou não, não é obtida por um conjunto específico de regras. Pôr em questão o que confere a um design a condição de “ícone” pode levar a questionamentos sobre a sua capacidade de ser reconhecido, romper cânones, ser durável no tempo, ou ainda sobre quais são os atores responsáveis por definir esta iconicidade.
Países com clima predominantemente tropical ou equatorial, como o Brasil, permitem que as casas possuam uma relação mais fluida entre interior e exterior, não havendo necessidade, em grande parte do território nacional, de soluções arquitetônicas que limitem a conexão entre estes espaços para manter o ambiente aquecido. Em locais marcados por temperaturas mais quentes, soluções que buscam a integração entre espaços internos e externos podem ser bem-vindas, pois promovem maior ventilação e iluminação naturais para o ambiente residencial, além do seu característico apelo estético.
Após o período da revolução industrial, muitas cidades europeias testemunharam um crescimento em ritmo acelerado, intensificado pelo movimento das pessoas do campo para os centros urbanos na busca por maiores oportunidades.
Mas, se de um lado as cidades tornavam-se cada vez mais atrativas, também se intensificaram problemas como a poluição e o crescimento das ocupações irregulares. Em outro contexto, se o campo permitia o contato próximo à natureza e uma abundância de recursos naturais, também sofria com certo isolamento e redução nas possibilidades de emprego.
Tendência, estilo e movimento são algumas das categorizações mais recorrentes utilizadas nas tentativas de definir o conceito do brutalismo, termo utilizado para delinear um recorte de produções arquitetônicas situadas entre as décadas de 1950 e 1970 que guardam algumas semelhanças entre si, sobretudo no uso aparente dos materiais construtivos. Estabelecer uma definição precisa para o brutalismo, no entanto, mostra-se uma tarefa árdua, ainda que (ou, sobretudo porque) o termo tenha atingido grande alcance e, com isso, muitas tentativas de conceituação.