Tendência, estilo e movimento são algumas das categorizações mais recorrentes utilizadas nas tentativas de definir o conceito do brutalismo, termo utilizado para delinear um recorte de produções arquitetônicas situadas entre as décadas de 1950 e 1970 que guardam algumas semelhanças entre si, sobretudo no uso aparente dos materiais construtivos. Estabelecer uma definição precisa para o brutalismo, no entanto, mostra-se uma tarefa árdua, ainda que (ou, sobretudo porque) o termo tenha atingido grande alcance e, com isso, muitas tentativas de conceituação.
Apartamento Doehler / SABO project. Cortesia de SABO project
Ainda que possam assumir diferentes funções em muitos projetos, as escadas são, antes de tudo, elementos de circulação vertical, utilizadas para conectar dois ou mais níveis. Devido a relativa inconstância com que são utilizadas, muitos projetos para espaços com áreas reduzidas valem-se dessa característica para explorar soluções que vão além das configurações mais tradicionais e das medidas padrão dos espelhos.
Render realizado por Giovanna Bobbetti. Imagem cortesia de CURA
A pergunta pode parecer direta, mas a busca pelas respostas pode apontar para uma série de caminhos mais complexos que contribuem não apenas para o entendimento do público-alvo das renderizações hiper-realistas na arquitetura, mas também para problematizar quais são seus objetivos.
Apesar de muitas vezes serem utilizados como sinônimos, espaço e lugar podem assumir definições diferentes a depender do contexto em que são utilizados. Nesse sentido, o placemaking demonstra que a criação de lugares vai muito além da sua concepção física, envolvendo parâmetros como sociabilidade, usos, atividades, acessos, conexões, conforto e imagem de forma a criar vínculos entre as pessoas e o que então será entendido como lugar.
Las Palmas, Ilhas Canárias. Drone photo by @sebastien.nagy
Fascinantes e fotogênicas, cidades coloridas costumam não apenas atrair os olhares dos milhares de turistas que as visitam anualmente, mas também de muitas arquitetas e arquitetos em todo o mundo. Sob o ponto de vista aéreo — que aliás, é o mesmo através do qual muitos visitantes têm o primeiro contato com essas cidades, a partir das janelas dos aviões —, são sobretudo as diferentes tonalidades dos telhados e das coberturas as responsáveis pelo visual multicolorido.
Os motivos por trás da multiplicidade das cores observadas do alto podem ser bastante variados. Enquanto a arquitetura de algumas cidades faz uso das cores nas coberturas como estratégia climática, outras seguem a colorir as casas com base em uma tradição da qual muitas vezes não se sabe ao certo a origem. De toda maneira, a presença da variedade de cores em uma cidade sem dúvidas chama a atenção pelo seu apelo visual.
Com o objetivo de manter a passagem de luz nos ambientes, mas na busca por garantir uma maior privacidade aos seus usuários, o uso do vidro canelado permite uma extensão das possibilidades de aplicação do vidro em projetos arquitetônicos.
As ondulações que caracterizam o vidro canelado são obtidas a partir do processo de estiragem do vidro liso, o que permite uma fragmentação da imagem que atravessa a superfície em faixas verticais ou horizontais, a depender da sua orientação.
Desde uso da teoria linguística como metodologia de análise arquitetônica à compreensão do edifício enquanto meio de comunicação, os cruzamentos entre o campo da linguagem e da arquitetura são mais estreitos do que, a princípio, podem aparentar ser.
O entendimento do edifício como meio de comunicação pode se dar, dentre outras formas, por meio do uso de pinturas, gravuras e esculturas e ornamentações de forma integrada à arquitetura, mas também pela incorporação literal de letras e símbolos como elementos arquitetônicos.
Alvar Aalto e Elissa Aalto em 1956. Via Wikimedia Commons, sob licença CC BY-SA 4.0
Se a carreira de uma mulher na arquitetura já enfrenta mais obstáculos que a de um homem, como têm comprovado estudos e pesquisas em todo o mundo, as disparidades ficam ainda mais óbvias quando se trata de parcerias que envolvem ambos os gêneros. Na história da disciplina é possível encontrar uma série de exemplos de parcerias em escritórios ou projetos específicos que evidenciam as discrepâncias nos reconhecimentos obtidos pelos trabalhos, que se revelam em premiações, honrarias, citações e salários.
Muitas destas parcerias tratam-se de casais que, como em qualquer relação de sociedade, projetam e tomam decisões de trabalho de forma conjunta. Mas, no caso particular dos casais heterossexuais de arquitetos, o papel de "esposa" parece ter prevalecido sobre aquele de colaboradora, arquiteta ou sócia igualitária em muitas ocasiões.
O desenvolvimento de um projeto de iluminação para os espaços expositivos de museus pode revelar-se uma tarefa bastante desafiadora, pois, ao mesmo tempo, a luz deve ser responsável por valorizar o espaço, preservar ao máximo a integridade das obras e enfatizá-las de forma a fornecer ao visitante as melhores condições para a sua fruição.
Além de possuir o mais alto CRI (Índice de reprodução de cor), a luz solar atribui uma sensação de conforto e bem-estar aos usuários de determinado espaço. Assim, em espaços expositivos, a iluminação natural é importante tanto para revelar com precisão as cores dos objetos expostos — o que adquire particular relevância ao tratar-se de obras de arte — como para proporcionar uma maior sensação de conforto aos visitantes, possibilitando uma leitura clara daquilo que está exposto.
Enquanto uma parte da sensação de conforto e bem-estar em um ambiente interno está relacionada a fatores externos à edificação, como a iluminação e ventilação naturais, outra está diretamente associada à distribuição espacial interna e às sensações provocadas nos habitantes daquele espaço por meio da arquitetura.
Conciliar todos os fatores que proporcionam um maior conforto e bem-estar nos espaços internos é sempre um desafio em um projeto arquitetônico, sobretudo em ambientes com áreas reduzidas, onde o espaço deve ser aproveitado ao máximo e nem sempre há a possibilidade de prever grandes aberturas para o exterior ou nem mesmo para abrigar todas as funções do programa de uma maneira convencional.
Arquitetas, arquitetos, urbanistas e estudantes da área têm muito a aprender com os modelos construtivos dos primeiros ocupantes do território brasileiro, que há muito tempo produzem abrigos adaptados ao contexto local. Estabelecer um conjunto de características comuns às soluções arquitetônicas indígenas se mostra uma abordagem muito superficial, já que as conformações e dimensões das ocas ou malocas indígenas variam a depender da tribo e quantidade de pessoas que habitam ali. Porém, ao estudar os diferentes exemplares da arquitetura indígena, é possível rever a noção de “tecnologia avançada” e assimilar soluções sustentáveis e adaptadas às condições ambientais.
Masterplan educacional projetado pelo OMA em Dubai. Cortesia de OMA
Em qualquer processo de planejamento, existe uma série de documentos — entre materiais gráficos e textuais — que irão estabelecer um direcionamento para algo que irá se concretizar no futuro. No planejamento urbano, o master planse configura como um dos instrumentos mais frequentes nesse sentido.
A incidência solar é uma das variáveis mais importantes a serem consideradas em projetos de arquitetura pois impactam uma série de decisões que vão desde a orientação da edificação no terreno à especificação das esquadrias. Nesse sentido, o estudo adequado não apenas da incidência, mas também da trajetória do sol é fundamental para promover o conforto lumínico nos ambientes internos de um edifício.
Hoje, 22 de março, é comemorado o Dia Mundial da Água. Segundo dados da ONU, entidade responsável pela criação desta data comemorativa, até o ano de 2050, entre 3,5 bilhões e 4,4 bilhões de pessoas terão acesso limitado a esse recurso, cujo uso aumentou seis vezes no século passado e hoje apresenta um crescimento de cerca de 1% ao ano.
Diante de dados tão desfavoráveis, o conceito de sustentabilidade e a importância de soluções que visam a economia e reaproveitamento da água ganham ainda mais relevância.
Praça Raul Soares, Belo Horizonte. Foto de Luiz Felipe Silva Carmo, via Unsplash
Os processos de planejamento e desenvolvimento das cidades fazem parte de redes complexas, que muitas vezes demandam a articulação de diferentes ferramentas voltadas para o planejamento físico, mas também social, econômico, político, entre outros. O Plano Diretor é um dos principais instrumentos que existem para isso, e desempenha um papel fundamental para a regulamentação do território de uma cidade.
Segundo a definição da NBR 12267, que estabelece as normas para elaboração de Planos Diretores, estes são o “instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados”.
O arquiteto italiano Vittorio Gregotti, autor de Território da arquitetura (1966), acreditava que a arquitetura tem origem no gesto de fincar a primeira pedra no chão. O reconhecimento do lugar é, voluntariamente ou não, o primeiro passo em um projeto arquitetônico. A compreensão do contexto em que a obra será inserida é responsável pela fundamentação de uma série de decisões de desenho, configurando-se assim como uma atividade substancial no ofício dos arquitetos e arquitetas.
Chicago, Estados Unidos. Created by @overview. Source imagery: @nearmap
Com poucos espaços disponíveis no solo e metros quadrados cada vez mais caros, o sentido de crescimento nos grandes centros urbanos passa a ser, frequentemente, o vertical. Em grandes metrópoles, a imagem dos edifícios em altura e a imagem associada à cidade são, muitas vezes, quase indissociáveis, e assim os skylines passam a adquirir uma certa iconicidade que nos remetem imediatamente aos locais em que estão inseridos.
Em 1979, Rosalind Krauss publica o clássico artigo A escultura no campo ampliado na revista October, no qual identifica um certo esgarçamento das fronteiras no campo da escultura, “evidenciando como o significado de um termo cultural pode ser ampliado a ponto de incluir quase tudo” [1]. A crítica, particularmente destinada a uma produção artística produzida entre os anos 1960 e 1970, foi utilizada como base 26 anos depois, em 2005, para a publicação de O campo ampliado da arquitetura, de Anthony Vidler.