O fascínio de Le Corbusier pelo automóvel é evidente nos vários registros fotográficos do arquiteto posando orgulhosamente ao lado de um carro na frente de uma obra. Segundo o arquiteto franco-suíço, para além de permitir uma construção mais eficiente e econômica, a industrialização da arquitetura pode constituir uma base de melhores resultados estéticos, da mesma forma que um chassi de automóvel apoia o design moderno e criativo da respectiva carroceria. Mas, embora os veículos tenham passado por mudanças impressionantes desde a década de 1930, pode-se dizer que a arquitetura demorou muito a adotar os avanços de outras indústrias.
Mas isso está mudando aos poucos. Impulsionada por preocupações em torno da sustentabilidade, o uso de recursos fósseis não renováveis e eficiência, juntamente com a demanda acelerada para construir novos edifícios e infraestruturas mais acessíveis, a indústria da construção tem incorporado inúmeras novas tecnologias, incluindo aquelas adotadas de outras indústrias. Além disso, a madeira têm sido identificada como um material de construção ideal - especialmente ao incorporar produtos inovadores de madeira em massa, como CLT e glulam, métodos e processos de design como BIM e DfMA, ferramentas para visualização como VDC e tecnologias de fabricação como o CNC. Sim, são muitas siglas, mas tentaremos esclarecê-las ao longo deste artigo.
O 27º Congresso Mundial de Arquitetos realiza, de 19 a 22 de abril, a Semana Aberta Diversidade e Mistura UIA2021RIO. Serão três debates e a Live da Semana – em que as principais questões abordadas nos debates são aprofundadas por especialistas e eles também respondem a perguntas enviadas pelo público.
O arquiteto e fundador do escritório com sede em Berlim Kéré Architecture, Francis Kéré, acaba de ser galardoado com a Medalha de Arquitetura da Fundação Thomas Jefferson de 2021. Organizado em parceria pela Universidade da Virginia e pela Fundação Thomas Jefferson em Monticello, a Medalha de Arquitetura da Fundação Thomas Jefferson é uma das quatro honrarias concedidas pela Fundação anualmente. Levando o nome do terceiro presidente dos Estados Unidos, as quatro medalhas buscam reconhecer importantes contribuições no campo da arquitetura, cidadania, inovação e direito.
Uma equipe multidisciplinar liderada por CRA-Carlo Ratti Associati projetou uma série de ilhas para o Helsinki Energy Challenge. Intitulado Hot Heart, o projeto é baseado em um arquipélago de bacias de armazenamento de calor que também servirá como um centro de atividades recreativas. As “ilhas” contarão com florestas tropicais e ecossistemas de todo o mundo, oferecendo espaços públicos e uma nova atração educacional para a capital finlandesa.
Em conversa com o Louisiana Channel, a arquiteta alemã Anna Heringer descreve a forma como trabalha e sua abordagem multidisciplinar à prática arquitetônica. Crescendo em uma pequena cidade na fronteira austro-bávara próxima de Salzburg, Heringer passou um ano morando e trabalhando em Bangladesh aos 19 anos, um lugar que agora abriga a maioria dos projetos de seu escritório. Heringer se descreve como uma mistura de coisas, além de ser arquiteta, afirma ser uma ativista e uma desenvolvedora - usando sua criatividade para explorar ideias em uma variedade de formas e mídias.
A 6º edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, que acontecerá em 2022, traz como tema Terra. Com diferentes significados consoante a escala e o observador, Terra expressa o território, a urbe, a paisagem, o lugar ao qual pertencemos ou um continente visto do mar. Pode ser um planeta habitável ou matéria para cultivo. Pode estar em excesso ou fazer falta e pode ser um obstáculo ou um elemento na construção de comunidades. E é com o sentido de emergência que a Trienal 2022 convoca a reflexão sobre todas estas dimensões que estão intimamente relacionadas com a arquitectura.
Traduzindo a paisagem de Algarve para a arquitetura, inspirados pelas cores e texturas do entorno, os arquitetos laureados com o Prêmio Pritzker, RCR Architectes, projetaram residências modelo e outras instalações para o Palmares Ocean Living & Golf Resort, em Portugal.
O Pavilhão da Estônia para a próxima edição da Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza acaba de ser apresentado. Com projeto curatorial desenvolvido pelos arquitetos estonianos Jiří Tintěra, Garri Raagmaa, Kalle Vellevoog, Martin Pedanik e Paulina Pähn, o pavilhão foi batizado de “Square! Positively Shrinking” e será instalado no complexo do antigo Arsenal da marinha veneziana. Segundo a equipe de curadores, o Pavilhão da Estônia deste ano irá “explorar o papel dos espaços públicos no desenvolvimento futuro de cidades que atualmente estão passando por um processo de despovoamento [...] desencadeando um amplo debate sobre um efeito pouco explorado dos projetos de reurbanização de pequenas cidades ao redor do mundo”.
Os escritórios de arquitetura e paisagismo Felixx e Orange Architects projetaram um novo conjunto habitacional no coração de IJburg, Amsterdã. Concebido para ocupar uma ilha artificial, o projeto abrangerá também parte de uma marina e contará com programas comerciais e uma série de espaços públicos.
Para a 17ª Bienal Internacional de Veneza, que acontecerá em maio deste ano, a Áustria está criando uma plataforma digital para debater como enxergamos a arquitetura do futuro. Sua participação, intitulada Platform Austria, com curadoria de Peter Mörtenböck e Helge Mooshammer, busca articular as profundas mudanças estabelecidas pelo desenvolvimento de plataformas digitais no nosso ambiente construído.
A construção de ruas ao longo do século XX foi baseada principalmente na premissa de que mais infraestrutura facilita o trânsito. Evidências mostram, porém, que, em vez de reduzir o congestionamento, construir mais ruas na verdade aumenta o tráfego. Quando se reduz o tempo dos deslocamentos feitos de carro, aumenta a conveniência – com isso, em paralelo ao apelo exercido pelo veículo particular como indicador de riqueza e posição social, as pessoas tendem a fazer mais viagens de carro. Um estudo recente de pesquisadores da Universidade de Barcelona analisou dados de 545 cidades europeias entre 1985 e 2005 e confirmou que os esforços empreendidos ao longo dessas duas décadas para ampliar a capacidade das ruas levaram ao aumento do tráfego de veículos, e não à redução, e os congestionamentos não foram amenizados.
A Powerhouse Company venceu o concurso para transformar o bairro de Alo em Groningen, Países Baixos. Juntamente com Houben / Van Mierlo, Vector-i e o escritório de paisagismo DELVA, desenvolveram a proposta chamada HOLT, um novo bairro sustentável que possibilita uma vida saudável em meio à cidade.
Com curadoria de Manijeh Verghese e Madeleine Kessler, co-fundadoras do escritório Unscene Architecture, a exposição do Pavilhão Britânico intitulada The Garden of Privatized Delights, na 17ª International Architecture Exhibition - La Biennale di Venezia, estará aberta ao público de 22 de maio a 21 de novembro de 2021. Encomendada pelo British Council, a exposição “reimagina como tornar o espaço público mais inclusivo, contrariando o rápido crescimento dos espaços de propriedade privada, com uma visão alternativa inspiradora que estimula ambos os setores a trabalhar em conjunto para criar espaços mais bem concebidos para todos”.
Uma empresa dinamarquesa, chamada KiteX, desenvolveu uma turbina eólica para quem busca uma vida “fora do sistema”. Desmontável e portátil, a turbina pode ser levada no carro para gerar energia mesmo em locais remotos.
A turbina, fabricada com hastes de fibra de vidro, pesa apenas 10 kg e é facilmente transportável. Quando precisar, basta desempacotar, montar, ancorar no solo (com um conjunto de correias de tensão de náilon de alta resistência) e começar a captar a energia do vento. A empresa estima que 15 minutos são suficientes para uma pessoa configurar todas as peças.
O escritório catalão de arquitetura, Miralles Tagliabue EMBT, fundado e dirigido pela arquiteta Benedetta Tagliabue, acaba de ser anunciado como vencedor do Concurso Internacional de Arquitetura para o projeto do Conservatório de Música de Shenzhen, um dos dez novos edifícios culturais que estão atualmente em fase de projeto. Buscando estabelecer um diálogo direto com o seu entorno imediato, a proposta apresentada pela equipe do Miralles Tagliabue EMBT integra espaços dedicados à música e à arte à exuberante paisagem natural de Shenzhen, delineando um edifício de formas orgânicas e altamente sustentável.
Medidas que reduzam a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos aos efeitos da mudança do clima são essenciais para o desenvolvimento sustentável. Nas cidades, o aumento de riscos climáticos devido ao processo de urbanização exige de governos locais ações de planejamento e investimentos para ampliar a adaptação climática. Este é um desafio que ultrapassa os limites geográficos das zonas urbanas e está relacionado à prosperidade de todo o planeta, afinal, é nas cidades que se concentram 55% da população mundial e 80% do PIB global.
https://www.archdaily.com.br/br/959480/3-argumentos-economicos-para-ampliar-a-adaptacao-climatica-nas-cidades-brasileirasMarina Garcia e Luana Betti
O aplicativo Google Maps vai sugerir aos usuários as rotas onde as emissões de carbono sejam menores. A escolha das rotas com menor impacto ambiental vai levar em consideração o trânsito local, subidas e descidas, e outros fatores.
A rota ecológica será a preferência do aplicativo, sempre que não houver diferenças grandes no tempo do trajeto. Quando a alteração entre uma rota e outra for significativa, o Google vai apresentar as duas opções para que o usuário compare as emissões e o tempo de cada uma, para então escolher.
https://www.archdaily.com.br/br/959478/google-maps-indicara-rotas-com-menor-emissao-de-carbonoEquipe ArchDaily Brasil
No atual cenário mundial, conciliar estudos de arquitetura com a saúde é sempre bem-vindo. O ano de 2020 parou o mundo e refletiu a importância de se voltar os olhares para as áreas mais vulneráveis. Como abranger, igualmente, serviços públicos de qualidade para toda uma população, se uma parcela dela está com seu espaço urbano fragilizado? É essencial buscar respostas à essa questão para planejar um futuro sustentável para a humanidade.
Nesse sentido, o objetivo deste artigo é proporcionar uma reflexão acerca da desigualdade socioeconômica espacial, promovendo a arquitetura como elemento para auxiliar a transformação desses espaços, apresentando dados que elucidem a situação urbana habitacional dos aglomerados subnormais e que realizem análises das doenças negligenciadas desses assentamentos.
https://www.archdaily.com.br/br/959224/a-importancia-da-arquitetura-na-prevencao-e-no-controle-de-doencasWilliam dos Santos Vefago
Na semana passada, anunciamos os 15 finalistas do Obra do Ano de 2021, um prêmio que celebra o melhor da arquitetura lusófona, convidando nossos leitores a escolherem seus projetos favoritos construídos nos países de língua portuguesa. Chegou o dia de conhecer os vencedores do ODA 2021.
O conjunto do Unhão, cuja construção data do século XVII, constituía-se de um engenho de açúcar com casa-grande, capela e senzala, tombado no ano de 1943. Salvador era a principal cidade brasileira na época da construção, em que o Brasil era uma colônia portuguesa, com a mão-de-obra sobretudo de escravizados, e do seu porto saía grande parte da produção de açúcar para exportação. O conjunto chamou a atenção da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi desde sua primeira visita em 1958, na época que ela passou alguns anos trabalhando e dando aulas na capital baiana. Com participação decisiva de Lina na definição do programa e da própria implantação, as edificações foram restauradas para receberem o Museu de Arte Popular e a Universidade Popular. Mas em todo o conjunto, o elemento que chama a atenção por sua plasticidade, funcionalidade e simbolismo, é a escada helicoidal de madeira.
Os escritórios Citymakers e Karres en Brands empataram em primeiro lugar no concurso para reformular o centro da cidade de Saratovm na Rússia. Do Parque Pobedy ao desenvolvimento do antigo aeroporto Saratov Tsentralny, as equipes projetarão uma série de novos espaços pela cidade.
Fred Kent, fundador da organização sem fins lucrativos Project for Public Spaces, declarou em certa ocasião que “Quando se planejam cidades com ênfase no trânsito e veículos automotores, o resultado é uma cidade repleta de carros e congestionamentos. Quando se planeja cidades para pessoas, por outro lado, o que se obtêm é uma cidade agradável de se viver e repleta de espaços públicos.” Isso tudo pode até parecer bastante óbvio, entretanto, nossa sociedade está passando hoje por uma mudança de paradigma, com mais e mais cidades abrindo mão de seus espaços e infraestruturas para veículos e privilegiando pedestres e espaços públicos.
Um dos principais gestos projetuais de Paulo Mendes da Rocha no projeto de reforma da Pinacoteca foi criar um novo eixo de circulação longitudinal na edificação existente, alterando o seu acesso principal. Passarelas metálicas, que atravessam pátios internos cobertos por claraboias, possibilitam novas dinâmicas e integração entre as salas, adequando um edifício neoclássico a um museu com um programa totalmente contemporâneo.
A habilidade de renovar um espaço completamente, às vezes demolindo partes ou fazendo adições pontuais, alterando sua funcionalidade e melhorando sua ambiência, é dos ofícios mais admirados dos arquitetos. Em habitações isso fica ainda mais evidente, uma vez que adequar uma habitação às demandas contemporâneas, através de uma planta bem pensada, pode melhorar a qualidade de vida dos ocupantes.
A proposta concebida pela dupla de arquitetos do SANAA e chamada de “The Cloud on the Ocean”, acaba de ser escolhida como a grande vencedora do Concurso Internacional de Arquitetura para o projeto do novo Museu Marítimo de Shenzhen, na China. Para o desenho do museu, os arquitetos Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa buscaram inspiração na paisagem natural, nas montanhas e o no mar, criando um edifício moderno e profundamente enraizado na cultura local.