Monumentos, segundo Alois Riegl, são subsídios à memória. “In memoriam” são palavras que podemos encontrar em cada pedestal ou alicerce de um túmulo ou mausoléu em homenagem aos nossos heróis do passado. Embora seu caráter simbólico seja um refúgio de ideologias, preconceitos e — em muitos casos— intolerância, monumentos têm sido construídos pela humanidade à milênios e também podem ser considerados uma forma de arte e lugares de memória. Entretanto, não são raros os casos de monumentos associados à práticas ou eventos antiéticos, à descriminação, hostilidade e violência. Muitos dos templos da Grécia Antiga foram erguidos sobre altares utilizados para sacrificar animais — e, antes disso, seres humanos também —; as pirâmides foram levantadas pela força do trabalho escravo; praças públicas muitas vezes eram utilizadas como lugares de tortura e sentenças de morte. Isso significa que, na maioria dos casos, monumentos não são apenas simples estruturas inocentes construídas em memória de grandes personagens, mas a personificação de conflitos políticos, culturais, sociais e humanos.
https://www.archdaily.com.br/br/944267/status-estatuas-e-estatutos-erguendo-monumentos-a-homens-falhosMark Alan Hewitt
O conceito de “descarbonização” esteve em voga recentemente em discursos políticos e eventos ambientais globais, mas ainda não ganhou atenção suficiente no campo da arquitetura para mudar profundamente a maneira como projetamos e construímos. Atualmente, os edifícios são responsáveis por 33% do consumo global de energia e 39% das emissões de gases de efeito estufa, o que indica que os arquitetos devem desempenhar um papel significativo se quisermos parar ou reverter as mudanças climáticas. Com o carbono agindo como uma métrica universalmente acordada em que as emissões de gases de efeito estufa de um edifício podem ser rastreadas [1], uma das maneiras mais importantes pelas quais esse objetivo pode ser alcançado é, portanto, a descarbonização dos edifícios.
https://www.archdaily.com.br/br/943680/questao-urgente-10-estrategias-para-descarbonizar-a-arquiteturaLilly Cao
Precisamos produzir cidade, através da habitação, para resolver o déficit habitacional do país. E, sobretudo, não “casas”, mas núcleos habitacionais compactos dotados de infraestrutura, serviços, equipamentos e espaços públicos, com tipologias habitacionais muito variadas para atender a uma grande diversidade de situações familiares. É necessário redirecionar o incentivo atual à especulação com a terra urbana através de uma Reforma Urbana.
https://www.archdaily.com.br/br/944315/uma-leitura-de-jorge-mario-jauregui-sobre-habitacao-socialJorge Mario Jauregui
Reformas em edifícios modernos brasileiros inspiram um necessário debate sobre como preservar e quais as melhores práticas ao intervir em um patrimônio arquitetônico. Os desafios nesse tipo de intervenção são imensos. Tratam-se de obras que devem ser abordadas com muito cuidado para que se mantenha o respeito à sua importância histórica, preservando o que existe de relevante em suas composições, ao mesmo tempo que permita a atualização da edificação às demandas contemporâneas e dos clientes.
https://www.archdaily.com.br/br/944302/patrimonio-arquitetonico-moderno-brasileiro-como-intervir-e-preservarEquipe ArchDaily Brasil
A umidade do ar é famosa, atingindo percentuais inclementes para quem nunca visitou um deserto. Árvores de troncos retorcidos, de cascas grossas e de folhas peludas saem do solo tentando vencer a gravidade, mas se contorcem de tal forma que é como se o calor as empurrasse novamente em direção ao chão. O vermelho da terra é onipresente, acrescentando uma dose de drama por todo o canto, como se a temperatura fustigasse a terra a ponto de ela sangrar. Aqui, no cerrado, não há a densidade da mata úmida, escura, como uma floresta de ameaçadora saída de um romance de Jack London, ou como uma testemunha em transe imemorial, como vista numa novela de Joseph Conrad.
O campo do paisagismo é o responsável pela transformação e ressignificância espacial da paisagem, ora valorizando o objeto construído, ora trazendo luz à historia do território em questão. Assim como os elementos construídos, a vegetação quando projetada é capaz de trabalhar uma série de estímulos, propriedades e funções.
Roberto Burle Marx, Rosa Kliass, Miranda Magnoli... Estes são certamente alguns dos ilustres poetas da paisagem moderna no Brasil. Mas quando o assunto é o paisagismo contemporâneo brasileiro, alguns profissionais vêm demonstrando destaque nos últimos anos. Dentro deste quadro, compilamos abaixo dezessete profissionais. Confira a seguir:
Algumas obras consagradas da arquitetura são reconhecidas por seus detalhes ou por elementos específicos pensados com tamanho cuidado e inventividade que passam a ser a referência imediata que vem à cabeça quando pensamos nestes projetos.
Um desses elementos que frequentemente se torna protagonista nas propostas é a escada, que presente em alguns clássicos, como o Solar do Unhão de Lina Bo Bardi, com sua escada de madeira singular que organiza todo o espaço livre e faz da estrutura sua medida, ou, ainda, a icônica escada helicoidal do Palácio do Itamaraty desenhada por Oscar Niemeyer com as curvas precisas que caracterizam sua obra.
Pólis é uma (hipotética) metrópole costeira e tem uma população crescente. No entanto, a maior parte de sua infraestrutura foi construída 100 anos atrás e carece de manutenção, sendo incapaz de atender a necessidades futuras da cidade.
Para piorar, Pólis vive os danos causados pelo aumento das inundações e erosão das áreas costeiras. Seus habitantes, em especial os já afetados pela poluição ambiental, sofrem com o calor e a má qualidade do ar resultantes da atividade industrial e do trânsito congestionado.
https://www.archdaily.com.br/br/944159/planejamento-integrado-de-solucoes-baseadas-na-natureza-a-chave-para-a-resiliencia-urbanaLisa Beyer e James Anderson
Muito preconceito e contradições envolvem a história da Cannabis sativa pelo mundo. Estima-se que o cânhamo tenha sido uma das primeiras plantas a serem cultivadas pela humanidade. Arqueólogos encontraram remanescentes de tecidos de cânhamo na antiga Mesopotâmia (atualmente Irã e Iraque), que remontam ao ano 8.000 aC [1]. Há registros na China, entre 6 e 4 mil aC, quanto ao consumo das sementes e óleos. Com a chegada à Europa, seu principal uso era para a fabricação de cordas para navio e tecidos. Inclusive as velas e cordas dos navios de Cristóvão Colombo eram desse material, os primeiros livros após a revolução de Gutemberg [2] e muitas das pinturas de Rembrandt e Van Gogh foram feitas de cânhamo
Para a construção civil, seu uso também não é novo. Uma argamassa feita de cânhamo foi descoberta em pilares de pontes construídas pelos merovíngios no século VI, onde hoje é a França. Sabe-se que os romanos adicionavam as fibras do cânhamo para reforçar as argamassas de suas construções. Hoje em dia, ainda que existam entraves legais em muitos países, a utilização do cânhamo como um material da construção civil tem tido resultados animadores, com pesquisas evidenciando suas boas características termoacústicas e sustentáveis. O cânhamo pode ser moldado como painéis fibrosos, revestimentos, chapas e até como tijolos.
Os aplicativos de arquitetura alteraram completamente os hábitos de trabalho de arquitetas e arquitetos em todo o mundo. No canteiro de obras ou no escritório, eles geraram um fluxo de trabalho mais produtivo e eficiente. Utilizados em computadores, smartphones ou tablets, esses aplicativos se multiplicaram exponencialmente ao longo dos anos, tornando-se mais versáteis e cobrindo diferentes aspectos do campo. Enquanto alguns são muito específicos para profissionais, outros atraem todos os entusiastas da arquitetura, com interfaces amigáveis, navegação simplificada e informações acessíveis.
O ArchDaily selecionou os melhores aplicativos de arquitetura usados em 2020, reunindo alguns já conhecidos e essenciais, e outros que ainda são novidade. Conheça-os, a seguir:
A pedagogia Reggio Emilia foi criada no período pós-segunda-guerra, por iniciativa de mães viúvas e sob a coordenação do pedagogo e jornalista Loris Malaguzzi. Em uma época de reconstrução das cidades, a preocupação primordial do grupo era em relação às novas escolas, onde desejavam criar um ambiente tranquilo, acolhedor e alegre (com uma atmosfera de lar) onde as crianças pudessem ficar enquanto as mães trabalhavam. Entender os interesses da criança e proporcionar um ambiente adequado para permitir experimentos e exploração é um dos pontos focais dessa pedagogia. A preparação de um ambiente seguro e estimulante é tão fundamental que, em muitas literaturas, ele aparece como um terceiro professor.
Durante as férias de inverno muitos arquitetos aproveitam para viajar e conhecer outras cidades e monumentos. Durante esta breve pausa, convidamos todos os arquitetos à repensar seus próximos destinos e visitar um dos mais incríveis projetos de arquitetura da América Latina. Ainda que seja importante para um arquiteto revisitar projetos clássicos, tenha em conta que explorar lugares desconhecidos pode surpreendê-lo de uma maneira como você nunca imaginou. Tendo isso em mente, decidimos fazer uma lista de importantes obras arquitetônicas pouco conhecidas, as quais chamamos de "pérolas ocultas da arquitetura latino-americana". Veja a seguir a lista completa, compilada especialmente para vocês.
As chapas metálicas são caracterizadas por apresentarem uma boa relação entre resistência e peso, ou seja, possuem um bom desempenho na sustentação de cargas a despeito de sua leveza e esbeltez. Devido à essa característica, as estantes feitas com chapas metálicas possuem uma boa capacidade de armazenamento e têm sido muito utilizadas em projetos de apartamentos.
Eduardo Elísio Machado Souto de Moura nasceu no Porto em 25 de julho de 1952, formou-se em arquitetura pela Escola de Belas Artes do Porto e iniciou sua carreira trabalhando com Álvaro Siza, com quem mantém até hoje uma relação profissional muito rica.
Sua obra é frequentemente associada a uma suposta corrente de influência miesiana, no entanto, seus projetos revelam um virtuosismo singular na escolha dos materiais – granito, madeira, mármore, tijolo, aço, concreto e vidros são apenas algumas das texturas que compõe a paleta de Souto de Moura.
O concurso para jovens profissionais CANactions foi lançado em 2009 pelo Instituto de Arquitetura Dessau (DIA / Alemanha) e pela Escola CANactions. A competição tornou-se um "caminho profissional para a Europa" para estudantes e jovens profissionais ucranianos. Desde então, mais de 1000 projetos foram recebidos, entre os quais 118 finalistas foram selecionados por membros do júri internacional. O concurso para jovens profissionais acontece em duas etapas, não tem restrições no número de participantes e é destinado a jovens arquitetos ucranianos com menos de 35 anos. A vencedora deste ano foi Mariia Semibratova com uma proposta urbana de cooperação e colaboração criativa na área de Podil, Kiev.
O London Design Festival anunciou a programação de sua 18ª edição, que será realizada neste segundo semestre de 2020. Apesar da pandemia de Coronavírus, o festival retornará à cidade como "um símbolo da determinação de Londres em manter sua liderança criativa e cultural". Desde a sua criação em 2003, o London Design Festival reúne profissionais, fabricantes e educadores para celebrar e promover o design.
Qual a sua ideia de paisagem? Arquitetura da Paisagem – tradução literal do inglês “Landscape Architecture” – é um campo de conhecimento adjacente à arquitetura e ao urbanismo que muitos relutam em traduzir para o português como Paisagismo, mas que não abrange as complexidades da arquitetura da paisagem. Suspeitamos que a razão por trás do desconforto com a tradução pode ser entendida como o resultado de uma tradição arquitetônica comum no Brasil de entender a paisagem como um ente puramente projetado e estático.
Se tem algo que pode definir o espírito das cidades contemporâneas européias, este algo é a inter-conectividade. Dos sistemas de mobilidade urbana e transporte público à passarelas, calçadões e ciclovias, a conectividade do espaço urbano desempenha um papel fundamental na qualidade de vida de uma cidade. Ao longo das últimas décadas, arquitetos e urbanistas do velho continente têm se dedicado à construir cidades mais acessíveis, respeitando os tecidos históricos pré-existentes e abrindo espaço para novas tecnologias e soluções integradas de transporte urbano.
O escritório MAD Architects divulgou sua proposta para o Centro Aquático dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Imaginando a instalação esportiva como uma obra de arte pública urbana que representa a beleza e a esperança de Paris, a proposta foi criada em colaboração com três estúdios franceses, Jacques Rougerie Architecture, Atelier Phileas Architecture e Apma Architecture.
Como um dos principais expoentes do movimento high-tech britânico, Richard Rogers, se destaca como um dos arquitetos mais inovadores e distintos de sua geração. Rogers fez seu nome nas décadas de 1970 e 1980, com edifícios como o Centro Georges Pompidou em Paris e a sede do Lloyd's Bank em Londres. Até hoje, seu trabalho lida com motivos semelhantes, utilizando cores vibrantes e elementos estruturais aparentes para criar um estilo reconhecível, mas altamente adaptável.
A falta de espaços de armazenamento é um problema recorrente no projeto de uma casa. Na maioria dos casos, espaços residuais ou cantos desconfortáveis são usados para resolver a falta de prateleiras, gavetas e armários. A seguir, 33 exemplos de espaços de armazenamento que podem servir de inspiração para seus próximos projetos.
Gerson Castelo Branco é um arquiteto autodidata do Piauí. Sua arquitetura é composta por um conjunto de referências e experiências vividas que ele sintetiza como "uma expressão de liberdade", a Paraqueira.
A KCAP, em colaboração com a Orange Architects e o A.Len Architectural Bureau, desenvolveu uma proposta para transformar o antigo pátio ferroviário de Tovarno-Vitebskaya em São Petersburgo, Rússia, em um novo bairro residencial com equipamentos comunitáriois, comércios e áreas verdes.