A imaginação e a formulação de políticas são inseparáveis. Um futuro desejável primeiro deve ser imaginado para depois ser possível conceber políticas que possam concretizá-lo. Na arquitetura, em particular, estamos constantemente imaginando o futuro, uma atividade intrínseca ao verbo projetar, e essa familiaridade com o ato nos faz responsáveis por ditar rumos e regras que poderão contribuir ou não com curso do planeta.
Neste momento de mudanças climáticas, decorrente do acúmulo de práticas irresponsáveis ao longo de séculos, a ideia do futuro passou a ser invadida por um medo, um alerta que determinaria a sobrevivência da nossa existência. A arquitetura, juntamente com outras disciplinas, passou a canalizar esforços para reexaminar, reconceitualizar e reformular suas práticas rumo ao futuro que precisamos alcançar. Para além das estatísticas e projeções, a abordagem da arquitetura em relação à ação climática traz à tona inúmeros conceitos, entre eles, a necessidade de uma revisão histórica para a criação desse futuro.
Na encruzilhada, três mulheres com suas histórias e ancestralidades buscam vencer a demanda com um padê necessário: a construção de uma narrativa que tenta expurgar dos escombros epistêmicos algumas perguntas que nasceram da observação de como algumas pessoas reagiram ao fato de que um ‘favelado chique’ recebeu um prêmio internacional. O ca(u)so é o prêmio na categoria “Casas” da premiação internacional de arquiteturaBuilding of the Year 2023 do ArchDaily, que fora concedido ao “Barraco do Kdu”, uma casa que expressa planejamento, design, concreto exposto, tijolo à vista, boniteza, poesia, mas… Desde sua concepção, trata-se de uma casa “fora do lugar” – e isso gerou incômodos. Neste texto, abordamos os (in)cômodos e as materialidades; as disputas de narrativas; o que está “fora do lugar” e quem classifica; território; design; estética; gingas; desautorização do discurso sobre si e outros atravessamentos.
https://www.archdaily.com.br/br/1007765/in-comodos-reflexoes-sobre-uma-casa-de-favela-premiadaAmália Cristovão dos Santos, Ana Carolina C. dos Anjos e Amanda Resende Castilho
A Sagrada Família, uma das obras mais famosas e inacabadas de Antonio Gaudí, está avançando em direção à conclusão. No final de setembro, cinco das seis torres centrais foram finalizadas. Desde janeiro, quando as torres dos Evangelistas Lucas e Marcos foram concluídas, duas torres adicionais, dedicadas aos Evangelistas Mateus e João, foram coroadas com estátuas do escultor Xavier Medina-Campen, marcando sua conclusão. A Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, fundação responsável pela construção, anunciou uma missa especial no dia 12 de novembro para marcar a inauguração, iniciando a iluminação das quatro torres ao longo de toda a temporada de Natal.
Em um mundo lidando com desafios ambientais, arquitetos e engenheiros visionários estão cada vez mais inclinados a soluções mais sustentáveis. Enquanto o aço e o concreto dominaram por muito tempo a indústria da construção, o bambu está agora entrando em destaque como uma alternativa convincente. Graças à sua combinação potente de resistência, flexibilidade e sustentabilidade, tem se tornando rapidamente o material escolhido por aqueles interessados em empurrar os limites da arquitetura sustentável.
Conectado a este momento transformador no design sustentável está a chegada oportuna da série de eBooks 'Estruturas de Bambu', na qual este artigo se baseia. Atuando como um ponto de referência no campo, o primeiro volume se concentra no processo de design estrutural por trás do Templo Luum - uma aula magistral em engenharia de bambu. O guia serve como mais do que apenas um texto teórico; é um manual abrangente repleto de insights do mundo real, pesquisa de ponta e expertise prática."
Está em andamento a atualização do Plano Diretor de Porto Alegre. Muito tem se falado do futuro da cidade, mas o que podemos aprender com o passado para promover mais dinamicidade, caminhabilidade e gerar maior qualidade de vida para os cidadãos? Afinal, uma cidade mais agradável retem e atrai talentos, gerando inovação e riqueza. Neste artigo, faço uma retrospectiva dos momentos mais marcantes da evolução urbana de Porto Alegre, dividindo-os em quatro grandes períodos.
No sul de Burkina Faso, compartilhando fronteiras com a região norte de Gana, está Tiébélé; uma pequena vila que exibe padrões fractais de volumes circulares e retangulares, abrigando um dos mais antigos grupos étnicos da África Ocidental: a tribo Kassena. Com casas vernaculares que remontam ao século XV, a vila possui um caráter distintivo através de suas paredes pintadas com símbolos. É uma arquitetura de decoração de paredes onde a comunidade utiliza seu envoltório como uma tela para formas geométricas e símbolos do folclore local, expressando a história e a herança cultural. Essa arquitetura é o produto de uma colaboração comunitária única, onde todos os homens e mulheres da comunidade são responsáveis pela construção e acabamento de qualquer nova casa. Essa prática serve como um ponto de transmissão da cultura Kassena entre as gerações.
Com base em Teerã, e Nova York, a ASA North surge como exemplo de uma prática arquitetônica focada na maleabilidade e adaptabilidade. Selecionada na iniciativa Novas Práticas ArchDaily 2023, a ASA North está na vanguarda da fusão entre arquitetura e arte. O ArchDaily teve a oportunidade de entrevistar Ahmadreza Schricker, seu fundador, e conversar sobre sua carreira e prática.
Ahmadreza Schricker é um arquiteto cuja jornada foi moldada por seu trabalho com Herzog & de Meuron e seu tempo com o renomado OMA. Seu estúdio ASA North, é conhecido pela premiada reutilização adaptativa do Museu de Arte Contemporânea e Centro Cultural Argo, uma antiga destilaria que foi premiada no ciclo Aga Khan 2020-2022. O projeto é um testemunho do trabalho que a ASA North realiza, aproximando lacunas entre passado e futuro, tradição e contemporaneidade. A entrevista também vai além da ASA North, explorando sua empresa irmã, ASA South. Baseada no mundo virtual, a ASA South desafia limites convencionais e reimagina a prática arquitetônica na era digital.
Com um portfólio de projetos diversificados e altamente característicos, sobretudo no que diz respeito às suas representações, o escritório de arquitetura fala é marcado por um processo criativo ousado, refinado e dinâmico. Fundado em 2013 pelos arquitetos Filipe Magalhães, Ana Luisa Soares e Ahmed Belkhodja, o fala tem sede na cidade de Porto, Portugal, e costuma trabalhar em diferentes escalas: "de territórios a casas de passarinho".
Utilizados para transmitir especialmente cargas de tração, os tirantes aliviam as forças de compressão que atuam sobre os elementos de uma estrutura. Por se tratar de elementos lineares, como cabos ou barras metálicas, sua forma delgada permite que ele se camufle no espaço ou traga uma composição notável para este através da repetição de seus componentes. Com essas qualidades, seu uso é relativamente comum na arquitetura, sendo possível encontrar exemplos que vão desde o design de mobiliário até projetos de infraestrutura urbana, como em pontes suspensas ou estaiadas.
O Centro Acadêmico da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, em colaboração com o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo Abricó UFRJ e em parceria com várias entidades, incluindo a Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo, organizou a primeira edição do Concurso Rápido de Ideias Estudantis - CRIE!. O objetivo era buscar propostas para um espaço com forno de pizza e churrasqueira que dialogue com o projeto original de Burle Marx para a quadra do Edifício Jorge Machado Moreira, promovendo soluções com técnicas de bioconstrução e materiais de baixo impacto ambiental.
https://www.archdaily.com.br/br/1008121/resultado-do-concurso-para-um-espaco-com-forno-de-pizza-para-a-fau-ufrjArchDaily Team
A organização Arquitetura Sem Fronteiras Quebec (ASFQ) divulgou o catálogo Architecture + Homelessness: Inclusive Practices for a Supportive City. A publicação, disponível em inglês e francês, foi criada para incentivar escritórios de arquitetura e design a contribuirem para o bem-estar das pessoas em situação de rua. O catálogo faz parte de um projeto de pesquisa em andamento iniciado pela ASFQ e apoiado pelo Governo de Quebec e pela Cidade de Montreal.
Em termos de ativismo, a interrupção é um elemento necessário para um protesto eficaz. Quando atos de perturbação se espalham pelo domínio público, eles criam espaços por meio de bloqueios, defesas e reivindicações territoriais, dando origem à "arquitetura de protesto". Esse conceito é o foco da exposição organizada pelo DAM - Deutsches Architekturmuseum e pelo MAK - Museum für Angewandte Kunst, de Viena. Intitulada Protest/Architecture. Barricades, Camps, Superglue, o evento apresenta uma coleção de maquetes, fotografias e filmes sobre a arquitetura de protesto em todo o mundo. A exposição, com curadoria de Oliver Elser e assistência curatorial e pesquisa de Anna-Maria Mayerhofer, estará aberta até 14 de janeiro de 2024 no DAM OSTEND em Frankfurt.
O arquiteto, pesquisador e teórico da arquitetura Anthony Vidler morreu na noite de ontem para hoje, 20 de outubro, aos 82 anos, informou a Escola de Arquitetura da Universidade de Princeton. Vidler teve uma carreira sólida na prestigiada instituição, onde atuou como o primeiro diretor do programa de Doutorado em História e Teoria. Seu interesse pela arquitetura, cultivado em Essex, Inglaterra, o levou a obter um diploma graduação e mestrado em arquitetura na Universidade de Cambridge e, posteriormente, um doutorado em História e Teoria da Arquitetura na Universidade de Tecnologia de Delft. Sua carreira influente se estendeu por mais de 50 anos, deixando uma marca profunda na pesquisa e educação arquitetônica.
A recente conclusão do projeto do Perelman Performing Arts Center (PAC), fruto da colaboração entre o escritório REX, Davis Brody Bond e Rockwell Group é um marco da transformação cultural da região de Lower Manhattan. O terreno do PAC faz parte do complexo do World Trade Center, propriedade da Port Authority of NY and NJ, órgão autônomo responsável pela gestão de pontes, portos, túneis e aeroportos. Desde os atentados de 2001, muitas transformações aconteceram no terreno, como a construcao dos quatro prédios do complexo do WTC e do Oculus. Do início do concurso do PAC até a conclusão da obra se passaram mais de nove anos, tendo eu participado dos últimos cinco como um dos arquitetos da equipe da Davis Brody Bond.
Sinônimos de "escuro" são associados a uma atmosfera de negatividade. Palavras como tristeza e escuridão estão longe da leveza e do ar dos projetos de interiores apresentados por revistas ou influenciadores. Mas para muitas pessoas que buscam tranquilidade no banheiro, a iluminação de baixa intensidade oferecer conforto.
Muitos de nós tendemos a fechar os olhos enquanto procuramos paz e atenção plena. Ao desligar o sentido da visão, podemos nos refugiar em nós mesmos e focar em nosso próprio autocuidado. Os quatro banheiros pouco iluminados apresentados a seguir fazem uso da ideia de escuridão pacífica para criar espaços tranquilos com iluminação suave e baixa, materiais naturais e superfícies escuras.
Ao longo das últimas décadas, as cidades vêm sofrendo profundas e rápidas transformações, as quais vêm impactando muito também a infância. Enquanto as cidades estão cada vez maiores e mais complexas, vem crescendo uma população infantil cuja qualidade de vida urbana deteriorou-se notavelmente. As crianças perderam seus espaços na cidade e encontram-se, cada vez mais, em espaços fechados e institucionalizados.
O imaginário da cidade enquanto perigosa vem se fortalecendo, estabelecendo uma relação cíclica: com menos crianças nas ruas, estas são dominadas por carros que circulam em alta velocidade, o que dificulta o uso do espaço, o que por sua vez incita o aumento da violência, o que afasta as crianças — e todos — das ruas. A baixa frequência de crianças brincando nas ruas e demais áreas públicas dos centros urbanos também faz com que este segmento seja pouco visível aos olhos dos adultos e das políticas públicas.
À medida que o mundo luta contra os efeitos das mudanças climáticas, desastres naturais como inundações e a propagação de incêndios incontroláveis estão cada vez mais ameaçando as cidades e seus habitantes. Embora a arquitetura e o urbanismo não possam evitar esses eventos, há estratégias para minimizar os danos associados a esses eventos e ajudar a proteger os cidadãos. Eventos trágicos ao longo do último ano, como o terremoto que atingiu o centro da Turquia e o noroeste da Síria em fevereiro deste ano ou o terremoto mais recente no oeste do Afeganistão, as inundações e o rompimentos de barragens na Líbia, e os incêndios que devastaram a cidade de Lahaina, no Havaí, demonstram a urgência de implementar medidas preventivas e de mitigação, além de criar procedimentos para intervenção de emergência. Este artigo explora as estratégias e recursos disponíveis para arquitetos e urbanistas enfrentarem esses desafios em três tipos de desastres naturais: enchentes, incêndios florestais e terremotos.
Estamos felizes em apresentar uma série de workshops em colaboração com a Parametric Architecture, parceira da iniciativa ArchDaily Supporters. Estes workshops foram elaborados para capacitar arquitetos, designers e entusiastas com as habilidades mais recentes no campo do design paramétrico.
Ministradas por especialistas da indústria, estas sessões imersivas explorarão técnicas de ponta, ferramentas inovadoras e aplicações do mundo real, fomentando um ambiente de aprendizado dinâmico no qual os participantes podem elevar suas capacidades de design a novos patamares.
O ambiente construído é responsável por aproximadamente 42% das emissões anuais globais de CO2. Durante a vida útil de um edifício, metade dessas emissões provém de sua construção e demolição. Para tornar a arquitetura mais sustentável e controlar as emissões globais, é essencial repensar e reduzir os impactos de carbono gerados durante as demolições, bem como implementar estratégias sustentáveis na construção de edifícios. As demolições geralmente envolvem a desmontagem, derrubada, destruição ou eliminação de edifícios e estruturas, resultando em níveis insustentáveis de emissões de carbono, esgotamento de recursos, resíduos e poluição. Esses métodos apressados para encerrar o ciclo de vida de um edifício têm impactos negativos no meio ambiente, nos materiais envolvidos e nas possibilidades de reciclagem. Portanto, é evidente a necessidade de repensar como abordamos o fim da vida de um edifício ou projeto de infraestrutura, em vista de um sistema de desconstrução mais sustentável.
A Comissão Europeia e a Fundació Mies van der Rohe anunciaram a lista de projetos indicados para o Prêmio da União Europeia de Arquitetura Contemporânea / Prêmio Mies van der Rohe 2024. Este ano, 362 projetos de arquitetura construídos em 38 países foram selecionados, marcando a primeira fase da 18ª edição do EUmies Awards. A próxima etapa consiste na seleção de 40 finalistas, seguida de visitas às obras e entrevistas com os arquitetos e equipes responsáveis.
O EUmies Awards 2024 tem como objetivo reconhecer as melhores obras construídas na Europa entre abril de 2021 e maio de 2023. A seleção dos projetos reflete as mudanças atuais no contexto europeu, com a crescente atenção à consciência ambiental, social e econômica expressa através da arquitetura, paisagismo, planejamento urbano e design. O júri deste ano é presidido por Frédéric Druot (Paris/Bordeaux) e composto por Martin Braathen (Oslo), Pippo Ciorra (Roma), Tinatin Gurgenidze (Tbilisi/Berlim), Adriana Krnáčová (Praga), Sala Makumbundu (Luxemburgo) e Hrvoje Njiric (Zagreb).
Embora não sejam totalmente dependentes uma da outra, a relação entre arquitetura e bem-estar mental é um tópico importante, já que designers e arquitetos podem contribuir na criação de um ambiente mais agradável para todos. Desde estratégias para melhorar a saúde mental em espaços de trabalho compartilhados até as maneiras pelas quais a arquitetura pode contribuir para prevenir o declínio cognitivo, entender o impacto potencial das neurociências ambientais e como elas se aplicam à arquitetura é uma habilidade essencial para nossa profissão.
Ao refletirmos sobre os acontecimentos de 2023, vemos que este foi um capítulo notável no mundo da arquitetura e do design. Assistimos à concretização de numerosos projetos inovadores que deixaram uma marca no nosso ambiente construído coletivo. Esta narrativa ocorre em torno de um ano significativo, com um compromisso renovado no combate às mudanças climáticas, com o diálogo iniciado em torno de eventos mundiais como o Congresso Mundial de Arquitetura da UIA em Copenhague ou a 18ª Bienal de Arquitetura de Veneza.
Esta lista com curadoria inclui projetos que foram abertos ao público em 2023. Cada um deles foi projetado e muito aguardado para ser concluído. Os arquitetos apresentados incluem MVRDV,Zaha Hadid Architects, Snøhetta, Studio Gang e OMA em colaboração com Shohei Shigematsu. Cada uma dessas empresas é um escritório de arquitetura único com seu estilo arquitetônico específico, enquanto todos esses projetos construídos listados são públicos e comerciais.
Arquitetas, arquitetos e urbanistas de todo o país vão participar de uma eleição nacional nesta segunda e terça-feira, 16 e 17 de outubro. Mais de 200 mil profissionais da áreas devem escolher 402 conselheiros estaduais dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do DF (CAU/UF) e 28 conselheiros federais do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) – um de cada Unidade da Federação mais um representante das Instituições de Ensino Superior (IES).
https://www.archdaily.com.br/br/1008026/eleicao-do-cau-vote-para-escolher-seus-representantes-no-conselho-de-arquitetura-e-urbanismoArchDaily Team