Uma das coisas que mais me chamam a atenção quando visito grandes cidades em outros países, sejam elas capitais europeias ou vizinhas aqui da América do Sul, é a ocupação dos espaços públicos pelas pessoas.
E não me refiro apenas a parques ou praças. Seja em Buenos Aires, Santiago, Paris ou Amsterdã, por exemplo, ao menos nos dias de sol, quase qualquer gramado é ocupado pelas pessoas, por crianças correndo e brincando, amigos fazendo piquenique, jovens lendo estirados ao sol.
https://www.archdaily.com.br/br/1005804/em-sao-paulo-a-praca-e-nossaVitor Meira França
Ao contrário do que muitos acreditam, as ilhas artificiais têm uma longa história em muitas regiões do mundo, como as ilhas recuperadas no Antigo Egito, as centenas de crannogs de palafitas encontradas em lagos e cursos de água escoceses e irlandeses e as ilhas cerimoniais construídas durante o Império Asteca. Por definição, uma ilha artificial é uma ilha que foi construída por seres humanos, em vez de ser formada por processos naturais. Ilhas artificiais podem ser construídas por muitas razões diferentes, e essas razões estão aumentando à medida que o mundo enfrenta o iminente problema da escassez de espaço.
No passado, essas ilhas tinham fins cerimoniais ou agrícolas, e às vezes eram usadas como espaço urbano. Mais recentemente, as ilhas foram construídas para mitigar a superlotação, recuperar terras, proporcionar expansões urbanas e atender às necessidades de infraestrutura da indústria. Ilhas artificiais também possuem certas vantagens estratégicas e benefícios econômicos, e podem trazer benefícios geopolíticos. No entanto, esses tipos de projetos têm um custo significativo para nosso ecossistema, causando danos graves e extensos ao meio ambiente.
Nos últimos anos, a busca por abordagens mais sustentáveis e ecologicamente responsáveis tem se tornado uma tendência crescente em diversas áreas, o que inclui os projetos de arquitetura de interiores. Dentre muitos elementos, o bambu tem ganhado destaque por sua versatilidade, sobretudo quando comparado a outros materiais, ao oferecer inúmeras possibilidades criativas de uso e manipulação para a elaboração de espaços elegantes e ecologicamente mais conscientes.
Hoje, quando imaginamos um espaço coberto, provavelmente um teto estruturado por uma laje de concreto é a imagem que nos vem na cabeça. Também hoje, quando pensamos em concreto, surge um leve desconforto na possibilidade de utilizá-lo em construções, visto os levantamentos que apontam como ele contribui para a crise climática e danos ao meio ambiente. Ampliar nosso repertório para técnicas vernaculares e tradicionais pode ser uma boa alternativa neste cenário. E, neste sentido, as coberturas naturais surgem como uma ótima solução. Utilizadas por muito mais tempo que o concreto para abrigar os humanos, elas ainda são pouco atribuídas a edificações contemporâneas, apesar de estarem alinhadas com muitas das qualidades que buscamos num projeto: materiais biodegradáveis, portanto, mais sustentáveis, apelo estético e conforto térmico.
https://www.archdaily.com.br/br/1006191/palha-piacava-santa-fe-e-algas-saiba-o-que-sao-e-quais-as-diferencas-entre-estas-coberturas-naturaisArchDaily Team
A medida que o mundo reconhece cada vez mais a importância de adotar práticas de construção sustentáveis, a versatilidade, resistência e qualidades renováveis do bambu têm gerado um impulso significativo na transição para uma economia circular em relação aos materiais. Desde a ideia inicial até a conclusão, este artigo fornecerá informações valiosas para começar seu projeto de construção com bambu, a partir da perspectiva de Bamboo U.
O Center for Arts and Innovation selecionou o arquiteto Renzo Piano, vencedor do Prêmio Pritzker de 1998, para projetar seu novo campus criativo em Boca Raton, na Flórida. A instituição pretende fazer do novo equipamento um centro global de excelência nas disiplinas criativas, transformando Boca Raton em um destino internacional para cultura, artes, inovação e tecnologia.
Em Nieuw Delft, uma área da cidade recentemente desenvolvida ao lado do centro histórico de Delft, Países Baixos, e em proximidade com a estação central de trem, a Common City está desenvolvendo o projeto vencedor LeeuwenPart em colaboração com a Space&Matter. O projeto inclui um edifício residencial localizado no limite do futuro Parque Van Leeuwenhoek. Ele foi desenvolvido por meio de um método de co-criação no qual os futuros moradores são incluídos no processo de desenho, resultando em um prédio bem adaptado e uma comunidade unida.
Na sua quinta edição, o Prêmio Obel, focado na área de Adaptação, foi entregue ao projeto Living Breakwaters em Nova York. Este projeto consiste em uma infraestrutura verde localizada ao longo da costa de Staten Island. O prêmio foi concedido à SCAPE Landscape Architecture e sua fundadora, Kate Orff, a mente por trás do 'Living Breakwaters'. A premiação reconhece contribuições arquitetônicas que têm um impacto positivo tanto nas pessoas quanto no planeta.
O Prêmio Obel é uma distinção internacional concedida anualmente pela Fundação Henrik Frode Obel em reconhecimento a realizações notáveis na arquitetura. A cada ano, um foco específico é estabelecido pelo júri, e um prêmio é concedido à solução mais destacada. No ano anterior, em 2022, o prêmio foi para a Seratech, uma solução de concreto neutro em carbono,. Em 2021, por sua vez, o conceito da "cidade de 15 minutos" foi premiado por sua contribuição na criação de ambientes urbanos sustentáveis e centrados nas pessoas. A cerimônia de premiação será na Sydney Opera House em 21 de outubro de 2023. O vencedor receberá um prêmio de 100.000 Euros e uma obra de arte do artista Tomás Saraceno como troféu.
O UNStudio foi selecionado o vencedor do concurso internacional para o projeto de um empreendimento de uso misto em Düsseldorf, Alemanha, superando outros escritórios participantes reconhecidos internacionalmente, incluindo 3XN, BIG, David Chipperfield Architect e os finalistas Hadi Teherani Architects, HPP Architekten e Ingenhoven. A proposta do UNStudio é composta por duas torres de uso misto de quase 120 metros de altura e um embasamento de uso semi-público. Além dos espaços residenciais e de escritórios, o projeto também inclui usos e serviços multifuncionais, como esportes, academia, instalações médicas, espaços gastronômicos, um hub de transporte, uma creche e espaços para eventos culturais.
No dia 7 de setembro, foi inaugurada a exposição "Como desenhar uma revolução: o caminho chileno para o projeto" no Centro Cultural La Moneda em Santiago, como parte das atividades que relembram os 50 anos do golpe militar no Chile. Trata-se de uma exposição sobre design gráfico e industrial realizada durante o governo do presidente Salvador Allende, reunindo mais de 350 peças originais e reconstruindo integralmente a sala de operações Cybersyn. A exposição estará em cartaz até o dia 28 de janeiro de 2024.
Produzida em conjunto pela Pontifícia Universidade Católica do Chile, o Massachusetts Institute of Technology e o CCLM, com a colaboração do Ministério da Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação e do Goethe-Institut Chile, conta com a curadoria do designer Hugo Palmarola e do arquiteto Pedro Ignacio Alonso, ambos reconhecidos por receberem o Leão de Prata pelo Monoloith Controversies,oPavilhão do Chile na Bienal de Arquitetura de Veneza 2014. Ao mesmo tempo, também participa a renomada historiadora de ciência colombiana Eden Medina do MIT.
O escritório Solss Arquitetura foi premiado com o primeiro lugar no concurso nacional Iconicidades, promovido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul e lançado em abril deste ano. A iniciativa buscava selecionar as melhores propostas de transformação de espaços públicos em locais de estímulo à economia criativa nas cidades de Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, Cachoeirinha e São Leopoldo.
A firma venceu o concurso em São Leopoldo, que tinha como objetivo escolher o melhor projeto de requalificação para a Casa da Feitoria e o Museu do Imigrante, preparando o espaço para as comemorações dos 200 anos da imigração alemã no Brasil. Conheça o projeto a seguir:
https://www.archdaily.com.br/br/1006321/solss-arquitetura-vence-concurso-de-requalificacao-da-casa-da-feitoria-e-museu-do-imigrante-em-sao-leopoldoArchDaily Team
O vencedor do Prêmio Pritzker 2022, Diébédo Francis Kéré, foi laureado com o Praemium Imperiale de Arquitetura 2023. Apresentada pela Japan Art Association, a honraria reconhece anualmente cinco profissionais das áreas de arquitetura, música, pintura, escultura e teatro/cinema. Francis Kéré, que lidera o escritório Kéré Architecture, com sede em Berlim, recebeu o prestigiado prêmio por sua influência na arquitectura africana e global, envolvendo comunidades e materiais locais em soluções inovadoras de design e engenharia.
O Royal Institute of British Architects (RIBA) anunciou os seis projetos selecionados como finalistas para o Prêmio RIBA Stirling 2023. O prêmio anual é um dos mais prestigiados do Reino Unido no campo da arquitetura, avaliando os projetos com base em diversos critérios, incluindo inovação, originalidade e a capacidade de envolver e encantar os ocupantes e visitantes. Além disso, a sustentabilidade e a acessibilidade são fatores cruciais para a seleção. A lista de finalistas desta edição inclui projetos de arquitetos como Apparata, Sergison Bates Architects e Adam Khan Architects, que estão estreando na lista de finalistas, bem como práticas que já foram vencedoras no passado, como Witherford Watson Mann Architects e Feilden Clegg Bradley Studios.
Arranha-céus são símbolos icônicos de modernização urbana e avanços tecnológicos em toda a América do Norte. Com efeito, essas estruturas são consideradas um sinal de prosperidade econômica, densidade urbana e da ambição humana. Em grandes cidades em todo o sub-continente, eles dão forma para o horizonte e identidade a essas metrópoles. Cidades como Nova York, Toronto e Miami mostram poder por meio desses projetos de ponta, que vão além de sua estatura física.
De maneira geral, arranha-céus são caracterizados por sua altura notável e pioneirismo na engenharia. Eles utilizam materiais como aço, vidro e concreto, e servem como espaços multifuncionais, que vão desde moradia até hotéis e escritórios. Arquitetos de todo o mundo ampliam os limites da criatividade arquitetônica, do design, da sustentabilidade e da funcionalidade ao construir esses edifícios. As estruturas permitem que os arquitetos maximizem o uso da terra de novas maneiras em áreas urbanas densamente povoadas.
A partir da pandemia, os temas urbanos se tornaram mais latentes do que nunca na vida de muitas pessoas na América Latina. A Covid-19 gerou uma mudança bastante turbulenta no mercado imobiliário, tanto pela especulação gerada em muitos lugares pelo comércio de segundas casas, quanto pelo fenômeno dos "nômades digitais" em lugares como Medellín, Buenos Aires ou Cidade do México.
O Museu de Arquitetura e Design Chicago Athenaeum e o Centro Europeu de Arquitetura, Arte, Design e Estudos Urbanos acabam de revelar os projetos vencedores da edição de 2023 do Prêmio Internacional de Arquitetura (IAA). Entre esses reconhecimentos, destaca-se a proposta da IDOM, Nikken Sekkei e b720 para o Nou Camp Nou em Barcelona.
A Biblioteca de Charlotte, projetada pelo escritório norueguês Snøhetta, teve suas obras iniciadas na Carolina do Norte, EUA. O novo projeto foi concebido para se tornar um destino importante no centro da cidade. Há algumas semanas, a instituição organizou um evento para celebrar o início da fase de demolição do antigo espaço. O novo edifício tem inauguração prevista para o primeiro semestre de 2026.
Na sexta-feira, 8 de setembro, um terremoto de magnitude 6,8 atingiu a cordilheira do Alto Atlas, no Marrocos. O epicentro se localiza a apenas 72 quilômetros a sudoeste de Marrakech, a quarta maior cidade do país e um destino turístico popular. O terremoto é o mais forte a atingir a região central do país em mais de um século. Estimativas apontam que o número de vítimas passa de duas mil e há ainda mais feridos, mas, como várias cidades e vilas permanecem inacessíveis nas montanhas, estima-se que esse número aumente. Além do impacto humano, vários lugares históricos, incluindo sítios da lista de Patrimônio Mundial da UNESCO, foram afetados, e testemunhas oculares nas encostas das montanhas relatam que várias cidades remotas foram completamente destruídas, de acordo com a CNN.
O entendimento contemporâneo da neuroarquitetura desencadeou um novo foco no design inclusivo, com ênfase na criação de ambientes que respeitem e respondam às necessidades específicas das pessoas. Nesse contexto, a abordagem do design arquitetônico para pessoas no espectro do autismo ganhou destaque.
A arte sempre foi um meio pelo qual as pessoas podem se conectar com os espaços, e os movimentos artísticos têm servido como uma plataforma para explorar novas relações com a arquitetura. Ao incorporar a arte em edifícios e espaços internos, eles foram transformados, resultando em uma fusão que cria ambientes bonitos, inspiradores e espiritualmente edificantes. Ao longo da história, vários movimentos artísticos, como o Renascimento no século XVII, o Barroco no século XVIII e o Art Nouveau, Art Déco e Bauhaus no início do século XX, tiveram um impacto significativo na arquitetura. Os arquitetos se inspiraram nos ideais, conceitos, abordagens estilísticas e técnicas desses movimentos, usando-os para criar estruturas habitáveis em grande escala. Como a casa é uma expressão fundamental de um movimento arquitetônico e a moldura mais simples para exibir o ethos artístico de uma determinada época, estudar seus espaços internos fornece uma imagem detalhada da influência da arte na organização espacial, design de móveis, padrões de produtos e interação do usuário.
Desde o período pré-colombiano das Américas -quando culturas como Olmec, Maia, Purepecha e Mexica (Astecas) prosperaram- até a era moderna, onde a arquitetura foi influenciada por movimentos sociais e até desastres naturais, a arquitetura mexicana mostra uma expressão arquitetônica valiosa, com sua própria voz e características distintas. O prêmio Nobel Octavio Paz argumentou que a arquitetura é uma testemunha incorruptível da história. Da mesma forma, os materiais usados para moldá-la atuaram como protagonistas dessa história, durando em muitos casos ao longo do tempo e evoluindo graças às gerações de arquitetos que contribuíram para ela, de diferentes perspectivas.
Para traçar uma linha do tempo, é possível tomar como uma arquitetura pré-hispânica de ponto de partida, que exibiu uma diversidade de nuances devido à vasta extensão territorial do México. Isso permitiu que diversas culturas encontrassem seu nicho e desenvolvessem seus estilos arquitetônicos característicos. Posteriormente, a era da colonização espanhola, que atraiu a influência da arquitetura islâmica, representou um ponto de virada notável no desenvolvimento arquitetônico. Essa fase perdurou até o advento da independência mexicana no século XIX. Por sua vez, isso marcou o início dos movimentos sociais e culturais, durante e após a revolução mexicana no início do século XX.
https://www.archdaily.com.br/br/1005773/materiais-que-definem-a-estetica-arquitetonica-mexicana-contemporaneaEnrique Tovar
As cores são fundamentais para as dinâmicas e o cotidiano da vida urbana, mas seu impacto ultrapassa sua aparência e dimensão estética, sobretudo para as pessoas com algum tipo de comprometimento visual. Para essa parcela da população, as cores desempenham um papel ainda mais significativo, porém muitas vezes subestimado, na formação e aprimoramento da acessibilidade dos espaços públicos. A arquitetura tem um papel importante nessa inclusão, o que perpassa a escolha consciente de cores que tem o poder de melhorar a acessibilidade urbana e criar um ambiente mais inclusivo para as pessoas de todas as habilidades.
A locomoção em algumas cidades pelo mundo é mais simples de compreender, assim como achar um endereço sem o GPS não se torna uma tarefa tão difícil, mesmo para quem visita um lugar pela primeira vez. O desenho dos municípios ajuda a explicar essa sensação que determinadas localidades transmitem. Espaços urbanos projetados em grelha (ou grid, do original em inglês), como Barcelona (Espanha), Nova York, Chicago e Phoenix (EUA) e Toronto (Canadá), por exemplo, no qual as vias se cruzam formando ângulos retos — compondo um mapa parecido com uma grade — facilitam a orientação dos indivíduos e otimizam a utilização dos ambientes.