Como é calculado o déficit habitacional? O Minha Casa Minha Vida aumentou a acessibilidade à moradia? O que é Outorga Onerosa? Para responder a essas e outras perguntas o Caos Planejado recebeu Tainá Pacheco e Vanessa Nadalin para uma conversa.
Acessibilidade: O mais recente de arquitetura e notícia
Economia urbana e acessibilidade à moradia: conversa com Tainá Pacheco e Vanessa Nadalin
Habitação não pode ser um bom investimento e acessível ao mesmo tempo
A promoção da casa própria como uma estratégia de investimento é uma proposta arriscada. Nenhum consultor financeiro recomendaria contrair dívidas para aplicar uma parte tão grande de suas economias em um único ativo financeiro, qualquer que seja, por ser uma grande concentração de risco.
Pior ainda, esse risco não é aleatório: ele recai mais pesadamente sobre os compradores de baixa renda, que recebem condições de financiamento piores e cujos bairros são sistematicamente mais propensos a ter valores residenciais mais baixos ou mesmo em queda, causando resultados devastadores sobre a diferença de riqueza entre grupos raciais.
10 Tecnologias para cidades acessíveis
As grandes cidades do mundo estão enfrentando uma crise. As Nações Unidas estimam que até 2050, quase um bilhão de pessoas com deficiências viverão nas cidades, representando 15% do total de seus habitantes. Com paisagens urbanas repletas de metrôs, lojas e banheiros inacessíveis, a ONU declarou que o problema da acessibilidade representa um grande desafio para as cidades. Ao mesmo tempo, a maioria das cidades ao redor do mundo está perdendo a batalha para oferecer moradia segura, digna e acessível aos seus cidadãos, com aluguéis representando mais de 50% de algumas rendas familiares. O Fórum Econômico Mundial recentemente alertou que “um mundo onde que poucos podem pagar por moradia não é sustentável”.
Por que devemos integrar superfícies táteis na arquitetura
Acessibilidade é uma das considerações mais importantes na arquitetura, que é o de garantir que o ambiente construído atenda a pessoas de todas as capacidades. No entanto, as concepções populares sobre a deficiência e acessibilidade permanecem limitadas e, frequentemente, abrangem apenas pessoas com deficiência física, como os usuários de cadeiras de rodas. Principalmente entre os projetistas arquitetônicos, é comum abordar a acessibilidade como adição de rampas, corredores largos e elevadores. No entanto, a deficiência pode assumir diversas formas, algumas menos visíveis do que outras. Para os deficientes visuais, a incorporação de elementos táteis específicos na arquitetura e no desenho urbano pode melhorar muito a navegabilidade de um espaço desconhecido. Neste artigo, falamos especificamente sobre os pisos podotáteis, incluindo suas diferentes formas, sua história e suas formas de implementação.
Como projetar banheiros seguros para idosos?
São frequentes os relatos de acidentes em banheiros, por geralmente serem locais apertados e, muitas vezes, escorregadios. Ainda que ninguém esteja imune a um escorregão após o banho, são os idosos que sofrem mais com as quedas, ocasionando ferimentos graves, sequelas e limitações funcionais. Com a redução natural dos reflexos e da massa muscular, quanto mais alta a faixa etária mais propensos a quedas nos tornamos.
Para proporcionar condições de vida mais confortáveis com o passar dos anos, o ambiente deve se adaptar às novas capacidades físicas de seus ocupantes. Tornar os banheiros mais seguros é fundamental para diminuir os riscos de acidentes ou reduzir o tempo de resposta no caso de uma queda. Apresentamos abaixo alguns pontos para se levar em conta ao desenhar banheiros para pessoas com idades avançadas:
Como projetar para a terceira idade
O fenômeno do aumento do envelhecimento da população é algo que ocorre no mundo todo. Falamos em fenômeno porque todas as pirâmides etárias estão se invertendo. Ou seja, a taxa de natalidade tem reduzido constantemente ao longo dos anos e ao mesmo tempo a expectativa de vida tem aumentado. A conseqüência disto é que o número de pessoas idosas está ficando maior que o número de crianças, por exemplo.
De acordo com o IBGE, em 2017, este número chega a mais de 30 milhões de pessoas acima do 60 anos no Brasil, correspondendo a 14,6% da população. Para termos uma noção do montante deste volume basta comparar com a população total do México que está em torno de 28 milhões, assim como da Austrália e Nova Zelândia juntas. Ou mesmo com as populações do Peru e da Venezuela que está em torno dos 31 milhões de habitantes. Estamos falando de uma população idosa no Brasil do tamanho de um país.
Casa para cliente com deficiência visual / So & So Studio
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Arquitetos: So & So Studio
- Área: 232 m²
- Ano: 2018
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Fabricantes: Falmec, Florim, Franke, Kardamov, LARIO, +1
Não existe arquitetura neutra: uma conversa sobre acessibilidade
A acessibilidade é frequentemente abordada como um campo relacionado à deficiência, física ou mental. Quando se trata de projetos arquitetônicos, ela sempre surge como uma consideração periférica e não como algo fundamental. No entanto, existem outras barreiras.
Nesta edição do Editor's Talk, os editores do ArchDaily Brasil compartilham seus pensamentos sobre o que entendem como acessibilidade e se é possível criar uma arquitetura neutra.
10 Dicas para projetar edificações mais saudáveis
Os seres humanos passam a maior parte de suas vidas no interior de uma edificação, seja para morar, trabalhar ou lazer. A COVID-19 evidenciou ainda mais esta questão durante o período de isolamento mostrando a necessidade de pensarmos projetos de edificações mais saudáveis e confortáveis.
Neste artigo são apresentadas algumas dicas para pensar projetos mais saudáveis, ressaltando a importância de ter um pensamento sistêmico que considere diferentes disciplinas, como a própria arquitetura, engenharia, ciência dos materiais, mecânica, fisiologia, psicologia, entre outros.
Recomendações básicas (e necessárias) para projetar habitações acessíveis
Um bom projeto de arquitetura deve ser acessível a todas as pessoas, independente de suas capacidades físicas e cognitivas. Para aumentar a conscientização sobre esses problemas e ajudá-lo no processo projetual, compilamos algumas operações básicas que devem ser concluídas para que as pessoas possam habitar espaços residenciais confortavelmente e sem obstáculos.
É importante lembrar que cada país tem suas próprias normas em relação ao desenho universal, portanto, as dimensões específicas apresentadas abaixo - baseados no Guia de Acessibilidade Universal da Ciudad Accesible– são conceituais e podem variar em cada projeto. Antes de projetar uma casa acessível, reveja as normas locais e aprofunde as necessidades e exigências de seus usuários, garantindo assim uma boa qualidade de vida para eles a longo prazo.
Como projetar banheiros acessíveis segundo a NBR 9050
Sobretudo quando falamos de edificações públicas, é imprescindível que os espaços sejam pensados de forma que permitam o acesso de todos os indivíduos com autonomia, independente de suas dificuldades motoras. Entretanto, na hora de projetar, sabemos que “adequar” o projeto às normas pode se tornar uma enorme dor de cabeça, ainda mais quando cada centímetro importa para darmos conta do programa de necessidades pretendido.
Para normatizar essa questão, a NBR 9050, de 2015, estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados em projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade.
O que é acessibilidade na mobilidade e nos transportes urbanos
Nas aulas de matemática do ensino médio aprendemos que a velocidade média pode ser calculada a partir da razão entre a distância percorrida e o tempo gasto. Durante muitas décadas, o pensamento que impulsionou as políticas de transporte esteve ancorado nesta equação: acreditava-se que objetivo das ações era aumentar a eficiência dos sistemas e que, para isso, bastava diminuir os tempos de viagem através do aumento da velocidade média. Desta forma, a variável distância era considerada menos importante, já que a construção de sistemas de transporte livres de interferências como linhas de metrô, corredores de BRT ou avenidas expressas seriam capazes de manter ou reduzir o tempo de viagem em percursos cada vez maiores.
ONU lança publicação online sobre parques urbanos com perspectiva de gênero
Desenvolvido pelo Instituto Semeia e pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), Parques para Todas e Todos é uma ferramenta para inspirar a construção de espaços mais diversos a partir da inserção da perspectiva de gênero em parques urbanos em sua implantação ou gestão. Nele podem ser encontradas diretrizes, sugestões e ideias para começar a pensar em parques que considerem as necessidades de todas e todos.
Arquitetura para pessoas com deficiência auditiva: 6 dicas de projeto
Ao contrário do que podemos acreditar, a perda de audição nem sempre é congênita. Mais cedo ou mais tarde isso pode acontecer com todos nós. Segundo a OMS, quase um terço das pessoas com mais de 65 anos sofrem de perda auditiva incapacitante. A perda auditiva é mais uma "diferença" do que uma "deficiência". Embora as demandas espaciais das pessoas com impedimentos auditivos não sejam tão marcadas como espaços para cegos ou para aqueles com mobilidade reduzida, a redução da capacidade auditiva implica uma maneira específica de experenciar o ambiente. É possível aprimorar essa experiência através do projeto de interiores?
Onde as crianças brincarão? Como projetar cidades estimulantes e seguras para a infância
Cities for Play é um projeto cujo objetivo principal é de inspirar arquitetos, urbanistas e planejadores urbanos a criarem cidades estimulantes, respeitosas e acessíveis às crianças.
Natalia Krysiak é uma arquiteta australiana que acredita que as necessidades das crianças devem ser colocadas como ponto central no desenho urbano para assegurar comunidades resilientes e sustentáveis. Em 2017, criou Cities for Play que estuda exemplos de cidades que se preocupam em proporcionar ambientes que são capazes de promover a saúde e o bem-estar (físico e emocional) das crianças com foco nas brincadeiras e na "mobilidade ativa" de espaços públicos.
Desigualdades socioespaciais e o acesso a oportunidades nas cidades brasileiras
Quantos postos de trabalho alguém consegue acessar em menos de uma hora usando transporte público? Quanto tempo se leva para chegar até o posto de saúde ou escola mais próxima da sua casa? As respostas a essas perguntas dependem diretamente das políticas de transporte e de desenvolvimento urbano das cidades. Essas políticas determinam, em larga medida, a acessibilidade urbana, isto é, a facilidade com a qual pessoas de diferentes grupos sociais e níveis de renda diversos conseguem acessar oportunidades de emprego, serviços de saúde e educação, atividades culturais e de lazer. No entanto, o tema da acessibilidade urbana tem recebido pouca atenção dos gestores públicos no Brasil, e a pesquisa sobre o tema ainda se encontra restrita a estudos de casos de algumas poucas cidades. Isso se deve em parte a dificuldades de disponibilidade de dados.