A energia incorporada no ambiente construído é um recurso não natural precioso. É hora de começar a tratá-la como um.
Na sede do Googleplex em Mountain View, Califórnia, o Google tem o que é, sem dúvida, um dos campi corporativos mais sustentáveis da América. Possui um novo complexo de 1 milhão de metros quadrados em um terreno de 42 acres, com edifícios futuristas monumentais do arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels e do britânico Thomas Heatherwick. Mas esses lugares não são os mesmos. Embora o novo campus tenha, sem dúvida, sido desenvolvido com um senso de dever ambiental, o campus radicalmente sustentável é o vizinho, usado pelo Google desde 2003. Previsivelmente - e felizmente - eles continuarão usando-o. Construído em 1994, já foi o lar corporativo de uma empresa de tecnologia anterior de Palo Alto, a Silicon Graphics.
https://www.archdaily.com.br/br/933006/inovacao-na-arquitetura-chega-de-novos-edificiosThomas de Monchaux
O projeto de reurbanização do Parc Jean-Drapeau em Montreal é um sinal de que a capital da província de Quebec está comprometida em resgatar e revalorizar seus mais importantes marcos urbanos. Depois de décadas de omissão por parte da administração local, um dos principais parques urbanos de Montreal - onde encontra-se edificada a icônica cúpula geodésica projetada por Buckminster Fuller em 1967 e uma escultura em escala urbana criada por Alexander Calder - será reurbanizado e devolvido à população como um novo e importante espaço de encontro e socialização para a comunidade local.
O tecido urbano da cidade de Montreal, talvez mais do que qualquer outra cidade canadense, foi profundamente alterado e transformado durante a segunda metade do século XX. A Exposição Internacional de 1967, popularmente conhecida como Expo 67, fez com que a cidade de Montreal ficasse mundialmente famosa, recebendo um número recorde de visitantes. A Expo 67 foi a feira mundial de maior sucesso do século 20 e provocou um boom na construção civil que se estendeu até o final da década de 1970.
Marte faz parte do imaginário das pessoas há décadas, servindo de tema a ficções literárias e cinematográficas que fascinaram diferentes gerações. Também tem sido objeto de desejo de ambiciosos empresários como Elon Musk e Jeff Bezos, que iniciaram uma corrida bilionária para ocupar o planeta vermelho. Mas a humanidade tem mesmo o direito de colonizar Marte? E, caso positivo, a quem interessa essa ambiciosa tarefa?
O arquiteto modernista Richard Neutra projetou dezenas de casas em Los Angeles e arredores, cada uma invariavelmente racional e espacialmente generosa. Essas qualidades foram sublinhadas pela esposa de Neutra, Dione, quando escreveu que “apenas aqueles que moram em uma casa de Neutra poderiam entender quão maravilhosas são as satisfações e delícias diárias e o quanto essa experiência ajuda a aumentar a alegria de viver."
Os Maggie's Centres são uma rede de centros de cuidados intensivos para o tratamento de pessoas afetadas pelo câncer. Desde a inauguração de sua primeira sede, a instituição tem incumbido aos mais importantes e reconhecidos nomes da arquitetura contemporânea, a difícil tarefa de projetar espaços capazes de renovar as esperanças destas pessoas, ajudando-as a encontrar forças e manterem-se positivas na luta contra o câncer.
Desde a inauguração do primeiro Maggie's Center na cidade de Edimburgo, em 1996, importantes arquitetos se uniram a esta iniciativa, desenvolvendo projetos de arquitetura inovadores e que têm provocado uma mudança de atitude nas pessoas em tratamento contra o câncer e seus respectivos cuidadores, amigos e familiares.
A cidade de Amsterdã é popular por sua arquitetura, suas pontes e canais. Junto a estes últimos, antigas cabines de fiscalização perderam seu uso e acabaram abandonadas. Um projeto recente de restauração encabeçado pelo escritório space&matter pretende dar novos usos a estas singulares arquiteturas esquecidas.
As tendências de design são frequentemente resultado de influências culturais estrangeiras, criações de vanguarda e soluções inovadoras para as necessidades em constante evolução das pessoas. Embora o mundo do design pareça um grande tabuleiro, algumas cidades conseguiram ganhar notoriedade com seus projetos recentes.
Como parte de sua lista anual de cidades com design inovador, a revista Metropolis destacou 10 cidades em 5 continentes com projetos intrigantes que harmonizaram o urbanismo contemporâneo com influências tradicionais.
O projeto Granito, de Anna Saint Pierre, busca em estruturas demolidas os ingredientes para novos materiais arquitetônicos.
Rápidas mudanças urbanas acontecem sem muitos nem perceberem. Partes inteiras da história de uma cidade desaparecem da noite para o dia:o que antes era uma parede de pedra lavrada é agora vidroe metal polido. O canteiro de obras é sempre, primeiro, um local de demolição.
Este é o raciocínio que guia Granito, um projeto da jovem arquiteta francesa e pesquisadora de doutorado Anna Saint Pierre. Desenvolvido em resposta a um complexo de escritórios do final do século XXem Paris que passaria por um grande retrofit, envolvendo sua demolição, o trabalho se desdobra de um método de preservação de material que Saint Pierre chama de "reciclagem in situ". Sua propostadefende que a coleta individual dos painéis de granito da fachada cinzenta e sombria do edifício poderia formar a base de uma economia circular. “Não mais na moda”, essa pedra melancólica — todas as 182 toneladas — seria removida e pulverizada, para então ser incorporada no piso da cobertura.
A famosa galeria subterrânea do Southbank Centre de Londres, embora abandonada e decadente há décadas - e talvez por isso mesmo -, tem sido por muito tempo um destino muito procurado por skatistas do mundo todo.
Na manhã do último dia 20 de julho, a grade temporária de proteção que isolava o local junto às margens do rio Tâmisa foi finalmente removida. Fechado para reforma, o novo Undercroft do Southbank Centre foi finalmente reinaugurado, uma paisagem topográfica de concreto com mais de 4.000 metros quadrados. Chamado de "Meca do skate", o Undercroft havia sido apropriado e transformado em um circuito completo pelos skatistas, equipado com os mais tradicionais elementos de uma a pista de skate. A reforma da galeria subterrânea do Southbank Centre, ainda cheirando à concreto fresco, procura não somente dar sobrevida a um dos ícones esquecidos da arquitetura brutalista de Londres, mas resgatar e promover a cultura do skate, uma cultura capaz de re-significar espaços esquecidos, abandonados e negligenciados.
Nascida em Teerã e profundamente motivada por referências iranianas, a arquiteta Yasaman Esmaili trabalha em projetos por todo o mundo. Entre estes estão, principalmente, trabalhos humanitários e de intervenção em zonas de crise que envolvem profundamente as comunidades locais. Um artigo recente da Metropolis Magazine discute esses projetos, bem como a história e as inspirações de Esmaili.
https://www.archdaily.com.br/br/921423/o-trabalho-comunitario-global-da-arquiteta-iraniana-yasaman-esmailiLilly Cao
Ainda que o livro A Arquitetura da Felicidade não tenha causado muito alvoroço logo após a sua publicação no início dos anos 2000, o conceito defendido pelo seu escritor, Alan de Botton, de que a arquitetura é um elemento fundamental para a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas, parece estar ganhando cada vez mais força e seguidores ao longo dos últimos anos. Pensando nisso, o Canadian Centre for Architecture de Arquitetura (CCA), em parceria com o curador Francesco Garutti, está apresentando uma exposição questionando as maneiras pelas quais a "indústria da felicidade" tem passado a explorar e controlar a vida das pessoas depois da crise financeira de 2008.
Our Happy Life, Architecture and Well-being in the Age of Emotional Capitalism (Nossa Vida Feliz, Arquitetura e Bem-estar na Era do Capitalismo Emocional) é uma exposição de projetos de arquitetura, obras de arte e fotografias. Samuel Medina, editor da Metropolis Magazine, conversou com Garutti para esclarecer os conceitos por trás da exposição do CCA, o impacto das mídias sociais em nossas vidas e o significado da arquitetura nos dias de hoje.
Caminhar pelas ruas de uma cidade observando a sucessão de edifícios do tempo e no espaço, é uma verdadeira aula de história, uma viagem no tempo. A história da arquitetura pode ser contada através destes percursos à céu aberto. A cidade de Nova Iorque talvez, seja um dos melhores exemplos disso, um livro aberto da história da arquitetura, uma experiência que vai muito além de apenas algumas jóias da arquitetura moderna, como a Lever House ou o Sagram Building.
Oitenta e cinco anos depois, a casa branca implantada na East 48th Street, projetada por William Lescaze ainda impressiona. Suas Imaculadas paredes brancas e formas puras faz com que ela se destaque em um entorno especialmente marcado por edifícios soturnos, construídos em pedra e tijolo. Ela salta aos nossos olhos assim como se destaca do plano de fachada de seus edifícios vizinhos, avançando sobre a calçada, um objeto deslocado no tempo e no espaço, uma jóia encrustada entre um típico edifício residencial de meia altura e a universal arquitetura miesiana dos arranha-céus norte-americanos. A ruptura na pureza do volume branco, atravessada por dois consistentes e desajeitados panos de tijolos de vidro, é compensada pela plasticidade da marquise de concreto e de suas formas sinuosas dos seus pavimentos inferiores. Os cinco pontos da nova arquitetura definidos por Le Corbusier e publicados em 1926 são facilmente identificáveis neste projeto (menos a cobertura jardim). Construída em 1934 a partir do que sobrou de uma antiga casa da era da Guerra Civil americana, esta foi a primeira casa modernista edificada nas ruas da cidade de Nova Iorque.
Inovação e tecnologia geralmente são apresentadas como dois conceitos semelhantes, quando não utilizadas como sinônimos. Entretanto, quando se trata de resolver os atuais problemas de nossas cidades, tecnologia nem sempre é a melhor solução.
A inovação, por outro lado, deve ser uma atuação responsiva, a qual considera todas as funções e processos de uma cidade, incluindo suas carências e potencialidades. Tecnologia pode sim ajudar, mas isso não significa que devemos confiar cegamente em tudo aquilo que surge com a promessa de resolver todos os nossos problemas.
Projetado pelo EAA – Emre Arolat Architecture, o hotel de 199 quartos em Antakya, na Turquia, foi construído com módulos pré-fabricados encaixados em uma enorme trama de vigas e colunas de aço.
Caminhamos todos os dias por calçadas e ruas, vagando pela superfície da terra sem saber os mistérios que ela oculta. Em algumas cidades, o passado permanece protegido e esquecido, enterrado em baixo do solo. Em outras porém, seus segredos brotam da terra como as flores da primavera. Escavar é redescobrir a história. Na cidade de Antakya, por exemplo, quando removemos uma pedra de lugar, revelam-se relíquias inestimáveis de um passado glorioso. Como aconteceu durante as obras do recém-inaugurado Antakya Museum Hotel, projetado pelo escritório de Emre Arolat (EAA). O projeto transformou este desafio em uma nova e ousada estratégia de preservação histórica.
A nova loja da Nike em Nova Iorque, localizada na Quinta Avenida, talvez seja a coisa mais próxima de um templo na era digital em que vivemos. Com mais de seis mil metros quadrados, ela atrai o olhar e simbolicamente supera os arranha-céus em meio aos quais se insere. A fachada é composta por painéis de vidro ondulado que geram um interessante jogo de reflexos e sombras visto tanto dentro quanto externamente. Não há ritual ou tradição, como nos templos da antiguidade, mas os aficionados pelos tênis da marca sente que finalmente encontraram o paraíso na terra.
Cada movimento artístico e de design tem uma história interessante sobre como influenciou a arquitetura, e nem todos começaram com os mesmos princípios pelos quais ficaram depois conhecidos. A Bauhaus não é exceção. Ícone das origens do movimento moderno, a famosa escola alemã foi uma instituição experimental voltada para o expressionismo, criatividade e artesanato, unindo os estilos de Art Nouveau e Arts and Crafts com desenhos modernos.
Em breve o público terá a oportunidade de experimentar a vulnerabilidade e o temor de habitar, mesmo que brevemente, o reino animal. O “Reverse Zoo”, LABIOMISTA, uma espécie de zoológico reverso, é um projeto de 60 acres encabeçado pelo artista belga Koen Vanmechelen e deve ser inaugurado em 2019.
Em uma pequena faixa de terra entre o rio Emscher e o canal Rhine Herne, na Alemanha, há um ponto de parada cuja aparência colorida desmente seu propósito radical. O projeto engenhoso da estrutura consiste em tubos condutores de dois banheiros e do Emscher (o rio mais poluído da Alemanha) e que convergem em um pequeno jardim comunitário e fonte. O jardim é, na verdade, um pântano artificial que recolhe, trata e limpa a efluência dos sanitários e do rio - tornando potável.