O Pavilhão Serpentine de 2013, a famosa obra-prima do arquiteto Sou Fujimoto, nascido em Hokkaido, diz muito sobre quem ele é e o que ele pensa sobre arquitetura. Mas, mais que isso, são as mais de 100 maquetes de estudos, às vezes meticulosamente refinados, outras rudemente executadas, que pontilham o espaço de galeria minimalista da Japan House Los Angeles. Essa exposição retrospectiva, Futures of the Future, reflete nitidamente a carreira de Fujimoto, que começou no ano 2000, quando ele abriu seu próprio escritório baseado em Tóquio e Paris.
Em sua periferia, a cidade de Columbus, no estado de Indiana, é uma cidade suburbana como qualquer outra dos Estados Unidos. Mas passeie pelo centro da cidade e você verá uma inesperada variedade de arquitetura moderna. Esta pequena cidade foi, nos últimos cinquenta anos, uma espécie de laboratório para a arquitetura, atraindo arquitetos tão diversos quanto Kevin Roche e IM Pei. As crianças frequentam a escola em um edifício projetado por Richard Meier, os fiéis frequentam uma igreja projetada por Eliel Saarinen.
O renascimento de Medellín é um dos marcos na histórias da arquitetura. Após décadas de violência urbana, a cidade hoje não é apenas (comparativamente) pacífica, mas um centro arquitetônico de nível mundial. De fato, muitos citam o desenvolvimento urbano da cidade como principal fator de seu renascimento. Mas o sucesso de Medellín às vezes obscurece o da cidade vizinha, a capital colombiana, Bogotá.
Arquitetura é uma prática profundamente dependente do visual. É concebida, comercializada, criticada e consumida quase que inteiramente através daquilo que é capaz (ou não é capaz) de comunicar visualmente. Selecionamos e produzimos imagens o tempo todo, ângulos impossíveis e perspectivas inexistentes somente para admirar as qualidades arquitetônicas de objetos que nunca verão a luz do dia.
https://www.archdaily.com.br/br/904365/destaques-da-semana-o-que-os-olhos-nao-veemKatherine Allen
O que vem à mente quando você se depara com o termo “design sensorial”? As chances são de que seja uma imagem: uma sala onde chove, um utensílio engraçado para comer, uma cadeira visivelmente texturizada. Mas as sensações, cheiros e gostos são coisas muito mais difíceis de capturar. Essa dificuldade aponta para quão profundamente arraigada é a tirania da visão. Os outros sentidos podem ser as chaves para desvendar verdades empíricas mais amplas? O viés da arte, da arquitetura e do design centrado no ocular realmente impede uma experiência coletiva mais profunda?
No lado norte do Tempelhofer Feld, um aeroporto que virou parque no sul de Berlim, há uma grande bacia. Cercada por lotes e bangalôs e percebida apenas para aqueles que a conhecem, essa depressão que remonta ao século XIX mantém a água da chuva drenada das pistas desativadas do aeroporto antes de entrar na rede de canais de Berlim.
“Sabíamos que era uma espécie de local secreto no centro da cidade que ninguém tinha no mapa”, explica Benjamin Foerster-Baldenius, da Raumlabor Architects. Ou melhor, até este verão.
É justo dizer que a casa francesa E-1027 de Eileen Gray não viveu uma vida encantadora: ela sobreviveu à profanação de Le Corbusier, foi alvo dos nazistas,por um período foi destino de orgias e drogas, e esteve perto do abandono. No entanto, ultimamente, o futuro da infame casa parece mais otimista: a Cap Moderne, uma organização sem fins lucrativos dedicada a reabilitar e abrir o edifício como um destino cultural, lançou recentemente uma campanha de financiamento coletivo para continuar a restauração da edificação. Nos últimos anos, o trabalho dos restauradores concentrou-se na recriação dos móveis projetados por Eileen Gray e os últimos esforços concentram-se na sala de jantar. Como esse ambiente - e toda a casa - perdeu seus móveis e entrou em ruínasé uma longa história, com muitas reviravoltas.
Na mais recente e última lista da revista Metropolis Magazine feita a partir da análise das cidades do design, o foco não está na produção ou mesmo na cultura, mas nas próprias cidades enquanto focos de inspiração. Para os designers entrevistados, as cidades listadas foram aquelas que fizeram seus corações baterem mais forte.
https://www.archdaily.com.br/br/901253/as-10-cidades-mais-inspiradoras-do-design-em-2018-segundo-a-metropolis-magazineKatherine Allen
Este artigo foi originalmente publicado pela Metropolis Magazine sob o título "Taking a Second Look at This Year's Nebulous Venice Architecture Biennale."
Uma das poucas verdades incontestáveis que emergiram durante a 16ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, inaugurada no último dia 26 de maio e aberta ao público até o próximo dia 25 de novembro, é que a sensibilidade e habilidade em projetar não necessariamente fazem de um arquiteto um bom curador de uma bienal.
Quando agosto chega ao fim e nossas férias - seja do trabalho ou da escola - já começam a parecer lembranças distantes, talvez seja um bom momento para refletir sobre nossa fé no que fazemos. Às vezes, a arquitetura nos proporciona a possibilidade de supervisionar mudanças maciças e empolgantes. Às vezes os projetos não funcionam, apesar dos nossos melhores esforços. E às vezes, eles não são tão capazes de gerar mudanças quanto acreditamos que sejam. As histórias desta semana tocaram em nossa fé na arquiteturade várias formas, desde as literais (como as igrejas brilhantes de Kerala) até as mais abstratas (como quanto o bom gosto num projeto de fast-food pode resultar em verdadeiros bons sabores). Leia a seguir a revisão desta semana.
Na continuação da lista das Dez cidades mais proeminentes no design, a Metropolis Magazine divulgou sua lista das cidades mais "movimentadas" no campo do design em 2018. Ao contrário dos grandes centros urbanos na lista anterior, elas são um pouco menores - mas surpreendem por serem tão vibrantes.
https://www.archdaily.com.br/br/900501/as-dez-cidades-mais-surpreendentes-no-campo-do-design-em-2018-segundo-a-metropolis-magazineKatherine Allen
Para suas tradicionais listas de cidades, este ano a Metropolis Magazine adotou uma abordagem incomum: uma pesquisa de campo, perguntando para cerca de 100 profissionais do campo do design de todo o mundo suas opiniões e palpites. O resultado? Uma lista que apresenta não apenas as cidades que você esperaria (Milão, Londres, Berlim), mas algumas potências que podem não ter sido notadas até agora.
https://www.archdaily.com.br/br/900502/as-dez-cidades-mais-proeminentes-no-design-segundo-a-metropolis-magazineKatherine Allen
Concluído em 1966, o Sewoon Sangga é uma megaestrutura residencial construída no coração de Seul. Projetado pelo proeminente arquiteto sul-coreano Kim Swoo-geun, este enorme edifício de uso misto é composto por oito blocos em altura cobrindo uma faixa de um quilômetro de extensão em pleno centro da cidade. Como um projeto extremamente inovador para a época, ele foi concebido como uma pequena cidade independente, contando com todas as comodidades necessárias para a vida de seus moradores além de um parque, um grande átrio de acesso e um deck para pedestres. Infelizmente, durante a execução muitas das ideias utópicas de Kim foram por água abaixo devido às limitações dos sistemas construtivos. Já no final da década de 1970, o Sewoon Sangga passou por um voraz processo de abandono, deixando centenas de unidades residenciais vazias assim como a grande maioria dos espaços comerciais, que se deslocaram para o outro lado do rio no novo distrito de Gangnam, em rápida expansão e desenvolvimento. Devido a sua localização central e a queda vertiginosa dos preços dos aluguéis, a megaestrutura foi sendo ocupada pelo comércio informal e abrigando uma série de atividades ilícitas.
No universo da arquitetura, o termo “pós-digital” pode ser usado com diferentes significados. Alguns o utilizam para referir-se a um estilo de renderização que se tornou popular entre estudantes, e cada vez mais, também entre os escritórios de arquitetura. Outros emprestam o seu significado para definir objetos arquitetônicos construídos, assim como tudo aquilo que tange a onipresença da esfera “digital” em nossa vida contemporânea.
A arquitetura sempre foi multidisciplinar, exigindo novos conhecimentos para cada projeto e desafiando os profissionais a manterem sua mente e a curiosidade aguçadas. Esta noção parece fazer mais sentido do que nunca, com arquitetos voltando sua atenção para novas tecnologias, agricultura, ciência de dados... e até mesmo para Marte.
https://www.archdaily.com.br/br/899761/todays-rising-stars-in-design-metropolis-magazine-reveals-their-picksKatherine Allen
O tema da diversidade na arquitetura tem se mantido relevante e aquecido nos últimos anos - no entanto, um artigo recente publicado pela Metropolis Magazine oferece um relato que é, de algum modo, surpreendente: uma celebração das contribuições únicas de mulheres arquitetas no antigo estado socialista da Iugoslávia. De acordo com o artigo, as mulheres destacadas deixaram sua marca na história da Iugoslávia "apesar, não do desmantelamento do estado, mas daquela cultura regional e profissional dominada por homens."
Shusaku Arakawa e Madeline Gins - artistas visuais, escritores conceituais e arquitetos autodidatas - acreditavam que, através de uma transformação radical da arquitetura, os seres humanos poderiam resolver a grande falha do projeto humano: evitar a morte. (Sua vez, Norman Foster.)
Arakawa e Gins desenvolveram apenas cinco projetos ao longo de suas vidas - três no Japão e dois nos Estados Unidos - porém, taxá-los de não-convencionais seria subestimar grosseiramente o seu trabalho. Uma viagem lisérgica em meio a um parque; um edifício de apartamentos extremamente colorido como se tivesse saído de uma animação da Pixar; ou lofts sem portas com pisos irregulares que reproduzem uma geografia acidentada. Não é por capricho ou para causar estranheza, o mote da dupla - apelidado de Destino Reversível - tinha um objetivo sério em promover a longevidade do ser humano, através de projetos que ativassem e estimulassem o corpo e a mente das pessoas.
https://www.archdaily.com.br/br/896657/quem-foram-os-artistas-arquitetos-que-defendiam-uma-arquitetura-psicodelica-capaz-de-promover-a-longevidadeDante A. Ciampaglia
O que não pode ser feito na pista de dança? Não muito, disse o Gruppo 9999 do Radical Design dos anos 1960, argumentando que as boates deveriam ser “um lar para tudo, do rock ao teatro e artes visuais”. Outros artistas e designers - incluindo o pintor Jean- Michel Basquiat, o arquiteto Peter Cook, do Archigram, e o criador da "catedral da rave" de Manchester, Ben Kelly - viam a pista de dança como um ambiente mais subversivo: onde os limites podiam ser confusos e limiares cruzados, onde festas e política podiam ser entrelaçadas no escuro para canalizar uma revolução cultural. A exposição Night Fever no Vitra Design Museum apresenta esta concepção da boate como uma Gesamtkunstwerk social.