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Oito exemplos históricos de habitação coletiva em São Paulo

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A história da habitação coletiva tem sido o tema de interesse do grupo de pesquisa PC3 - Pensamento Crítico e Cidade Contemporânea, da FAUUSP, coordenado pelos professores Leandro Medrano e Luiz Recamán. Através dos Cadernos de Habitação Coletiva – desenvolvidos a partir de um acordo de cooperação entre pesquisadores da FAUUSP e da ETSAM-UPM de Madri – o grupo explora os exemplares mais relevantes deste tipo de programa no Brasil.

Segundo a plataforma do grupo, "o objetivo principal dos Cadernos de Habitação Coletiva tem sido realizar uma base completa de dados organizada por décadas que inclui os edifícios de habitação coletiva brasileiros mais relevantes, tanto projetados quanto construídos." A seguir, reunimos oito experimentos de habitação coletiva construídos em São Paulo entre as décadas de 1930 e 1960, estudados em detalhes nos CHC e disponibilizados em artigos individuais aqui no ArchDaily.

Uma nova política habitacional para São Paulo: Conjunto Residencial Santo Antônio

Este empreendimento, concebido e iniciado no governo de João Goulart, pode ser considerado um exemplo de transição entre a antiga gestão do IAPB [Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários] e a nova política habitacional que começa a ser implementada em 1964.

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Habitação como centralidade urbana: o Conjunto Residencial da Várzea do Carmo

O plano original do Conjunto Residencial Várzea do Carmo, elaborado por uma equipe do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários - IAPI coordenada pelo arquiteto e urbanista Attilio Corrêa Lima, é uma das propostas mais vanguardistas do período tratado neste livro. Seu urbanismo, radicalmente moderno e racionalista, vai além dos modelos consagrados de bairros residenciais: propõe a criação de uma centralidade urbana tendo como ponto de partida um conjunto de habitação operária.

Projetos de habitação em zonas industrializadas: o caso do Conjunto Residencial da Móoca

O Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários - IAPI contratou um importante arquiteto carioca, Paulo Antunes Ribeiro, presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) nos anos 1950, para elaborar este projeto situado no bairro industrial na Mooca, região já bastante consolidada na década de 1940. Ocupando um grande vazio urbano, o conjunto é formado por dezessete blocos, que foram implantados buscando obedecer a uma organização racional, embora sem o mesmo rigor geométrico que Attilio Corrêa Lima havia adotado na Várzea do Carmo. No fracionado tecido urbano da Mooca, Ribeiro introduz um projeto urbanístico moderno, que elimina o tradicional parcelamento do solo e cria um grande espaço público onde os blocos são implantados junto às áreas verdes.

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Verticalização e qualidade espacial em habitação coletiva: Conjunto Residencial 9 de Julho

Localizado no encontro das avenidas Nove de Julho e São Gabriel (Antiga Avenida Flora) e da Rua Groelândia, entre os bairros Jardim América e Itaim-Bibi, este conjunto, com seus três edifícios de doze pavimentos, tornou-se um importante marco de referência num dos mais importantes eixos de ligação entre o centro e a zona sul de São Paulo.

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Racionalidade de modulação e repetição no projeto habitacional: Edifícios Guarapirá e Hicatu

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Imaginado como um grande empreendimento residencial numa área de expansão da cidade de São Paulo, o Conjunto Residencial Jardim Ana Rosa iniciou seu projeto de loteamento em 1950, na região da Vila Mariana, em frente ao Largo Ana Rosa. O empreendimento, realizado pelo Banco Hipotecário Lar Brasileiro contava com a participação de vários arquitetos proeminentes em São Paulo no momento, como Abelardo de Souza, Plínio Croce, Roberto Aflalo e Salvador Cândia. Em sua versão inicial, o projeto previa alguns edifícios lindeiros à Av. Vergueiro e a maior parte da área destinada a residências unifamiliares.

Cadernos de Habitação Coletiva - Conjunto Residencial Vila Guiomar

Depois de cursar engenharia civil na Escola de Minas de Ouro Preto, Carlos Frederico Ferreira, de volta ao Rio de Janeiro, sua cidade natal, ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, graduando-se em arquitetura em 1935. Em 1939 foi contratado pelo IAPI como engenheiro arquiteto e logo se estabeleceu no cargo de chefe do Setor de Engenharia do Instituto. Em 1943, vendo realizada parte do primeiro grande núcleo habitacional, o Conjunto Residencial Operário em Realengo, pôde iniciar seu trabalho de estender o modelo para outras localidades. Os projetos de Vila Guiomar em Santo André e Piratininga em Osasco, bem como o edifício de apartamentos e Sede da Delegacia do IAPI em Recife, todos de sua autoria mostram como, por meio do cargo que assumiu, ele quis direcionar a linha de empreendimentos que o Instituto deveria seguir.

A habitação coletiva com linguagem híbrida: Conjunto Residencial Santa Cruz

A habitação coletiva com linguagem híbrida: Conjunto Residencial Santa Cruz - Image 2 of 4

O conjunto localiza-se na Rua Santa Cruz, na Vila Mariana, próximo da Casa Modernista de Gregori Warchavchik, e é composto de 23 blocos com três pavimentos implantados em uma gleba triangular de 61,9 mil m2. A maioria dos blocos foi disposta com as fachadas voltadas para a direção leste-oeste e com uma distância que permite a insolação dos apartamentos.

Experiência pioneira de moradias econômicas na área central: Edifício Japurá

Experiência pioneira de moradias econômicas na área central: Edifício Japurá - Image 6 of 4

O Conjunto Residencial Armando de Arruda Pereira, conhecido como Edifício Japurá, apresentado ao IAPI em 1945, pelo arquiteto Eduardo Kneese de Mello, destaca-se por ser uma experiência pioneira de produção de moradias econômicas na área central e por representar uma das primeiras aplicações do conceito corbusiano de unité d’habitation no país.