Após décadas de crises socioculturais e econômicas em todo o mundo, a comunidade arquitetônica percebeu que é hora de "projetar como se ela se importasse". E com isso, abraçou um movimento que viu arquitetos e designers usarem suas habilidades a fim de desenvolver soluções para crises humanitárias, desde a construção de habitações modulares e mapeamento de paisagens, até o desenvolvimento de aplicativos ou documentários, tudo de um ponto de vista altruísta. Mas, já que, o trabalho pro bono ainda não está enraizado no ethos da arquitetura, como os arquitetos romperam com o modelo tradicional de arquitetura “corporativa” e estabeleceram uma forma de garantir a responsabilidade ética pelo bem-estar humano?
social: O mais recente de arquitetura e notícia
Respostas arquitetônicas para crises humanitárias: indo além do projeto
"Urbanismo cidadão é um conceito que estamos promovendo a partir da América Latina": Lucía Nogales da Ocupa tu Calle
Lucía Nogales é a coordenadora geral da "Ocupa tu Calle" - uma iniciativa promovida por Lima Cómo Vamos e apoiada pela Fundação Avina e pela ONU Habitat - que se concentra no "urbanismo cidadão" na América Latina para cidades mais justas, inclusivas e resilientes.
A Casa de Jajja: casas auto-construídas para mulheres em Uganda
Este artigo é uma colaboração do Colectivo RE e foi publicado originalmente em 02 de agosto de 2020, na segunda edição de Huevo de Pato, uma publicação que tem por objetivo compartilhar reflexões e experiências como estratégia para a democratização do saber e do fazer.
Quão equitativa é a arquitetura?
Neste mês de setembro começará a 4ª edição da Bienal de Arquitetura de Chicago com o título Available City [Cidade Disponível], uma ocasião perfeita para abrir o debate sobre o papel da arquitetura na equidade urbana.
Desenho ecológico: estratégias para cidades vulneráveis na América Latina
Em nossas cidades, frente a todos os urgentes desafios globais que enfrentamos hoje—crises ambientais, sanitárias e econômicas—, há uma questão importantíssima a qual deveríamos tentar responder antes de todas as outras: como preparar as populações mais vulneráveis para enfrentar estes desafios?
Acontece que os dados não são nem um pouco animadores, ao mesmo tempo que a população urbana continua crescendo a um ritmo muito acelerado—produto de uma população desesperada por um futuro melhor e mais promissor—, nos encontramos com o fato de que as cidades, cada dia mais, são as principais responsáveis pela criação e o agravamento destes mesmos problemas. Nesta linha, há outro dado muito particular que tem muito a dizer sobre a atual condição de nossas cidades: 3 em cada 5 cidades da América Latina e Central encontram-se em áreas onde desastres naturais costumam ocorrer com frequência.
Realidades incômodas da habitação social na América Latina
Concluindo a série de artigos sobre o estudo da habitação social na América Latina, Nikos A. Salingaros, David Brain, Andrés M. Duany, Michael W. Mehaffy e Ernesto Philibert-Petit apresentam uma reflexão sobre os altos preços da terra, grandes esquemas e desestabilização nacional. Confira, a seguir.
Espaços públicos: lugares de protesto, manifestação e engajamento social
Por definição, “espaço público” é uma terminologia que aborda a noção de propriedade da terra, sugerindo que esse não pertence a ninguém em particular, mas ao próprio estado e portanto, a todos e cada um de nós. Isso significa que a manutenção destes espaços é uma obrigação que recai sobre as administrações públicas, seja em âmbito municipal, estadual ou federal. Abertos, gratuitos e acessíveis, espaços públicos encontram a sua relevância não apenas em suas definições legais, mas principalmente quando assumem um papel ativo em direção à mudança.
Espaços públicos são lugares de protestos e manifestações – poderosas ferramentas de expressão social e transformação política. Desde a marcha em Washington por melhores oportunidades e liberdade de expressão em 1963, passando pela Primavera Árabe em 2010 até a mais recente onda mundial de manifestações em defesa da vida e contra toda forma de discriminação racial, historicamente, espaços públicos operam como uma importante ferramenta de transformação social. Em momentos como esse, enquanto ainda precisamos “ir às ruas” para lutar por nossos direitos, para nos fazer ouvir e sermos vistos, os espaços públicos finalmente voltam à estar no centro das atenções – lançando uma nova luz sobre o seu importante papel na construção da identidade coletiva e como ferramenta de expressão social.
Habitação social na América Latina: urbanismo como libertação do ideal de casa
Na continuação da série de artigos sobre o estudo da habitação social na América Latina, Nikos A. Salingaros, David Brain, Andrés M. Duany, Michael W. Mehaffy y Ernesto Philibert-Petit apresentam uma reflexão sobre a imagem idealizada da casa desejável e a importância de levar a sério as expectativas das pessoas.
Problemas e soluções para a habitação social na América Latina
Dando sequência à série de artigos sobre habitação social na América Latina, Nikos A. Salingaros, David Brain, Andrés M. Duany, Michael W. Mehaffy e Ernesto Philibert-Petit apresentam uma reflexão sobre os problemas e soluções para as favelas.
Pelas pessoas e para as pessoas: O que é arquitetura pública de acordo com nossos leitores
Na última semana convidamos nossos leitores pelas redes sociais a darem suas opiniões a respeito da pergunta: "O que significa arquitetura pública para você?". Essa é uma reflexão que faz parte do debate arquitetônico de forma permanente e entra em jogo em diversos tipos de projeto, sobretudo nos que se referem ao planejamento dos espaços de uso comum nas cidades.
O que significa co-living?
Muitos de nós já moramos, estão morando ou viverão em uma república de estudantes - uma boa mistura entre moradia barata e convivência intensa com amigos e colegas. Por uma quantia razoável, é possível ter um quarto individual e dividir espaços comuns. Pois, cada vez mais, não são só universitários que estão vivendo desta forma. O conceito de co-living vem se firmando como uma solução atrativa e eficaz.
Participação como princípio básico da habitação social: aplicando o trabalho de Christopher Alexander
O artigo a seguir faz parte de uma série desenvolvida por Nikos A. Salingaros, David Brain, Andres M. Duany, Michael W. Mehaffy e Ernesto Philibert-Petit, que enfoca as particularidades da habitação social na América Latina. Este texto explora o papel da participação nos processos de projeto e construção de um tecido urbano saudável baseado na experiência de Christopher Alexander. Reveja as outras matérias e o novo artigo, a seguir:
7 arquitetos criam 7 novos espaços comunitários sob um viaduto japonês em desuso
Um trecho de mais de 100 metros sob um viaduto de trem em Koganecho, distrito de Yokohama, Japão, sofreu uma reforma progressiva em que sete tipos diferentes de espaços comunitários, cada um projetado por um arquiteto diferente, foram construídos dentro de uma grade espacial pré-definida. Historicamente, havia muitas questões sociais na área, em grande parte em relação ao seu lucrativo mas perigoso mercado negro e como área de prostituição. Uma vez que a atividade ilegal foi erradicada em 2005, a passagem subterrânea apresentou uma grande oportunidade de redesenvolvimento social, e o projeto resultante - o Centro Koganecho - enfatizou um antigo compromisso cultural japonês, onde o que uma vez foi quebrado é usado para fazer algo novo .
Conheça e baixe os guias oficiais de desenho arquitetônico Mapuche e Aymara no Chile
Mais de um milhão e meio de pessoas no Chile pertencem a um dos nove povos originários reconhecidos pelo Estado pela Lei 19.253: Aymara, Quechua, Atacameño, Colla, Diaguita, Rapa Nui, Mapuche, Kawéskar e Yagán. Apesar de representarem 9,1% da população nacional, não são reconhecidos a nível constitucional, e sua cultura (inclusive sua existência) é desconhecida pela grande maioria dos chilenos.
Alinhada à Lei 19.253, que exige "respeitar, proteger e promover o desenvolvimento dos indígenas, suas culturas, famílias e comunidades, adotando as medidas adequadas para tais fins", a Direção de Arquitetura do Ministério de Obras Públicas (MOP) do Chile publicou, em 2003, o primeiro guia de desenho arquitetônico para os povos originários Mapuche e Aymara, os mais populosos do país.
Reinterpretação do habitar wichi: a construção de uma residência para os povos nativos
Recentemente concluiu-se a construção de um protótipo de residência modular para uma comunidade original da Argentina. Trata-se da materialização de um projeto dos estudantes Tomás Gulle, Rodrigo Carnero Vidal e Ariel Álvarez Cueto, da Universidade Nacional de Córdoba, que reinterpreta as características das residências Wichis localizadas na província de Salta.
O projeto permite conhecer e refletir, no âmbito acadêmico, sobre a realidade na qual vivem os povos nativos na Argentina, fornecendo um meio adequado onde aprendam, deem valor e, assim, potencializem seus costumes e cultura.
Conheça o processo de projeto e construção de uma residência para os Wichis, a seguir.
Comunidade que se respeita tem uma capela: a experiência do Ateliê 'Con lo que hay' no Equador
Junto à assessoria técnica de ENSUSITIO Arquitectura, o escritório acadêmico Con lo que hay da Faculdade de Arquiteturam, Design e Artes da Pontifícia Universidade Católica do Ecuador (FADA-PUCE) compartilha conosco o processo de projeto e construção de seu sexto projeto: a Capela San José de Oales na comunidade agrícola equatoriana de mesmo nome.
"Comunidade que se respeita tem uma capela", proclamaram os vizinhos ao encarregar a construção, antes de deixar claro seu categórico repúdio à tipologia convencional da capela. Em resposta, Con lo que hay optou por resgatar a estreita relação que a comunidade desenvolve com a natureza, a agricultura e sua coesão familiar para o projeto final. Tal como a visão da natureza como pai e mãe, tudo gira em torno dela: uma grande árvore altar atua como eixo central de uma estrutura atirantada, onde os fiéis estão dispostos radialmente em torno dele.
"Quando a arquitetura não se reduz aos espaços, mas a como estes são concebidos, isso dá a voz necessária aos sem voz. Das mães, suas famílias e campos nasce esta capela", explica Enrique Villacis Tapia de ENSUSITIO.