Em 2007, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, propôs a tarifação de congestionamento em Manhattan. A Assembleia Legislativa do Estado rejeitou o plano. Quinze anos depois, ainda estamos debatendo a ideia, perdendo tempo enquanto o planeta queima.
O problema mais recente é que um novo estudo ambiental e modelo de tráfego do MTA, a avaliação ambiental do programa de pedágios do distrito empresarial central, diz que o que é bom para os 1,63 milhão de habitantes de Manhattan e também do planeta, em geral, aumentará a poluição no já insalubre ar no Bronx. Sim, é um problema. Transformar o perfeito em inimigo do bom também é um problema. Precisamos de um plano que beneficie a todos.
Os interessados em comprar meios de transporte que gastem pouco ou nenhum combustível podem contar com uma linha de crédito. O Banco do Brasil (BB) lançou este mês a linha BB Crédito Mobilidade, que financiará itens como bicicletas, patinetes, scooters elétricas ou mecânicas e motos abaixo de 125 cilindradas em até cinco anos.
No debate urbanístico, a defesa do transporte coletivo é quase tão consensual quanto recorrente. Propostas como o desenvolvimento orientado para o transporte (TOD), que defende o adensamento das cidades de forma coordenada com corredores de transporte, têm ganhado força nas últimas décadas: saíram da academia e foram para as recomendações e estudos de caso de instituições como o Banco Mundial, para as propostas de políticos, documentos oficiais e já se encontram em várias intervenções urbanas mundo afora — de Curitiba a Toronto, principalmente na Ásia.
Aproximadamente metade das crianças e jovens entre cinco e 14 anos mortas no trânsito no planeta são pedestres e quase um terço são passageiras de veículos motorizados. No Brasil, o trânsito é a principal causa de morte não-natural de crianças nessa faixa etária. De acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, somente entre janeiro e agosto de 2021, o SUS totalizou mais de seis mil crianças e jovens hospitalizados em estado grave devido a atropelamentos no país.
Reverter esse cenário passa por tornar as nossas ruas mais seguras e confortáveis para a caminhada, pensando principalmente nas necessidades das crianças. A cidade que atende bem a uma criança é uma cidade mais próspera e agradável para toda sua população.
De tempos em tempos, há pessoas que propõem transporte público gratuito. Os apoiadores têm uma variedade de motivos, incluindo uma tentativa de comparar com carros, socialismo ideológico, externalidades positivas e a eficiência de se livrar da cobrança de tarifas.
https://www.archdaily.com.br/br/984731/os-custos-do-transporte-publico-gratuitoAlon Levy
Desde o higienismo no início do século 20 ao macroplanejamento da urbanização nos anos 1970, o modelo de urbe visava à abertura de largas avenidas, que faziam a articulação entre bairros (centro e extensão) através dos transportes motorizados: a cidade sobre pneus. Este modelo de urbanização norte-americano, seguido pelas cidades brasileiras, privilegia a verticalização das edificações e os transportes individuais em detrimento dos transportes coletivos.
Durante a pandemia, em um momento em que muitos dos padrões aceitos de vida na cidade foram alterados, bairros e comunidades ao redor do mundo estão começando a considerar a possibilidade de não voltar a ser como eram.
Várias pessoas precisaram vender seus carros por ficarem mais tempo em casa e isso teve uma consequência nas ocupação das vagas de estacionamento. Ao mesmo tempo, atividades ao ar livre foram estimuladas e até comer e fazer compras no meio da rua com ventilação natural se tornou mais saudável para diminuir os índices de contaminação.
Em 1870, o tempo médio de trabalho semanal nos EUA era de 57 horas, em 2000, já tinha caído para 39 horas, redução de 32%. A França passou de 66 para 34 horas, redução de quase 50%. No mundo, a redução da jornada de trabalho foi em média de 64 para 36 horas, mostrando que a evolução tecnológica pode ter contribuído para a redução do tempo dedicado às atividades laborais.
A pandemia da Covid-19 levou muitas cidades a acelerar a implementação de ciclovias pop-up ou temporárias para facilitar viagens seguras durante os períodos mais críticos da crise sanitária. Muitas dessas ciclovias foram inovadoras em seus contextos – vide o caso de Buenos Aires, que implementou, pela primeira vez, ciclovias em grandes avenidas, oferecendo conexões mais diretas para quem pedala.
https://www.archdaily.com.br/br/983552/5-licoes-latino-americanas-para-a-implementacao-de-infraestruturas-para-a-bicicletaSonia Aguilar, Arie Gurts Novoa , Adriana Jakovcevic, Jessica Kisner Giraldo, Surya Salgado, Paula Santos e Juliana Vega
Várias cidades têm experimentado taxas oscilantes nos serviços de transporte público em um esforço para promover a mobilidade sustentável, aliviar o congestionamento e diminuir a desigualdade social. Em fevereiro passado, Salt Lake City interrompeu a cobrança de tarifas por um mês para reduzir as emissões de carbono na região. No final de março, a cidade italiana de Gênova estendeu o acesso gratuito a algumas de suas redes de transporte público, após uma experiência bem-sucedida iniciada no final de 2021 em um plano ambicioso para se tornar a primeira cidade italiana com transporte gratuito. Enquanto isso, o pequeno ducado de Luxemburgo se tornou o primeiro país do mundo com transporte público gratuito em 2020.
“Deixe-me dizer o que penso da bicicleta. Ela tem feito mais para emancipar as mulheres do que qualquer outra coisa no mundo. Ela dá às mulheres um sentimento de liberdade e autoconfiança. Eu aprecio toda vez que vejo uma mulher pedalando... uma imagem de liberdade”. Susan Anthony, uma das mais importantes lideres sufragistas norte-americanas, disse isso no início do século XX, enaltecendo o poder libertário representado pela mulher e sua bicicleta na época.
No Dia Mundial da Bicicleta, celebrado no dia 3 de junho, a Prefeitura de São Paulo, em parceria com as empresas Tembici, Itaú Unibanco e iFood, lançou o primeiro projeto de bicicletas elétricas compartilhadas com sistema de estações fixas na capital paulista.
As 500 bikes elétricas começam a chegar ao sistema de forma gradual na semana passada, em modelo similar ao já em operação no Rio de Janeiro. Até o final do ano, o número deve subir para 1000 unidades. São Paulo possui 700 quilômetros de ciclovia e, conforme o Plano e Metas da Prefeitura, terá em dezembro de 2024 mil quilômetros.
No início da era do automóvel, suponha que Henry Ford e John D. Rockefeller tivessem perguntado como os planejadores urbanos poderiam aumentar a demanda por carros e gasolina. Considere três opções. Primeiro, divida a cidade em zonas separadas (moradia aqui, empregos ali, compras acolá) para criar viagens entre as zonas. Depois, limite a densidade para espalhar tudo e aumentar ainda mais as viagens. Terceiro, exija amplo estacionamento fora das vias em todos os lugares, para que os carros sejam a maneira mais fácil e barata de viajar.
É preciso desacelerar o trânsito nas cidades brasileiras – e rápido. Esta é uma questão de saúde pública, já que sinistros de trânsito estão entre as principais causas de morte em todo o mundo. E uma questão de qualidade de vida e equidade, já que cidades que reduzem efetivamente as velocidades dos veículos tornam-se mais seguras, acolhedoras e vibrantes para todas as pessoas.
https://www.archdaily.com.br/br/982075/8-abordagens-e-tendencias-para-promover-transito-seguro-e-espacos-publicos-de-qualidadePaula Manoela dos Santos, Bruno Rizzon e Adriana Jakovcevic
Planejamento urbano é do interesse de todos, mas não é assunto para iniciantes. Por isso, o Arquicast convidou profissionais que contribuem diretamente para o campo através de muita pesquisa e experiência prática para uma conversa. Participam do podcast Roberto Ghidini, engenheiro, observador urbano, fundador da Sociedad Peatonal e doutor em Urbanismo pela UPM (universidade politécnica de Madri); e João Flávio Folly, arquiteto, mestre em Urbanismo pela UFF e doutorando em mobilidade e Urbanismo pelo PROURB/UFRJ.
No final de 2021, a cidade portuária de Gênova, na Itália, concedeu à população a gratuidade em passagens de transporte público. Devido ao sucesso da iniciativa, o experimento, marcado para terminar em 31 de março de 2022, foi prorrogado por mais quatro meses.
Os sistemas verticais (como elevadores e funiculares) continuarão sendo gratuitos todos os dias da semana sem limite de tempo, enquanto que o passe livre para o metrô é garantido no arco de dois horários: todos os dias das 10h às 16h e das 20h às 22h. O acesso grátis valerá até 31 de julho.
A Assembleia Municipal de Lisboa, capital de Portugal, aprovou, por quase unanimidade, a proposta de gratuidade no transporte público para jovens até os 18 anos, estudantes do ensino superior até os 23 anos e pessoas acima de 65 anos.
O passe livre, que deve incentivar o uso de transportes coletivos, é válido para residentes na cidade. A decisão foi anunciada pelo presidente da Casa, Carlos Moedas, que ocupa função equivalente à de prefeito no Brasil.
Uma embarcação autônoma ecológica vai começar a fazer o transporte de passageiros pelos canais de água do Rio de Janeiro em dezembro de 2022. O novo projeto de mobilidade urbana é fruto de uma parceria entre o Hotel Urbano – Hurb, plataforma de viagens, e a TideWise, empresa latinoamericana do segmento de barcos autônomos.
A nova parceria vai explorar algumas rotas hidroviárias da cidade para conectar atrações turísticas e polos importantes, como o Pão de Açúcar e o centro do Rio e a Península na Barra da Tijuca e a estação de metrô Jardim Oceânico.
https://www.archdaily.com.br/br/980351/barcos-autonomos-transportarao-passageiros-no-rio-de-janeiroArchDaily Team