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Urbanismo: O mais recente de arquitetura e notícia

Segregação urbana em 6 fotografias: desigualdade vista de cima

Diz-se que o mundo está cada vez mais desenvolvido quando na realidade está, inegavelmente, mais tecnológico e globalizado. Contudo, parece arriscado falar em desenvolvimento quando os avanços não se apresentam em todos os lugares nem para todos os habitantes.

Num panorama tão desigual, uma seleta parte da população global desfruta dos ditos avanços, ao passo que um enorme contingente vive abaixo da linha de pobreza sem as menores condições de infraestrutura.

Tais contrastes passam muitas vezes despercebidos no cotidiano da cidade, entretanto, estão estabelecidos numa relação díptica com o traçado urbano, sendo, ao mesmo tempo causa e consequência de profundas marcas no desenho da cidade. No Brasil, por exemplo, temos as favelas e comunidades pobres que contrastam com a arquitetura de edifícios e casas de classe média alta, planejados e construídos com os recursos necessários.

ELEMENTAL propõe 14 km de passeios para pedestres e ciclovias em Santiago

O escritório ELEMENTAL divulgou detalhes sobre o projeto de criação de um percurso para pedestres e ciclistas que em 14,5 km de extensão juntará as comunidades de Vitacura, Providencia, Recoleta e Huechuraba, rodeando a base da colina de San Cristóbal e seguindo a linha do antigo Canal del Carmen, na cidade de Santiago, Chile.

O custo total do projeto será na ordem dos 16 milhões de dólares, e será realizado em duas etapas. A primeira estará finalizada em março de 2015 e ocupará o setor ocidental do parque, com 7,2 km de extensão. A segunda etapa deverá ser entregue em setembro de 2015, e será desenvolvida no setor leste, com uma extensão de 7,3 km.

Conheça a seguir a proposta do ELEMENTAL, que busca gerar um espaço que facilite a intensidade de uso, promovendo o desenho de espaços públicos de qualidade: "O Passeio Metropolitano, por ser plano, horizontal e sem cruzamento de veículos promove um local mais democrático do espaço público".

ELEMENTAL propõe 14 km de passeios para pedestres e ciclovias em Santiago - Image 2 of 4ELEMENTAL propõe 14 km de passeios para pedestres e ciclovias em Santiago - Image 3 of 4ELEMENTAL propõe 14 km de passeios para pedestres e ciclovias em Santiago - Image 4 of 4ELEMENTAL propõe 14 km de passeios para pedestres e ciclovias em Santiago - Image 5 of 4ELEMENTAL propõe 14 km de passeios para pedestres e ciclovias em Santiago - Mais Imagens+ 7

Seminário “Desafios da prosperidade local: o programa de melhorias habitacionais em favelas”, no IAB-RJ

As diferentes experiências de habitação em favelas serão discutidas no seminário “Desafios da prosperidade local: o programa de melhorias habitacionais em favelas”. O evento, promovido pelo Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, acontece amanhã, 20 de maio, no auditório da sede do IAB-RJ, às 18h. A participação é gratuita e aberta ao público.

O seminário vai contar com apresentações de Ruth Jurberg, da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop); Carina Saito, da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP); Mário Vieira, diretor executivo da ONG Habitat para a Humanidade; André Franco, da Rede Interação; e Ana Cláudia Rossbach, representante regional para América Latina e Caribe da Cities Alliance.

Código de Ética e Disciplina do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil

Ao longo de dezoito meses, entre 2012 e 1013, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo - CAU/BR -, através da participação de membros dos diferentes conselhos estaduais, organizou reuniões para elaborar o Código de Ética e Disciplina do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, um documento que constitui uma ferramenta essencial para a qualificação da prática profissional no Brasil.

Documento inédito no país, o Código se coloca com um meio de renovar as relações dos arquitetos e urbanistas com a profissão e com a sociedade. Para isso, define os parâmetros deontológicos que devem orientar a conduta dos profissionais registrados nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo.

The Goods Line Project: O novo centro urbano de Sydney

Em novembro deste ano, Sidney terá um novo centro urbano e um grande parque no setor sul da cidade: The Goods Line. Inspirado no projeto de reconversão urbana nova-iorquino High Line, o plano para a cidade australiana considera a transformação de um espaço de 500 metros de largura que há entre a Praça de Trens e o Porto Darling em um novo polo cultural que já conta com algumas das instituições culturais e educativas mais importantes da cidade, como a Prefeitura de Sidney, o Museu Powerhouse e a Universidade de Tecnologia de Sidney, entre outras.

O projeto considera a reutilização do espaço por onde passava um trem de carga industrial até 1854, ano em que as vias foram bloqueadas e as que, até antes do anúncio deste projeto não se considerava dar nenhum uso em particular. Desta forma, se busca revitalizar o lugar para que seja um novo polo cultural da cidade onde se realizem diversos eventos e as pessoas possam acessar facilmente através de ciclovias e passeios de pedestres.

A seguir, mais imagens e informação do projeto.

 The Goods Line Project: O novo centro urbano de Sydney - Imagem de Destaque The Goods Line Project: O novo centro urbano de Sydney - Image 1 of 4 The Goods Line Project: O novo centro urbano de Sydney - Image 2 of 4 The Goods Line Project: O novo centro urbano de Sydney - Image 3 of 4 The Goods Line Project: O novo centro urbano de Sydney - Mais Imagens+ 10

A rua que cada um vê

O artigo a seguir é de autoria de Natália Garcia e foi publicado originalmente na página da Super Interessante. Natália é também uma das fundadoras da rede de conteúdo urbanístico Cidades para Pessoas.

Os budistas dizem que quando olhamos para um objeto, ele “nos olha de volta”. É que carregamos ferramentas pessoais – nossa história, sensibilidade, repertório –  que filtram nosso olhar e definem a percepção que teremos do objeto, daí a ideia de que ele nos olha de volta. Levando essa ideia ao limite, olhar para um objeto é olhar a si mesmo. Nenhum homem atravessa o mesmo rio duas vezes, diz o filósofo Heráclito. De fato: a experiência da primeira travessia transforma o homem, assim como o curso constante do rio o transforma a cada segundo. Pois acredito que essa mesma afirmação se aplique às cidades: nenhum homem atravessa a mesma rua duas vezes. Ou, na concepção budista, olhar para a rua é olhar a si mesmo. É o que mostram os mapas abaixo, desenhados por algumas pessoas para representar seus deslocamentos diários.

Ideias cidadãs para melhorar a segurança em torno da Ponte do Brooklyn

A ponte de Brooklyn é uma das mais emblemáticas infra-estruturas do século XIX em Nova Iorque, conectando o Brooklyn a Manhattan passando sobre o East River. Quando foi inaugurada, em 1883, era a maior ponte suspensa do mundo, com 1.800 metros de comprimento.

182 obras pré-selecionadas para participar da IX Bienal Ibero Americana de Arquitetura e Urbanismo

182 obras foram pré-selecionadas, dentre as mais de 1.000 apresentadas, para fazer parte do Panorama Ibero Americano de Arquitetura e Urbanismo de la IX BIAU e, portanto, integrar a exposição e o catálogo da Bienal, que acontecerá em Rosário, Argentina, de 13 a 17 de outubro.

Detroit: mais leve, mais rápido e mais barato. A regeneração de uma cidade [III parte]

Com este terceiro artigo finalizamos a série de postagens, “Detroit: Mais leve, mais rápido, mais barato, a regeneração de uma cidade”. Para ler as postagens anteriores clique nos seguintes links: Parte I e a Parte II

O futuro da cidade de Detroit: a criação de uma estrutura conceitual para a Regeneração LQC (Lighter, Quicly, Cheaper / mais leve, mais rápido e mais barato)

Detroit tem trabalhado duro na construção de uma estrutura conceitual que sirva de base para a revitalização da cidade. O projeto “Detroit Future” influenciou o Plano Diretor de Detroit Future City (DFC) no início de 2013, originando a partir disso um documento forte, íntegro e inovador, destinado a servir de guia para a remodelagem da cidade nos próximos 50 anos. Também se converteu na base conceitual na qual está se erguendo um importante esforço de Placemaking em toda a cidade.

Câmara dos Vereadores de São Paulo aprova mudanças no Plano Diretor Estratégico

Câmara dos Vereadores de São Paulo aprova mudanças no Plano Diretor Estratégico - Imagem de Destaque
© Romullo Baratto

Após ter sido aprovada pela Comissão de Política Urbana de São Paulo no dia 24 de abril, a proposta de substitutivo do Plano Diretor Estratégico foi aprovada nesta quarta-feira, 30 de abril, pela Câmara dos Vereadores de São Paulo com 46 votos favoráveis contra dois contrários.

Momentos antes da votação, mais de 3.000 manifestantes que reivindicavam a aprovação do plano como forma de se avançar na discussão sobre a política urbana da cidade. Em face dessas manobras regimentais, os ânimos se inflamaram e a polícia reagiu, mais uma vez, de forma abusiva sobre manifestações públicas, tentando conter manifestantes que protestavam pelo seu direito à cidade com bombas de gás e violência.

A proposta da gestão Fernando Haddad (PT) será levada a segunda e definitiva votação, que deve ocorrer até o final do mês de maio.

Leia a seguir o manifesto do Movimento pelo Direito à Cidade no Plano Diretor:

Kumbh Mela : Aprendendo com as cidades temporárias

Apresentamos a seguir um estudo interessante sobre os assentamentos temporários realizados a cada doze anos na Índia, com motivo da festa religiosa hindú, "Kumh Mela". Milhões de pessoas realizam uma peregrinação até os lugares santos para se reunir durante cinquenta e cinco dias, colocando à prova a capacidade de organização e de desenho requeridos para gerar o albergue e o dotar dos serviços necessários. Os acadêmicos Raul Mehrotra e Felipe Vera, nos explicam o que ocorre na cidade efêmera de "Kumbh Mela" para dar lugar à maior reunião pública do mundo.

Por Rahul Mehrotra e Felipe Vera

Hoje em dia, a escala e o ritmo da urbanização contemporânea desafiam a noção de permanência como a condição básica das cidades. Paisagens efêmeras em assentamentos emergentes estão constantemente aumentando em escala e confrontam a noção da cidade como uma entidade estável e permanente. Em resposta à esta condição, existe uma discussão crescente acerca de como os diálogos em urbanismo se beneficiariam dissolvendo o par binário estabelecido entre os componentes efêmeros e estáveis das cidades. Na realidade, quando as cidades são analizadas em intervalos de tempos mais extensos, o efêmero surge como uma condição sem escapatória no ciclo de vida de cada componente do entorno construído. Nas de Bishop e Williams: dada a forte evidência de que as cidades são uma complexa superposição de edifícios e atividades que são, de uma forma ou de outra, provisórias, por que os urbanistas têm focado tanto na permanência?

Cidades inteligentes ou vulgaridade de interesses?

Houve alguma vez cidades estúpidas? Teriam sobrevivido as cidades, a construção humana mais complexa, se não houvesse inteligência coletiva? Somente a distribuição de água, a iluminação e a energia, a eliminação de resíduos, a construção em altura, o abastecimento de alimentos, a organização do transporte, etc. supõem tecnologias e modos de gestão de inteligência acumulada e de capacidade de inovação permanente. Agora a moda é descobrir que as cidades podem ser inteligentes. Se não fossem não existiriam.

Na realidade se trata de um reclame publicitário. Das cidades? Aparentemente sim, mas a fama dura pouco. Houve tantas cidades adjetivadas para atrair atenção e nenhuma memorável. Pela simples razão de que a todas é mais ou menos possível aplicar o adjetivo promissor. Além disso, este adjetivo quase nunca é qualificativo, mas define da cidade. Cidades patrimônio da humanidade? A UNESCO encontrou um nicho bastante lucrativo, é preciso pagar pelo título. Em toda parte encontramos patrimônio. Cidades globais? Saskia Sassen selecionou a principio três cidades globais, mas outras grandes cidades protestaram. Ampliou a lista, mas teve então que estabelecer categorias. Quase ninguém estava satisfeito. Além disso, se muitas eram globais, perdia-se o valor de distinção. No final, assim como Castells, acabou reconhecendo que todas as cidades, algumas mais e outras menos, têm dimensões e elementos globalizados.

O quão rapidamente pode crescer uma cidade?

Muitas cidades ao redor do mundo estão crescendo em tamanho e população a uma taxa meteórica. Neste contexto, uma equipe de pesquisadores está voltando sua atenção para o passado, com o objetivo de se preparar para o que está por vir.

Os pesquisadores da NYU Stern School of Business criaram o Urbanization Project com o objetivo de, através de dados gráficos, convencer a esfera política a planejar melhor as cidades tendo em vista o inevitável crescimento populacional.

9 razões do porquê os EUA são mais dependentes do automóvel do que a Europa (Parte II)

Recentemente publicamos a primeira parte do post 9 razões do porquê os EUA são mais dependentes do automóvel do que a Europa, que ajuda a esclarecer o porquê das cidades estadunidenses serem mais dependentes do automóvel que as cidades europeias.

Veja a seguir as outras 5 razões pelas quais os EUA são mais dependentes do automóvel que a Europa.

9 razões do porquê os EUA são mais dependentes do automóvel que a Europa (Parte I)

Nos deparamos com um artigo de The Atlantic Cities com uma interessante análise do porquê as cidades estadunidenses são mais dependentes do automóvel do que as europeias.

O artigo explica que entre os anos 1920 e 1960, as políticas adotadas a respeito do automóvel nos Estados Unidos serviram de modelo para grande parte da Europa ocidental. Mas no final de 1960, muitas cidades europeias começaram a reorientar suas políticas para frear o uso do automóvel promovendo o uso do transporte público, da bicicleta e de se locomover a pé.

Durante as últimas duas décadas, em um contexto onde as cidades dos EUA são muito dependentes do automóvel, com grande expansão dos seus subúrbios e um sistema de transporte cada vez mais insustentável, inverteu-se as posições e os planejadores desse país começaram a observar as políticas de transporte europeias.

Os números mostram a necessidade de uma mudança. Em 2010, os estadunidenses fizeram 85% de suas viagens diárias em automóvel, em comparação com a Europa, onde o automóvel é utilizado entre 50 e 65% das viagens diárias. As longas distâncias somente explicam em parte a diferença, porque a realidade é que nos Estados Unidos 70% das viagens de uma milha (aprox. 1.5 km) são feitas com automóvel, enquanto na Europa as viagens dessa mesma distância são feitas 70% a pé, em bicicleta ou em transporte público.

.A seguir, 4 razões de porquê os EUA é mais dependente do automóvel que a Europa. (publicaremos outras em breve)

“Isso não é um terreno baldio”: Reconvertendo lugares vazios do espaço público [Parte I]

Os “vazios”, terrenos baldios, edificações sem uso, dispersos pela trama urbana das cidades têm introduzido uma nova variável no urbanismo contemporâneo. Esses espaços representam a possibilidade latente de reprogramar a cidade existente para abordar com um critério ambiental a cidade do futuro.

Com base nessa premissa, se idealizou uma estratégia de regeneração urbana “estonoesunsolar”, um enfoque experimental para transformar esses inexplicáveis vazios em espaços públicos, dando respostas à inquietudes cidadãs. As intervenções consistiram na utilização temporal de terrenos vazios, colocando em jogo a sugestão do vazio, o oco e do invisível. Esses despojamentos da trama consolidada permitem uma leitura alternativa e flexível que dinamiza o espaço publico, estabelecendo códigos de um urbanismo desenhado.

Mais detalhes do projeto desenvolvido por Patricia Di Monte e Ignacio Grávalos em Zaragoza, Espanha, a seguir.

O desafio de construir cidades inteligentes

Anthony Townsend é um pesquisador da Universidade de Nova York que se dedica a estudar o impacto das comunicações e da tecnologia nas cidades. Em seu primeiro livro, “Smart Cities: Big Data, Civic Hackers and the Quest for a New Utopia”, explica que as empresas de tecnologia estão implementando medidas para fazer das cidades lugares inteligentes, sendo que, em sua opinião, este processo deve envolver arquitetos, engenheiros e urbanistas.

Em uma entrevista publicada originalmente na revista Arup Connect, o pesquisador fala sobre isto, avalia como os governos e universidades desenvolvem o tema e o que os cidadãos podem fazer sobre isto.

A seguir, os três temas mais importantes tratados na entrevista.

Detroit: mais leve, mais rápido e mais barato. A regeneração de uma cidade [parte I]

Já tratamos anteriormente do conceito LQC (Lighter, Quicly, Cheaper), sigla em inglês para “mais leve, mais rápido e mais barato”. Muitos dos benefícios ou das características desse enfoque podem ser vistos refletidos na mudança que está sofrendo a cidade de Detroit. A seguir apresentamos uma serie de mudanças que estão ocorrendo nessa cidade a partir do PPS.

A cidade de Detroit ainda está lutando com o recente anuncio de falência que domina as manchetes, mas os habitantes de Detroit estão aproveitando a oportunidade que só ocorre quando se alcança o fundo, de poder criar e organizar tudo de novo, da raiz às folhas. Detroit está tomando medidas de formas mais leves, mais rápidas, mais baratas, como primeiro passo para reverter décadas de declive. Em uma cidade que muitas vezes não pode sequer se dar ao luxo de manter as luzes acesas (literalmente), qualquer pessoa que queira pode começar a fazer mudanças. Como o artista, ativista local e fundador do “Projeto Ruela”, Erik Howard diz, “Temos a oportunidade, pois aqui tudo foi acabado ou destruído”.