Caminhar pelas ruas de uma cidade observando a sucessão de edifícios do tempo e no espaço, é uma verdadeira aula de história, uma viagem no tempo. A história da arquitetura pode ser contada através destes percursos à céu aberto. A cidade de Nova Iorque talvez, seja um dos melhores exemplos disso, um livro aberto da história da arquitetura, uma experiência que vai muito além de apenas algumas jóias da arquitetura moderna, como a Lever House ou o Sagram Building.
Oitenta e cinco anos depois, a casa branca implantada na East 48th Street, projetada por William Lescaze ainda impressiona. Suas Imaculadas paredes brancas e formas puras faz com que ela se destaque em um entorno especialmente marcado por edifícios soturnos, construídos em pedra e tijolo. Ela salta aos nossos olhos assim como se destaca do plano de fachada de seus edifícios vizinhos, avançando sobre a calçada, um objeto deslocado no tempo e no espaço, uma jóia encrustada entre um típico edifício residencial de meia altura e a universal arquitetura miesiana dos arranha-céus norte-americanos. A ruptura na pureza do volume branco, atravessada por dois consistentes e desajeitados panos de tijolos de vidro, é compensada pela plasticidade da marquise de concreto e de suas formas sinuosas dos seus pavimentos inferiores. Os cinco pontos da nova arquitetura definidos por Le Corbusier e publicados em 1926 são facilmente identificáveis neste projeto (menos a cobertura jardim). Construída em 1934 a partir do que sobrou de uma antiga casa da era da Guerra Civil americana, esta foi a primeira casa modernista edificada nas ruas da cidade de Nova Iorque.
Dentro da arquitetura, a água evoca sentimentos de calma e bem-estar. O elemento influenciou os projetos através de sua natureza dinâmica e fluida. Com os recentes avanços tecnológicos, os arquitetos criaram algumas das intersecções mais inesperadas e inovadoras entre os projetos e a água.
Abaixo, fornecemos um conjunto de piscinas internas que destacam a aplicação da água em diferentes espaços, mostrando sua relação com a materialidade e o uso.
Na proteção passiva contra incêndio, os forros são considerados mais um revestimento, juntamente com estruturas de suporte, fixações e outros materiais de isolamento. Geralmente, comete-se o erro de não considerá-lo como um elemento estrutural, mas como uma superfície que oculta a parte inferior da estrutura da cobertura ou o piso de um andar superior.
Os forros podem ser ancorados diretamente a um elemento estrutural, suspensos no teto ou autoportantes, e contribuem para a compartimentalização horizontal de uma sala específica. No entanto, este elemento horizontal é extremamente importante porque evita a propagação de fogo e gases quentes de um andar para o outro, possibilitando tempo para as pessoas localizadas na parte mais alta de um edifício - o mais perigoso em caso de incêndio - escaparem com segurança.
O projeto Passeia, Jardim Nakamura é uma iniciativa piloto de legibilidade cidadã; onde, ao utilizar-se do engajamento comunitário como forma de estabelecer vínculos, co-criou e implantou, juntamente com os moradores, um sistema de sinalização no bairro Jardim Nakamura, localizado no Jardim Angela em São Paulo/SP. O projeto foi desenvolvido pelo Instituto COURB e o SampaPé!, contando com o apoio financeiro do Fundo Casa Cidades. Com a proposta, se objetivou promover o reconhecimento do bairro pelos moradores, bem como a conquista de maior conforto e segurança nos deslocamentos a pé, o estímulo a conexões na relação com o espaço e a apropriação das histórias locais. O projeto buscou, nessa perspectiva, facilitar a leitura do território, fomentando o reconhecimento das histórias e dos próprios atores do bairro; além de também indicar os lugares mapeados, as distâncias a pé e o recorte territorial.
https://www.archdaily.com.br/br/917049/legibilidade-cidada-e-engajamento-comunitario-o-projeto-passeia-jardim-nakamuraCOURB Brasil
A necessidade de reduzir substancialmente nosso impacto no planeta deve se traduzir em uma mudança significativa em nosso estilo de vida e hábitos. Uma delas é consumir com responsabilidade e considerar que o desperdício não existe, mas que todo o material pode ser transformado em algo útil novamente seguindo um sistema ecológico circular.
Em seu livro Upcycling Wood, Reutilización creativa de la madera, o arquiteto e artista Bruno Sève escreve e edita um guia sobre os usos e possibilidades da madeira recuperada, como uma estrutura para a reutilização responsável; de pequena escala, como móveis ou telas de artistas, a escala média, com uso em interiores e fachadas. Este livro visa sensibilizar os profissionais e cidadãos em geral, através da análise do ciclo de vida, exemplos de usos e processos de acabamento, levando a uma estrutura ecológica e responsável. O livro é ilustrado por numerosas equipes de design e arquitetura que seguem as diretrizes do design ecológico com madeiras recuperadas.
Ferramentas contemporâneas de visualização oferecem imagens excepcionais e se mostram cruciais para a representação arquitetônica hoje em dia. No entanto, alguns optam por explorar o tema de outras formas, em vez de mergulhar na "colagem pós-digital", abrindo diferentes instâncias do desenho.
Criado como uma experimentação de narrativas visuais, (ab)Normal é uma colcha de retalhos gráfica que expressa design, cenografia, ilustração, arquiteturas e utopias sociais de uma cultura que gira em torno da internet, jogos e religião. As imagens iconográficas, que se concentram particularmente na representação arquitetônica, exploram os potenciais de renderização, desconstrução e remontagem do foto-realismo com novas hierarquias.
Inovação e tecnologia geralmente são apresentadas como dois conceitos semelhantes, quando não utilizadas como sinônimos. Entretanto, quando se trata de resolver os atuais problemas de nossas cidades, tecnologia nem sempre é a melhor solução.
A inovação, por outro lado, deve ser uma atuação responsiva, a qual considera todas as funções e processos de uma cidade, incluindo suas carências e potencialidades. Tecnologia pode sim ajudar, mas isso não significa que devemos confiar cegamente em tudo aquilo que surge com a promessa de resolver todos os nossos problemas.
O trabalho em BIM propõe que a produção de desenhos técnicos seja uma consequência ou resultado de um trabalho de modelagem com informações em três dimensões. O resultado disso, em geral, são modelos 3D que, ao levá-los às planimetrias, não conseguem expressar o nível de detalhamento e complexidade que o trabalho com as metodologias BIM permite. Para isso, é necessário desenvolver configurações que permitam gerar desenhos técnicos expressivos e, assim, representar nossos projetos da melhor forma possível.
Neste artigo, você encontrará um arquivo de projeto de arquitetura no Revit com uma série de modelos de visualização (View Templates) configurados. Orientado a arquitetos que estão apenas começando a trabalhar com o Revit e sistemas BIM, este arquivo permitirá que você incorpore View Templates em seus projetos Revit, transmitindo de uma maneira melhor as idéias e conceitos que estão por trás das plantas e cortes.
O arquiteto italiano Gaetano Boccia vem pesquisando desenhos e representações arquitetônicas nos últimos dois anos. O projeto Pdda (piccoli disegni di architettura) [pequenos desenhos de arquitetura] nasceu com a intenção de compartilhar suas reflexões, que ele sempre registrou mas manteve em cadernos.
Sem se referir a nenhum edifício em particular, estes desenhos têm inspiração no complexo contexto da vida cotidiana de Nápoles e da cultura italiana de maneira geral.
Projetado pelo EAA – Emre Arolat Architecture, o hotel de 199 quartos em Antakya, na Turquia, foi construído com módulos pré-fabricados encaixados em uma enorme trama de vigas e colunas de aço.
Caminhamos todos os dias por calçadas e ruas, vagando pela superfície da terra sem saber os mistérios que ela oculta. Em algumas cidades, o passado permanece protegido e esquecido, enterrado em baixo do solo. Em outras porém, seus segredos brotam da terra como as flores da primavera. Escavar é redescobrir a história. Na cidade de Antakya, por exemplo, quando removemos uma pedra de lugar, revelam-se relíquias inestimáveis de um passado glorioso. Como aconteceu durante as obras do recém-inaugurado Antakya Museum Hotel, projetado pelo escritório de Emre Arolat (EAA). O projeto transformou este desafio em uma nova e ousada estratégia de preservação histórica.
À medida que os habitantes urbanos se conscientizam mais dos impactos ambientais da produção e transporte dos alimentos, além da origem e a segurança do que consomem, a agricultura urbana está fadada a crescer e atrair os olhos públicos e políticos. Trazer a produção de alimentos para mais perto é, além de sustentável, pedagógico. No entanto, geralmente com dimensões reduzidas e outras restrições, as preocupações do cultivo de alimentos em cidades difere um pouco da agricultura tradicional.
Hortas urbanas podem ocupar uma infinidade de locais e ter escalas variadas - peitoris de janelas e varandas, lajes e terrenos baldios, pátios de escolas, parques públicos e até em locais improváveis, como em túneis de metrô. Também podem ser comunitárias ou individuais. Seja qual for o caso, é importante considerar algumas variáveis:
Este ano, o Prêmio Pritzker anunciou o japonês Arata Isozaki como laureado de 2019. O arquiteto, desde a década de 1960, é considerado como um visionário pelos seus pares e tem seu trabalho vinculado a uma articulação entre as culturas ocidental e oriental, reinterpretando influências globais em sua arquitetura. Neste episódio #71, nossa conversa abrange tanto o campo multicultural pelo qual passou Isozaki em mais de 100 obras construídas, quanto pela peculiaridade do conceito de “Ma”, interpretação dos espaços intersticiais de uma obra arquitetônica.
Quando pensamos em uma combinação perfeita entre acústica e bons projetos, isso pode não ser tão fácil quanto parece. Uma série de decisões técnicas para tornar um espaço interior acusticamente eficiente - e para alcançar sua finalidade programática corretamente - pode fazer com que algumas das intenções projetuais do arquiteto diminuam e sejam substituídas por painéis padrão e pré-fabricados.
Neste artigo, apresentamos uma seleção de projetos de arquitetura capazes de criar um impacto visual memorável, bem como uma solução interior impecável para a acústica. Estes são os nossos 14 locais favoritos de música que fascinam por dentro e por fora.
Uma casa provavelmente da década de 50, com varal próximo ao tanque de três bocas, banheiro de azulejos grandes cobertos de tapetes e cozinha cheia de comida. Uma casa de uma família de classe média em Barretos, no interior do estado de São Paulo. Uma casa que figura como protagonista na narrativa proposta pelo trabalho "Maria, José e menino" da fotógrafa paulistana Marina Schiesari.
“O prédio mais verde é aquele que já está construído.” (Carl Elefante, FAIA)
A população urbana mundial dobrará até 2050, e as cidades precisam encontrar formas sustentáveis de acomodar esse movimento de massa. Muitas vezes vemos projetos sendo construídos o mais rápido possível para apoiar o crescimento. No entanto, o crescimento rápido geralmente leva a cidades e prédios sem originalidade.
Uma solução mais inteligente e sustentável é aumentar a densidade dos centros existentes, bem como recuperar as estruturas existentes através de reformas e reaproveitamentos. Mas transformar algo antigo em algo novo é um processo desafiador - requer uma visão ousada e um compromisso rigoroso com o projeto.
A apresentação visual de um projeto, pela qual os arquitetos são responsáveis, deve efetivamente comunicar a organização dos elementos materiais do projeto. Este processo criativo essencial permite aos envolvidos identificar e mesmo modificar aspectos e componentes chave do edifício durante todas as fases da sua concepção.
Devido aos desafios inerentes à seleção de materiais e outras questões práticas, o desenvolvimento do que exatamente será construído tende a ser relegado até o final do processo de projeto. Mas uma compreensão profunda dos pequenos detalhes é um dos aspectos mais interessantes e importantes dos melhores projetos arquitetônicos.
Em nossa busca pelos exemplos recentes mais notáveis de representações de detalhes construtivos, compilamos uma série de dez desenhos que mostram diferentes estilos e abordagens.
Passado, Presente, Futuro é um projeto de entrevistas do Itinerant Office, que possibilita aos arquitetos aclamados compartilharem suas perspectivas sobre o mundo em constante evolução da arquitetura. Cada entrevista é dividida em três segmentos de vídeo: Passado, Presente e Futuro, nos quais os entrevistados discutem seus pensamentos e experiências de arquitetura através de cada uma dessas lentes. O primeiro episódio do projeto contou com a participação de 11 arquitetos da Itália e Países Baixos, já o segundo episódio é composto por entrevistas com 13 arquitetos da Espanha, Portugal, França e Bélgica.
A fachada ventilada é uma solução construtiva perimetral que considera um duplo fechamento distanciado um do outro por meio de uma estrutura de suporte, gerando uma câmara de ar que permite a sua ventilação. Esta operação cria o chamado efeito chaminé, que ativa as correntes de ar por convecção, melhorando o isolamento acústico e térmico do edifício e aumentando sua eficiência energética.
Devido à sua natureza e fabricação de prensagem laminada, o porcelanato de 3,5 mm é uma excelente escolha para revestimentos de fachadas ventiladas. Sua alta resistência às intempéries, estabilidade dimensional e leveza reduzem os requisitos da estrutura de suporte. Pesa 3 vezes menos que um porcelanato tradicional e permite grandes formatos, até 3,6 metros, reduzindo o número de juntas. Também oferece alta estabilidade de cor, resistência a impactos e baixa manutenção ao longo do tempo.
Cultura popular constitui um conceito impreciso, que se presta a definições diversas. Para apreender os traços que caracterizam as diversas acepções de cultura popular, é preciso acompanhar a dinâmica da transformação dessa expressão ao longo dos estudos voltados para esse campo.
O artista italiano Federico Babina compartilhou conosco sua mais recente série de ilustrações. "Planimal" explora uma ligação entre a arquitetura e o mundo natural, traduzindo diferentes animais em plantas arquitetônicas. Babina reimagina os espaços arquitetônicos como “objetos narrativos que nos abrigam e conduzem em um fantástico labirinto de uma realidade onírica; arquiteturas imaginadas como esculturas zoomórficas."
Casas, museus e igrejas são representados como leões rugindo, cobras rastejantes e baleias no mar, com espaços dinâmicos compostos por curvas e retas, sólidos e vazios, sons e silêncios, luzes e sombras.
Na pesquisa apresentada para em 2014, Eduardo Gurian começa a introdução colocando as seguintes perguntas: "A grandiosidade de uma obra de arquitetura poderia ser definida apenas pelo gesto genial e a capacidade de síntese de seu autor? Ou deveríamos levar em conta a utilidade e a capacidade dela em atender as necessidades para a qual foi designada? Ou até mesmo ouvir quem realmente usufrui do espaço e contestar sua satisfação?". Com essas questões colocadas, o pesquisador analisa a evolução dos usos e ocupação da Marquise do Parque Ibirapuera, projetada por Oscar Niemeyer. A dissertação de mestrado teve como orientadora a Profa. Dra. Helena Aparecida Ayoub Silva no programa de pós-graduação da FAUUSP. Veja abaixo o resumo enviado pelo autor.
https://www.archdaily.com.br/br/916187/marquise-do-ibirapuera-suporte-ao-uso-indeterminadoPedro Vada
O Festival Internacional de Arquitetura e Desenho de Logroño, na Espanha, se caracteriza pela realização de uma série de intervenções efêmeras espalhadas pela cidade. Para esta última edição do Concéntrico, como é chamado o festival, foram realizados dezesseis pavilhões que buscam explorar as potencialidades dos espaços urbanas desta pequena cidade medieval espanhola.
Em pleno século XXI qualquer solução sustentável deve ser exaltada! Neste post serão abordadas soluções arquitetônicas que utilizam o isopor reciclado como matéria-prima de acabamentos decorativos (resistentes à água) e como preenchimento de paredes de EPS, com diversas vantagens que vão desde isolamento termoacústico até economia com os custos da obra.
Historicamente, após o declínio da Igreja Católica e a crescente diminuição no número de fiéis em várias regiões da Europa e América do Norte, os custos de manutenção dos espaços sagrados levaram ao eventual abandono de igrejas, santuários e mosteiros - frequentemente obras de grande valor histórico e arquitetônico.
Isso abre uma nova oportunidade para profissionais da arquitetura resgatarem e recontextualizarem o patrimônio histórico representado por estes edifícios. A seguir, apresentamos 15 exemplos de reuso adaptativo em igrejas antigas que foram transformadas em hotéis, casas, museus, bibliotecas e outros espaços culturais.