Os efeitos produzidos pela passagem do tempo sobre as cidades deixam complexos rastros de uma história que sedimenta na fotografia parte da nossa memória. Laura Sáenz e Simón Fique, arquitetos de Bogotá, empreenderam uma pesquisa que pretende reconstruir, por meio do registro fotográfico, as transformações arquitetônicas e espaciais de Bogotá.
Sob o nome "Espaço e alteridade: a imagem de Bogotá através do tempo", este projeto parte da identificação da capital colombiana como uma das mais importantes na América Latina, e graças ao prolífico patrimônio visual e artístico, é possível compreender o reconhecimento da rápida transformação que sofreu depois da época da violência, em meados do século XX.
Artigos
Espaço e alteridade: a imagem de Bogotá através do tempo
Chip instalado nas bicicletas garante a preferência em semáforos na Dinamarca
A cidade dinamarquesa de Aarhus lançou uma nova tecnologia (ainda em fase de testes) para aumentar a segurança dos ciclistas. Trata-se do RFID (sigla em inglês para "identificação de radiofrequência"), um chip instalado nas bicicletas que coordena a sinalização viária para dar preferência aos ciclistas que se aproximam dos cruzamentos.
O chip é instalado na roda dianteira da bicicleta e é lido por um sensor nos semáforos equipados com esta nova tecnologia. O dispositivo detecta a aproximação dos ciclistas que estão a até 100 metros do semáforo. A tecnologia foi testada em 200 bicicletas em 2015 e deve ser instalada em outras mil ainda este ano.
11 dicas para um desenho urbano sustentável inspiradas nos povoados tradicionais
Muitas das tendências atuais no desenho de cidades sustentáveis apresentam uma paradoxa relação entre os aspectos culturais do povoamento histórico; um tipo de assentamento, segundo Carlos Flores (1973), característico das sociedades anteriores a revolução industrial. Não é tão estranho considerarmos, seguindo o mesmo autor, alguns dos princípios que regeram a disposição daqueles povoados e cidades: adaptação ao lugar (condições climáticas, físicas, bióticas), gestão da escassez de recursos, deficit tecnológico, auto-gestão de recursos e necessidades, materiais e técnicas de cada lugar; cooperação mútua entre os diversos elementos construtivos; ou inexistência do desenho 'de autor' e submissão deste às funções; isto em conjunto, quase sem exceção, resulta em conjuntos de harmoniosos e belos.
Da inovação em Arquitectura. E dos seus diversos modos e formas / Alexandre Marques Pereira
E o que será isso de inovação em arquitectura, pensar sobre este assunto porventura será mais operativo e claro (em abstracto), se estivermos a pensar também noutras actividades artísticas, ou próximas, mais ou menos individuais ou colectivas, mais ou menos antigas ou recentes, seja a pintura, a escultura, o cinema, a música, a fotografia, etc. Assim será que existe um conceito ou ideia de inovação, ou será que existem ou coexistem várias formas de inovação… Assim de repente, lembro-me de pelo menos três formas de inovar, na arquitectura, na pintura, na música, no cinema ou onde seja.
Por que a iniciativa open source de Aravena é um grande passo para oferecer moradias melhores para todos
Este artigo, escrito pela fundadora de Paperhouse, Joana Pacheco, foi originalmente publicado na Metropolis Magazine como "Aravena's Small Step, Open Source's Big Leap."
Quando Alejandro Aravena foi o ganhador do Prêmio Pritzker no início de abril, fez um anúncio importante: os desenhos de quatro de seus projetos de moradia social estariam desde aquele dia disponíveis no site do Elemental para uso livre.
Através do trabalho do seu escritório Elemental, Aravena é conhecido por seu interesse no desenho participativo de moradia incremental: um modo de trabalhar que está ligado às limitações de orçamento e que se converte em pedra angular do trabalho do estúdio Elemental. O lema - que foca naquilo que é difícil de conseguir, que não se pode fazer de forma individual e que garante o bem estar comum no futuro - tem como resultado a 'metade de uma casa'. Apresentado pela primeira vez há mais de uma década, o modelo consiste em um espaço expansível de 40 metros quadrados, que conta com a infraestrutura básica incorporada (divisões, estrutura e paredes contra-incêndio, banheiros, cozinha, escadas, coberturas) a qual se pode adicionar recintos ao longo do tempo. Não se trata somente de um caso exitoso a partir de um ponto de vista conceitual e de gestão de projetos, mas também têm como resultado um projeto estético aberto e diverso. A partir desta única ideia, pode-se originar mais de 100 variações.
Vidro Serigrafado: Recurso básico ou Tendência?
Descoberto por arqueólogos, em civilizações tão antigas quanto os ancestrais do Egito e da Mesopotâmia, o vidro serigrafado dificilmente poderá ser considerado uma nova tecnologia. No entanto, graças às suas propriedades relacionadas à eficiência energética, à sua suavidade e ao gradiente estético que produz, o vidro serigrafado está ressurgindo na arquitetura contemporânea.
O vidro serigrafado é feito a partir da aplicação de um composto cerâmico pigmentado sobre sua superfície, o qual se funde no vidro durante o processo de têmpera, tornando-se assim altamente resistente a riscos. Ele está disponível numa grande variedade de padrões, mas na maioria das vezes é utilizado com desenhos concebidos a partir de uma composição de pontos ou linhas. Esses padrões podem, então, serem serigrafados em vidros temperados. Em seguida, o vidro é aquecido em um forno de têmpera, o que fortalece e melhora a segurança do vidro sob altas temperaturas.
O produto resultante é um vidro com uma determinada transparência, que, quando usado em fachadas de edifícios, pode reduzir a absorção da luz solar e até mesmo tornar os edifícios envidraçados mais visíveis e, por conseguinte, mais seguro para os pássaros.
Nova Iorque aposta nas ciclofaixas para aumentar a segurança viária
Aumentar a segurança nas ruas através de um desenho urbano que priorize os pedestres e ciclistas é o que Nova Iorque bem fazendo desde o ano 2000, quando adotou o plano Vision Zero. Este programa, de origem sueca, não consiste apenas em reduzir as mortes no trânsito, mas levá-las a zero, como seu nome sugere.
O principal objetivo desta iniciativa é fazer com que as ruas sejam lugares mais seguros para todos os usuários do espaço viário, seguindo a premissa de que "nenhuma morte é moralmente aceitável".
Jane Jacobs e a humanização da cidade
Celebra-se hoje o centenário de Jane Jacobs, genial urbanista e ativista social, conhecida por seu livro “Morte e vida das grandes cidades” (1961), que mudou definitivamente a forma de observar e analisar os fenômenos urbanos.
A arquitetura de Star Wars: 7 estruturas icônicas
Talvez o aspecto mais atraente de Star Wars para seus fãs não seja simplesmente sua trama envolvente ou suas dramáticas batalhas espaciais -- mas que seu universo seja, de fato, um universo, com toda a complexidade e profundidade que isso implica. Uma das melhores formas de revelar esta profundidade é através da arquitetura, que oferece uma poderosa combinação de história, cultura e tecnologia disponível. Como resultado, o universo de Star Wars está repleto de uma enorme variedade de arquiteturas fascinantes, de templos antigos a cidades futuristas flutuantes.
Hoje é o dia mais sagrado do calendário do Star Wars, e graças websites como Star Wars Architecture (no Facebook) e Wookieepedia, estamos celebrado este evento com sete das mais interessantes, impressionantes e icônicas estruturas arquitetônicas da série.
12 princípios de desenho urbano sustentável para cidades mais habitáveis
A migração do campo para a cidade promovida pelo governo chinês nos últimos anos é parte de um plano maior que pretende deslocar cerca de 250 milhões de pessoas no país. Embora os números estimados sugiram a dimensão do plano, ainda sim é difícil imaginar o que ele representa.
Antes/Depois: Mil imagens de transformações urbanas a favor da mobilidade sustentável
A remodelação realizada entre 2012 e 2015 na rua Morandé, próximo ao Palácio de La Moneda, em Santiago, não apenas gerou uma notória mudança visual, mas também permitiu melhorar a experiência das pessoas que passam diariamente pelo local, sobretudo os pedestres.
Esta situação só foi possível através da redução das três pistas dedicadas aos automóveis para apenas uma, a ampliação das calçadas e seu nivelamento com a via, além substituição das cercas que agiam como obstáculos por pilares de concreto, que definem os limites dos espaços.
Todavia, este tipo de renovação não é algo novo. Com efeito, é cada vez mais comum que as cidades promovam este tipo de projeto urbano, dedicando mais espaços para os pedestres e ciclistas e promovendo meios de transporte mais sustentáveis.
Prescription propõe relógio de sol construído a partir de impressão 3D
O estúdio de design prescription., em colaboração com a Arup, desenvolveu um sofisticado relógio de sol baseado em dados do percurso solar e cuja forma é inspirada em uma flor. A geometria é adaptada através de dados solares específicos de qualquer localização do globo, fazendo com que o relógio tenha uma forma única em função do local onde é construído. Sua estrutura é feita de um plástico flexível através de um processo de impressão 3D.
Cidades digitais: A metrópole contemporânea em Medianeras / Bruna Borges Duarte & Ademir Luiz da Silva
1. Culpa dos arquitetos e incorporadoras?
"É certeza que as separações e os divórcios; a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo; a apatia, a depressão, os suicídios; as neuroses, os ataques de pânico, a obesidade, a tensão muscular; a insegurança, a hipocondria; o estresse e o sedentarismo... são culpa dos arquitetos e incorporadores" (Medianeras, 00:03:33)
Com essas palavras, o personagem Martín dá início a uma das primeiras reflexões abordadas pelo filme Medianeras: Buenos Aires na área do amor virtual.
MVRDV projeta pavilhão dos Países Baixos na Feira Internacional do Livro de Bogotá
Para a Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBO), cuja inauguração ocorreu no dia 19 deste mês, o escritório MVRDV protagonizou uma mostra de criatividade sem precedentes através de uma série de conferências realizadas na capital colombiana e do projeto do pavilhão dos Países Baixos, convidado de honra desta edição.
Contando com a presença dos líderes do MVRDV, o país convidado promove este mês diversas palestras, conferências, exposições e seminários conjuntamente com a Embaixada do Reino dos Países Baixos, a Faculdade de Artes da Universidade Nacional da Colômbia, a Universidade dos Andes, a Sociedade Colombiana de Arquitetos e a Universidade Jorge Tadeo Lozano.
Como melhorar a educação da arquitetura: Aprender (e desaprender) a partir do método Belas Artes
Aprender a desenhar é difícil. Isso exige que os alunos aprendam uma maneira inteiramente nova de pensar e ver o mundo. Ainda requer todo um novo vocabulário. Então, a educação arquitetônica é justamente dura. No entanto, a escola de arquitetura é conhecida por ser difícil pelas razões erradas; o atelie é considerado um lugar místico em universidades cheias de alunos privados de sono que estão projetando simplesmente porque professores decretaram que eles devem-tanto quanto quando um não-estudante de arquitetura encontra um estudante de arquitetura na Quad e ele imediatamente oferece suas condolências. Esta percepção existe porque a cultura do atelie ainda não evoluiu desde a sua hierarquia rígida, originária do método de ensino das Belas Artes [Beaux Arts], que prospera na competição e na intensidade e cria um terreno fértil para os estudantes insatisfeitos.
Fotografias aéreas de Alex MacLean: como o planejamento urbano influencia a pegada de carbono
As atividades realizadas pelas empresas, indústrias e pessoas no geral, emitem gases de efeito estufa na atmosfera - entre estes gases estão o dióxido de carbono, o metano, o ozônio etc. - que causam impactos negativos no meio ambiente.
Há alguns anos tornou-se possível quantificar este impacto através da pegada de carbono, uma medida adotada por diversas nações e organizações internacionais com o objetivo de conscientizar o público em relação aos danos causados ao ambiente e, assim, promover hábitos mais saudáveis e sustentáveis.
Álvaro Siza: "arquitetura não é só construção"
Em um recente artigo publicado pelo jornal português Expresso, Valdemar Curz entrevista o Pritzker português Álvaro Siza sobre sua paixão pelo desenho e escultura, a relação da arquitetura com as outras artes e também a ideia de uma definição da arquitetura [pergunta para a qual Siza confessa não ter resposta].
Comic Break: "Sexismo na Arquitetura"
Temos o prazer de anunciar uma nova parceria com o Archtexts! Neste primeiro artigo de suas contribuições bimestrais, o tema - embora abordado através do humor - é bastante sério: sexismo e desigualdade de gênero na arquitetura.
Desde o falecimento de Zaha Hadid há três semanas, o mundo da arquitetura tem refletido sobre seu legado. Suas realizações na arquitetura são impressionantes não apenas por seus projetos inovadores, mas também por terem obtido reconhecimento em uma profissão dominada por homens; mas não sem ter experienciado várias formas de sexismo ao longo de sua jornada profissional. A página Architexts, especializada quadrinhos sobre arquitetura, usa o humor para abordar aspectos e estereótipos frequentes na profissão da arquitetura, incluindo alguns negativos.
Por que o design computacional vai mudar o modo como trabalhamos
Este artigo foi originalmente postado em ArchSmarter.
Hoje em dia, quase todo arquiteto usa o computador. Seja para modelagem 3D, documentação ou até mesmo para criar planilhas de programação, computadores são muito frequentes e estão infiltrados na profissão. Arquitetos agora precisam saber o mesmo tanto de software quanto de estruturas, códigos de obras, e projeto.
À medida que ferramentas se tornam mais poderosas e sofisticadas, precisamos evoluir e desenvolver nossos métodos de trabalho para permanecermos competitivos. Escrevi um artigo sobre como arquitetos devem aprender programação. Muitos dos problemas que necessitamos resolver não estão nas capacidades de programas fáceis e rápidos. Precisamos ajustar e personalizar as nossas ferramentas para trabalhar a maneira como trabalhamos. Criar nossas próprias ferramentas e softwares é um jeito de fazer isso.
Dito isto, a realidade é que nem todo mundo tem tempo ou facilidade para aprender a programar. Leva tempo e sempre temos projetos para terminar, desenhos para revisar e edifícios para projetar. Felizmente aqui estão algumas novas ferramentas disponíveis que oferecem o poder da programação sem a necessidade de toda aquela interminável codificação.
Entre no mundo da programação visual e projetos computacionais.
A arquitetura dos filmes de Jean-Luc Godard
O caso de amor entre a arquitetura e o cinema tem sido bem documentada. A partir de enormes cenários de tirar o fôlego para pequenos espaços de conversas íntimas, a arquitetura num filme desempenha muitas vezes um papel tão forte como qualquer personagem a fim de traduzir a visão do diretor para sua audiência.
Na construção dos ambientes de suas narrativas, os grandes cineastas poderiam ser considerado arquitetos, por direito próprio, essa é a alegação apresentada neste vídeo produzido pelo British Film Institute, que analisa o trabalho do celebrado diretor Jean-Luc Godard e como a arquitetura em seus filmes se transforma de acordo com seu tom.
Em imagens como À bout de souffle (1960), Le Mépris (1963) e Week End (1967), Godard usa streetscapes para transmitir otimismo ou pessimismo, paredes para enfatizar a distância emocional entre amantes, e ainda inclui uma participação especial da particularmente fotogênica Villa Malaparte. Assista ao vídeo para saber mais sobre as técnicas utilizadas para transmitir estes sentimentos.
A arquitetura do bom selvagem / Valdemar Cruz
Este artigo foi originalmente publicado no caderno de Cultura do jornal Expresso.
Quem atravesse por estes dias os corredores do Metro de Paris não deixará de reparar num cartaz a anunciar uma das inúmeras exposições disponíveis na cidade. Les Universalistes – 50 ans D'architecture Portuguaise é uma das formas encontradas pela Fundação Calouste Gulbenkian, para, ao assinalar 50 anos de presença em França, dar um novo contributo para a divulgação de uma das facetas mais relevantes, mais discutidas, mais seguidas da contemporânea cultura portuguesa.
"A arrogância do espaço": o espaço urbano subutilizado dos estacionamentos
"A arrogância do espaço" é um termo criado pelo especialista em mobilidade urbana e fundador do blog Copenhagenize, Mikael Colville-Andersen, para nomear a distribuição desigual dos espaços públicos dedicados aos ciclistas e pedestres em comparação aos automóveis.
A partir de uma série de fotografias feitas há algum tempo de certas ruas de Calgary (Canadá), Paris (França) e Tóquio (Japão), Colville-Andersen fez uma comparação que mostra a quantidade de espaço destinado aos pedestres e ciclistas em cada uma, como se vê na imagem a seguir.
7 sítios do patrimônio cultural em modelos 3D, por Sketchfab
Usar a fotogrametria para capturar e modelar edifícios reais é um modo fantástico de compartilhar tesouros culturais com o mundo, e com dispositivos de VR é possível oferecer percursos em sítios tombados localizados a milhares de quilômetros de distância. Mas além disso, capturar um modelo de um edifício é também um ótimo jeito de preservar digitalmente aquela estrutura em determinado momento histórico - esta técnica está sendo usada por Harvard e Oxford para proteger estruturas localizadas em regiões de conflito na Síria e no Iraque.
Neste sentido, nossos parceiros do Sketchfab compilaram uma série de tesouros culturais que foram imortalizados em suas plataformas. Continue lendo para conhecer estes sete modelos e não esqueça de você também pode visualizá-los em realidade virtual com o Google Cardboard.
Cidades latino-americanas adotam educação e infância como medidas para pensar o espaço urbano
Este artigo foi escrito por Pedro Ribeiro Nogueira e originalmente publicado na página Portal do Aprendiz com o título "Cidades latino-americanas adotam educação e infância como medidas para pensar o espaço urbano" em abril de 2016.
Qual o denominador comum entre um parque em Santiago, uma praça em Medellín e uma favela em São Paulo? Pensar nas infâncias, na educação e na construção de espaços de convivência e de diálogo pode ser um caminho para cidades mais inclusivas, educadoras e igualitárias? Foi tratando dessas intersecções que o debate “O Desenho do Espaço Público” se desenvolveu nesta segunda-feira, 11/4, no SESC Campo Limpo, como parte do Seminário Internacional Espaço Livre na Cidade, organizado em parceria entre o SESC e a Escola da Cidade.