“Eu sou tolerante. Mas revolto-me. Acuso. É a minha obrigação. Estou sozinho. Por trás de mim não há qualquer ditadura, qualquer partido, qualquer grupo, nem qualquer máfia. Nem um esquema intelectual coletivo, nem uma ideologia. A revolução verde não é uma revolução política. É sustentada pela base e não é nem minoritária nem elitista. É uma evolução criadora em harmonia com o curso orgânico da natureza e do universo.”
O parágrafo acima foi proferido em meados do século XX por Friedensreich Hundertwasser, artista e arquiteto austríaco nascido em 1928 que marcou a história da arquitetura com seu estilo único de incorporar formas irregulares e vibrantes nas obras. Seus projetos eram um verdadeiro manifesto contra a arquitetura racional e repetitiva nos quais há direito de intervenções nas janelas para os inquilinos, pisos irregulares, telhados verdes e vegetação espontânea. Como arquiteto, ele sempre colocou a diversidade antes da monotonia, acreditando no direito de cada indivíduo de modificar a sua casa e expressar sua criatividade. Porém, acima de tudo, Hundertwasser acreditava na importância da identificação do homem com a natureza e o mundo ao seu redor, abordando conceitos relacionados à vida em comunidade e ao respeito pelo meio ambiente.
As Maldivas são um país insular soberano localizado no Oceano Índico, organizado em 26 atóis. Sua capital e cidade mais populosa é Malé, com 103.693 habitantes. É formado por 1.190 ilhas, das quais 203 são habitadas, e está localizado a 450 km da Índia. Tem um clima tropical e úmido e é o país menos povoado da Ásia. O arquipélago tem 298 km quadrados distribuídos por uma área de cerca de 90.000 km, o que o torna um dos países mais dispersos do mundo.
O horizonte de Cluj-Napoca, cidade localizada na região da Transilvânia na Romênia, é definido por um mosaico de prédios históricos e modernos, dando à cidade uma aparência única e diversa. Entre os principais marcos visíveis, destaca-se a Torre dos Bombeiros, ou "Turnul Pompierilor" em romeno, por sua mistura de estilos, desde trabalhos medievais feitos em pedra até detalhes barrocos e intervenções contemporâneas. Mesmo sendo um monumento relativamente pequeno, com uma área no térreo de pouco menos de 50 metros quadrados, a torre contém camadas de história que narram a evolução de seu bairro e da cidade, desde seus primórdios durante a Idade Média até os dias atuais. Abandonada nos últimos anos, uma nova intervenção de Vlad Sebastian Rusu e Octav Silviu Olănescu tem como objetivo restaurar a posição da torre como um marco da história local e um espaço atraente para moradores e visitantes. Este artigo explora a história por trás da Torre dos Bombeiros, tanto narrativa quanto visualmente, através da lente de Cosmin Dragomir.
O campo da arquitetura, em teoria, se separa da arte. Ou se discute uma espécie de hierarquia entre os dois. Por sorte, o escritório Vão é um exemplo de que a separação não precisa existir, e que a hierarquia é infrutífera para qualquer um dos lados. Fundado em 2013 por Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero em São Paulo, o escritório desenvolve projetos arquitetônicos alimentados pelo pensamento artístico, e trabalhos artísticos em escala arquitetônica.
A luz é um elemento arquitetônico integral e emotivo. O acesso à luz é tanto aproveitado como limitado na arquitetura. Enquanto habitações tropicais caras celebram vistas ensolaradas com vidraças expansivas, uma ampla gama de galerias de arte rejeita a luz em sua forma natural, eliminando-a em conformidade com os requisitos sensíveis de suas exposições. A luz em um sentido arquitetônico e urbano também é altamente simbólica, evidente nas muitas metrópoles do nosso mundo, mas onde esse simbolismo assume uma dimensão interessante é no arquipélago de Zanzibar.
Viver em um mundo cercado pelo constante surgimento de novos desafios exige adaptabilidade, resiliência e aprendizado contínuo. Em resposta, os concursos de projeto encorajam arquitetos a pensarem fora da caixa para criar soluções inovadoras. Seja para projetos experimentais ou práticos, esses concursos oferecem uma plataforma colaborativa para promover inovação e criatividade na solução de desafios contemporâneos. Esse é o caso da Buildner, que desenvolve um espaço para concursos de arquitetura abertos para descobrir novas possibilidades arquitetônicas.
Os concursos de arquitetura da Buildner são uma ferramenta para impulsionar o progresso ao fomentar ideias revolucionárias que promovam a discussão de tópicos críticos como habitação acessível, sustentabilidade e arquitetura em pequena escala. São fundamentais para enfrentar desafios globais. Esses concursos visam inspirar a próxima geração de designers a desafiar o status quo.
O transporte nos conecta. É como chegamos à escola e ao trabalho, como visitamos nossas famílias e como acessamos locais para comprar alimentos e receber tratamentos de saúde. Também é como enviamos e recebemos mercadorias e serviços. À medida que as economias e populações crescem, aumenta também a necessidade de meios de transporte eficientes, acessíveis e sustentáveis.
https://www.archdaily.com.br/br/999059/5-mudancas-para-transformar-o-transporte-e-cumprir-as-metas-climaticasWRI Brasil
Esse não é o primeiro texto a falar sobre isso, muito menos será o último. Diversos artigos apontam a inconsistência de vender políticas urbanas que favoreçam o automóvel como soluções de mobilidade. Eu mesmo escrevi em 2021 sobre a necessidade de pararmos de construir viadutos e dizer que eles vão resolver os problemas de mobilidade. Porém, recentemente, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Maceió, autarquia vinculada à prefeitura, abriu uma consulta pública para questionar a população sobre a abertura de ruas no maior parque linear da cidade, o Corredor Vera Arruda. O objetivo da proposta é melhorar a “mobilidade” e “fluidez” da região, que “sofre” com congestionamentos nos horários de pico.
https://www.archdaily.com.br/br/999312/maceio-abrir-ruas-em-um-parque-pode-melhorar-o-transitoRuan Victor Amaral
Escrever sobre a participação de mulheres arquitetas ou no campo da construção civil é complexo. Hoje, conhecemos mulheres arquitetas contemporâneas que são multi-premiadas e reconhecidas, no entanto, olhar para o passado faz dessa perspectiva um espaço escuro e solitário.
A quadra é um elemento tipicamente urbano que, historicamente, apresentou-se sob diferentes formas e desenhos, fazendo parte, de maneira estrutural, das diretrizes de planejamento das cidades. A partir da observação de alguns tecidos urbanos de cidades como Barcelona, na Espanha, Paris, na França, e Copenhagen, na Dinamarca, é possível perceber a grande variação entre os modelos de quadras, em inúmeros aspectos, definindo suas próprias paisagens e dinâmicas. Alterações de estilo e formato, mudanças volumétricas na relação entre cheios e vazios, e modificações entre as conexões de acesso com o entorno, são alguns exemplos de particularidades tipológicas que as diferenciam. Assim, muitas vezes, em suas especificidades, as quadras constituem-se enquanto características emblemáticas e representativas não somente de determinados modelos de planejamento urbano, desenvolvidos ao longo da história, mas também das próprias cidades.
Erguendo-se sobre as cidades globais, o arranha-céu moderno há muito tempo é um símbolo de crescimento econômico e declínio ambiental. Durante anos, eles foram criticados pelos ambientalistas por serem consumidores descontrolados de energia. O arquiteto malaio Kenneth Yeang reconheceu o arranha-céu como uma necessidade nas cidades modernas e adotou uma abordagem pragmática para tornar mais verde a tipologia de construção que, de outra forma, seria insustentável. Os arranha-céus bioclimáticos de Yeang buscam combinar a economia de espaço com a sustentabilidade e a melhoria dos padrões de vida.
Da ampola de vidro vazia de Thomas Edison aos LEDs controlados por inteligência artificial, centenas de anos se passaram representando uma evolução constante a qual culmina no que hoje conhecemos como iluminação artificial. Edison não poderia imaginar o quanto nos tornaríamos dependentes da sua invenção quase dois séculos depois, levando um modo de vida no qual permanecemos até 90% do nosso tempo em ambientes fechados e privados de luz natural, como shoppings e escritórios. Locais onde a luz artificial permanece constante ao longo dos dias, sem sofrer qualquer tipo de oscilação em relação à temperatura de cor ou intensidade luminosa, onde a iluminação artificial praticamente anula a diferença entre o dia e a noite.
A Cidade do Panamá vem passando por um renascimento arquitetônico. Edifícios que se tornaram ultrapassados e deteriorados com o tempo estão agora sendo reformados, restaurados e modernizados — e um escritórios mais ativos nesse movimento é o Sketch, uma prática arquitetônica que se descreve como "enérgica, multidisciplinar e convicta de que o projeto deve ser ao mesmo tempo inteligente e divertido".
Seus projetos de renovação e renovação, como a Academia de Dança STEPS, a galeria DiabloRosso e o edifício de uso misto La Moderna são claros indícios deste espírito transformador que gira em torno da eficiência e relevância. Veja os projetos em detalhes abaixo.
A iluminação é frequentemente uma questão de números — quando em excesso, os interiores perdem o seu contorno; quando em falta, a atmosfera escura pode tornar um espaço sem graça. A sua importância no design de interiores não pode ser subestimada: quando feita da maneira certa, não só realça as características arquitetônicas de um espaço, mas também faz com que os moradores se sintam à vontade. Como Carmelo Zappulla, do estúdio External Reference, explica em uma recente entrevista feita pelo Architonic, a luz é uma ferramenta crucial para adicionar um elemento emocional e "animar um espaço". É de se esperar que um projeto de iluminação errado possa ter consequências catastróficas para uma sala perfeitamente desenhada.
A arquitetura tropical, um termo amplamente utilizado no discurso arquitetônico, carece de uma definição consistente. O adjetivo "tropical" refere-se à zona entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, que cobre mais de 40% da superfície da terra. O calor é possivelmente a única característica compartilhada desta faixa. A zona tropical possui uma variedade de climas, desde áridos até úmidos, bem como uma variedade de contextos geográficos, sociais e econômicos. Ao contrário das zonas temperadas ou árticas, um único termo abrangente é usado para descrever a arquitetura dos trópicos.
Desde as primeiras civilizações, a natureza tem sido um pilar fundamental para servir a humanidade como um habitat natural, oferecendo abrigo, alimentos e outros recursos. Nos tempos modernos, as revoluções industriais e tecnológicas tomaram conta da paisagem, remodelando a forma como os humanos interagem com a natureza. No entanto, hoje, e devido aos eventos que experimentamos enquanto sociedade, é cada vez mais necessário focar na criação de cidades e espaços que integrem a natureza à vida cotidiana
Dos painéis figurativos retratando cenas históricas às composições geométricas abstratas modernistas, os azulejos são frequentes em diferentes expressões e momentos da arquitetura brasileira ao longo dos séculos. Hoje, há muitas possibilidades de composições não apenas pela disposição - aleatória ou não - das peças entre si, mas também pela vasta gama de cores e padrões oferecidos pelos fabricantes.
Desde o icônico voo pioneiro de Yuri Gagarin em 1961, apenas 565 seres humanos tiveram o privilégio de viajar para o espaço. Essa atividade extrema exige um alto grau de devoção, um preparo físico e intelectual extraordinário, bem como enormes investimentos. A exploração do espaço tem o potencial de oferecer benefícios à humanidade, como o desenvolvimento de novas tecnologias e a geração de conhecimento científico. Muitas dessas tecnologias já estão disponíveis para o público, como GPS, filtros de água ou tecidos altamente resistentes. Mas apesar de frequentemente imaginarmos os astronautas flutuando no espaço e observando a Terra de um ponto de vista único, muitos deles enfrentam a dificuldade de dormir e descansar no espaço devido à falta de luz natural. Foi essa questão que motivou um grupo de jovens arquitetos dinamarqueses a desenvolverem uma solução para melhorar o cotidiano dos astronautas, mas também de muitas pessoas no Planeta Terra que sofrem com o mesmo problema.
Durante o século XIX, os esforços para melhorar a qualidade da vida urbana se concentraram na criação de jardins e parques, iniciando assim a evolução do paisagismo como a disciplina moderna que conhecemos hoje. No entanto, embora existam exemplos notáveis em todo o mundo, estruturas excessivas e a artificialidade dos jardins urbanos foram contra as motivações que lhes deram origem. Em muitos casos, seu design resultou em espaços públicos descontextualizados e ineficientes, altamente exigentes em recursos e afastados da verdadeira sustentabilidade.
O uso estrito da geometria e a imposição de espécies difíceis de adaptar e cuidar estão gradualmente dando lugar a uma abordagem mais orgânica ao paisagismo, adaptada aos ecossistemas locais e mais eficiente em seu desenvolvimento e conservação. As florestas nativas incorporam todos esses aspectos positivos. Elas não apenas restauram ecologicamente as áreas degradadas, mas também melhoram a qualidade do ar e mantêm a água da chuva, criando espaços verdes com biodiversidade que conectam profundamente as pessoas à natureza. Conversamos com Magdalena Valdés, fundadora e diretora do Bosko, que explica por que as florestas nativas são o caminho certo para o paisagismo consciente e verdadeiramente ecológico.
Um levantamento da ONU, revelou que em 2018 cerca de 55% da população mundial vivia em cidades. Este número deve crescer e chegar a 60% até 2030. Se os centros urbanos vão ser a casa de tanta gente, é importante avaliar estes espaços e garantir a qualidade de vida das pessoas – um desafio quando consideramos a concentração de habitantes e o impacto que tanta gente causa.
Mas viver em uma cidade não precisa ser sinônimo de estar longe da natureza, cercado de cinza e concreto. As cidades verdes são um exemplo disso. Ao mesmo tempo que a vida em centros urbanos traz uma série de desafios, também existe a oportunidade de encontrar soluções que transformem estes espaços, promovendo mudanças importantes e necessárias na sociedade.
A arquitetura de lojas contemporâneas é influenciada por diversos fatores, como a evolução do varejo, as mudanças nas expectativas do consumidor e a ascensão do comércio eletrônico. Criar o espaço físico de uma marca é a chance de trazer uma experiência que passa os valores e a imagem que a marca deseja estar associada.
A luz do sol tem sido parte integrante da vida desde que o sol e a terra começaram sua dança. O bem-estar proporcionado pela luz natural é um tema recorrente na cultura humana, percorrendo a música popular, a moda, a fotografia e até os nossos ambientes mais luxuosos.
Mas o desejo de nossos corpos pela luz solar é mais do que apenas um sentimento. Pesquisas científicas provaram que ela ajuda nosso corpo a produzir mais melatonina, que ajuda a dormir e reduz o estresse, que a vitamina D melhora a imunidade e fortalece os ossos, e a serotonina combate a depressão. Além de nos ajudar a levar vidas mais saudáveis e felizes, as pesquisas sugerem que o sol também nos ajuda a viver durante mais tempo.
Um dos desafios mais importantes da arquitetura, quando se trata de criar espaços que funcionam para todos, é a diversidade que existe nas pessoas, suas necessidades e como integrá-las a um design adequado. Deficiências abrangem mais do que apenas uma condição; Eles representam um modo de vida único dentro do espectro da diversidade humana e exigem uma ampla gama de soluções arquitetônicas para acomodar essa diversidade.
De acordo com dados do Banco Mundial, estima-se que 1 bilhão de pessoas - equivalente a 15% da população mundial - vivam com algum tipo de incapacidade. No futuro, essa porcentagem pode aumentar consideravelmente, dada a tendência global de envelhecimento das populações. Para enfrentar esse desafio crescente, a arquitetura terá que se adaptar rapidamente, devido ao papel que os ambientes construídos têm em constituir uma barreira ou um caminho para a inclusão de pessoas com diferentes tipos de deficiência, idosos, bem como diversos grupos que compõem a pluralidade humana.
https://www.archdaily.com.br/br/998771/como-os-edificios-podem-funcionar-para-todos-o-futuro-da-inclusao-e-acessibilidade-na-arquiteturaEnrique Tovar