No urbanismo, os subúrbios podem ser um tópico controverso. Isso em parte porque o termo possui definições nebulosas e em constante mudança. Em sua forma mais simples, os subúrbios são comunidades residenciais a uma distância que se afasta um pouco do coração das áreas metropolitanas. O contexto americano vê os subúrbios com alguma hostilidade, com práticas racistas como o "redlining", um legado sombrio para determinados locais do país. Num sentido mais superficial, os subúrbios americanos têm sido frequentemente criticados por sua uniformidade visual — retratados como moradias sem alma, ausentes de um senso de comunidade.
No mês passado, vimos os 20 projetos residenciais mais visitados apresentados no ArchDaily durante 2020. Abrangendo quatro continentes e 15 países, os estilos e desenhos variaram amplamente e cobriram uma gama de diferentes climas, contextos visuais e necessidades de clientes. No entanto, notamos uma semelhança entre alguns projetos selecionados localizados principalmente no Vietnã e na Indonésia: a prevalência de jardins suspensos e plantas trepadeiras. Abaixo, examinamos essa tendência com mais detalhes, discutindo como ela é usada nestes projetos específicos e de forma mais geral.
https://www.archdaily.com.br/br/954425/agregando-jardins-suspensos-a-arquitetura-residencialLilly Cao
San Juan de Lurigancho, Lima, Perú. Imagen de MarcoRosales. Image vía Shutterstock
O IPCC divulgou seu último relatório sobre a crise ambiental, "Mudança Climática 2022: impactos, adaptação e vulnerabilidade". As novas observações advertem que medidas prioritárias urgentes devem ser tomadas sobre a adaptabilidade do ambiente construído, indicando que globalmente o crescimento mais rápido da vulnerabilidade urbana tem sido em assentamentos informais e não planejados, e em centros urbanos de pequeno e médio porte em países onde a capacidade adaptativa é limitada devido a sua renda - uma situação recorrente na América Latina.
8 de março é uma data estabelecida pela ONU em 1975 para lembrar a luta pela igualdade de direitos e pelo sufrágio universal. Esta comemoração reúne os esforços das mulheres que exigiram seu direito de votar, de trabalhar, de ter uma formação profissional, de ocupar cargos públicos e de combater a discriminação no espaço de trabalho. Esta luta é fruto do trabalho das mulheres que se sacrificaram pela causa. Vários eventos que vivemos diariamente mostram que a situação social mudou. Entretanto, é essencial que tanto homens quanto mulheres se comprometam com o progresso e a justiça a fim de que as coisas aconteçam.
A pegada de carbono e emissões de CO2 são assuntos importantes em nossas conversas sobre como criar um futuro mais sustentável. Ao longo do tempo, diferentes empresas, organizações e indivíduos prometeram alterara seus estilos de vida e hábitos para realizar mudanças que mostrem que eles são dedicados a combater as mudanças climáticas. Especialmente no setor de design, no qual edifícios geram quase 40% das emissões anuais de CO2 entre operações diárias e construção/demolição, os arquitetos há muito tempo sentem a pressão de explorar novas maneiras e provar que estão fazendo sua parte.
Quando examinamos diferentes escalas de emissões, uma pergunta normalmente vem à tona: como podemos medir diferentes níveis de impacto? É nossa responsabilidade individual reciclar e nunca mais usar canudos de plástico? Será que isso tem um grande impacto? Será que mais fabricantes de carros precisam encontrar alternativas para automóveis abastecidos por gasolina? Será que os arquitetos precisam apenas encontrar materiais sustentáveis? Quais são medidas factíveis que provocam um impacto verdadeiro?
O que faz de um projeto de interiores um espaço saudável tanto para a nossa mente quanto para o nosso corpo? Essa foi a questão central do nosso tópico do mês de março “Interiores e bem estar”.
A política do Carbono Zerotem como intuito criar uma espécie de balança ecológica para neutralizar a emissão de gases do efeito estufa. Diversos estudos relatam que o setor da construção civil é um um dos principais responsáveis pelo desequilíbrio no qual nos encontramos atualmente, afinal, consome recursos naturais em escala gigantesca e ainda constrói edifícios que não colaboram com a manutenção do meio ambiente. Sendo assim, buscar por caminhos para uma arquitetura neutra em carbono se tornou fundamental e um deles está em aprender com mestres do passado, como o arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima, o Lelé.
A Price Tower é o único edifício de grande altura feito pelo famoso arquiteto americano Frank Lloyd Wright e um de seus únicos projetos orientados verticalmente. Localizado em Bartlesville Plains, Oklahoma e encomendado pela empresa local de petróleo e produtos químicos H.C. Price Company, a torre de uso misto é significativa não só pela sua singularidade dentro da obra do arquiteto, mas também pelos seus materiais e desenho estrutural. Algumas das inovações desenvolvidas por Wright, que surgiram pela primeira vez em meados do século 20, ainda são úteis e eficazes até hoje.
https://www.archdaily.com.br/br/959013/licoes-do-unico-arranha-ceu-de-frank-lloyd-wright-validas-ate-hojeLilly Cao
Há séculos e séculos, nós construímos — e nossa diversidade no ambiente construído global é prova disso. As muitas culturas diferentes por todo o planeta já construíram de muitas maneiras diferentes ao longo da história, adaptando materiais encontrados localmente às suas estruturas. Hoje, em nosso presente globalizado, os materiais de construção são transportados por todo o globo, longe de suas origens, uma situação que significa que dois edifícios em lados completamente opostos do planeta podem ser mais ou menos similares.
Hoje em dia tudo é “pintado” de verde. São embalagens verdes, tecnologias verdes, materiais verdes, automóveis verdes e, claro, arquitetura verde. Uma “onda verde” estimulada pela crise ambiental e energética que estamos enfrentando, com destaque para as mudanças climáticas e todas as consequências atreladas ao aquecimento do planeta. Situação calamitosa confirmada pela segunda parte do relatório intitulado Mudanças Climáticas 2022: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) eapresentado nas últimas semanas. Nele revela-se que, embora os esforços de adaptação estejam sendo observados em todos os setores, o progresso implementado até agora é muito baixo, pois as ações tomadas não são suficientes.
Conheça o vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura, Francis Kéré, em uma entrevista ao Louisiana Channel em que ele conta sobre sua visão de arquitetura. Como a nota oficial do Prêmio Pritzker de Arquitetura diz "por meio de edifícios que demonstram beleza, modéstia e invenção, e pela integridade de sua arquitetura e gesto, Keré assume graciosamente a missão deste prêmio", de maneira contínua "empoderando e transformando comunidade através do processo da arquitetura".
Reserve um segundo para imaginar um edifício ou um espaço. Provavelmente, você está imaginando superfícies retangulares planas e linhas retas. Sejam paredes, vigas ou janelas, a maioria dos elementos arquitetônicos vem em formas ortogonais padrão e altamente práticas. No entanto, a pandemia lançou luz sobre designs que não são apenas funcionais, mas também melhoram nosso humor e bem-estar. Nesse sentido, o poder das superfícies curvas e fluidas é incomparável, o que explica por que elas estão voltando como uma tendência de design moderno. Adotar belas formas inspiradas na natureza, como curvas orgânicas, energizam os ambientes e fazem os usuários se sentirem bem. Na verdade, os neurocientistas mostraram que essa afeição está programada no cérebro; em um estudo de 2013, descobriram que os participantes eram mais propensos a considerar um espaço bonito se fosse curvilíneo em vez de retilíneo. Em suma, os humanos adoram curvas.
As janelas são os elementos que fazem a nossa conexão com o mundo exterior. É a partir delas que se enquadram vistas, define-se a privacidade, a iluminação e a ventilação natural. Hoje em dia no mercado da construção encontramos diversos tipos de aberturas. Descubra aqui como escolher o tipo que melhor se encaixa nas necessidades do seu projeto.
A importância do uso de tecnologias avançadas, tais como a realidade virtual no cenário da arquitetura, está se tornando cada vez mais necessária. Por mais bonita que seja uma imagem renderizada, sempre faltará a capacidade de transmitir plenamente o escopo e a sensação do projeto como um todo, perpetuando ainda mais a necessidade de incorporar o uso dessas tecnologias a um nível de prática profissional.
Arquitetos que optam por não adotar o uso de tecnologias de realidade virtual em seu processo de projeto são vítimas de uma desvantagem significativa, e o problema já nem sequer está na acessibilidade, pois a realidade virtual é acessível para arquitetos de todos os tipos na era atual.
Surgical Clinic and Health Center. Cortesia de Francis Kéré
"Eu só queria que minha comunidade fizesse parte desse processo", disse Diébédo Francis Kéré em entrevista ao ArchDaily publicada no ano passado. Difícil pensar em outra frase que resuma tão bem a modéstia e o impacto causado pelo mais novo vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura, cujo trabalho ganhou notoriedade justamente por envolver os habitantes de sua vila na construção de obras que combinam compromisso ético, eficiência ambiental e qualidade estética.
Embora a economia circular seja frequentemente discutida em relação ao objeto arquitetônico através das lentes da reciclagem de materiais, projetos para desmontagem e passaportes de materiais, a estrutura é mais plenamente implementada na escala do bairro e da cidade. Sejam visões de comunidades circulares que sugerem algum nível de autossuficiência ou políticas postas em movimento pelas cidades, projetos em escala urbana exemplificam os princípios orientadores da economia circular, fornecendo um vislumbre do que uma versão completa dela pode oferecer. A seguir, explore as estratégias usadas em ambientes urbanos circulares, desde a arquitetura e materiais de construção até a produção de energia, gestão de resíduos e produção de alimentos, bem como os processos e operações que regem esses projetos, fornecendo insights sobre as condições que informam a circularidade.
É crucial considerar o impacto ambiental futuro de tudo o que criamos. As mudanças climáticas continuam no topo da agenda global e todos os setores devem participar da meta de alcançar o Net Zero, ou neutralidade em carbono. Uma das indústrias mais desafiadoras diz respeito à construção, que desempenha um papel vital no processo de descarbonização e enfrenta constantemente desafios para se tornar mais verde. Portanto, exige técnicas inovadoras e desenvolvimento de dados para encontrar processos novos e sustentáveis. Uma solução é introduzir e projetar materiais mais limpos e eficientes. Os tijolos são um bom exemplo, pois podem ser usados na construção civil para garantir um processo circular e minimizar as emissões de carbono, sendo um material extremamente durável que pode ser produzido com técnicas mais sustentáveis.
No filme Aquarius, do diretor Kleber Mendonça Filho, a personagem Clara, interpretada por Sônia Braga, recusa-se a vender para uma incorporadora o seu apartamento, localizado em um condomínio. Seus vizinhos do edifício, por outro lado, topam o negócio. Em artigo para o Estadão, o economista Pedro Fernando Nery retrata o caso através de uma lente oposta à narrativa cinematográfica: Clara, ao invés de heroína, que resiste ao capital imobiliário sem escrúpulos ou respeito pela paisagem litorânea de Recife, é, na verdade, a vilã.
A madeira laminada cruzada (CLT) foi apelidada de concreto do futuro. Com uma forma altamente resiliente de madeira engenheirada feita pela colagem de camadas de madeira maciça serrada, a CLT está reformulando como entendemos a arquitetura e o design hoje. Por ser um material com alto grau de flexibilidade, o CLT tem que sofrer grandes deformações para quebrar e colapsar, diferentemente do concreto. Por sua vez, é um material escolhido por seu calor e propriedades naturais.
Desde o início do século XX o automóvel particular vem moldando as cidades e a arquitetura, demandando espaços específicos para circular e ser armazenado. Os carros e motos ditaram a organização espacial, e a consequente paisagem urbana e rural, de países inteiros, porém, com a crise climática e o reconhecimento dos problemas que este modelo de desenvolvimento traz para as cidades e para o planeta, cada dia mais percebem-se iniciativas que buscam suprimir os automóveis individuais e motorizados movidos a combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que se percebe a necessidade de ressignificar espaços que antes eram dedicados aos carros. Para além das ruas e espaços públicos, essa transformação também é sentida na escala do edifício, nas casas e prédios residenciais que começam a encarar as garagens como um espaço mais dinâmico.
Distrito 13 en Medellín, Colombia. Imagen de JorgePM. Image vía Shutterstock
Dentro da região da América Latina e Caribe, foi registrado que pelo menos 25% da população vive em assentamentos informais. Dado que a expansão de tal realidade é um dos maiores problemas que afligem estas cidades, apresentou-se um projeto, apoiado pelo BID, que propõe como as novas tecnologias podem contribuir para a identificação e detecção destas áreas a fim de intervir e ajudar a reduzir a informalidade urbana.
O Dia Nacional da Escola foi celebrado ontem, 15 de março, uma importante data para lembrar e valorizar a importância das instituições de ensino. Espaços que propiciam novas perspectivas, conhecimento, trocas, encontros e brincadeiras precisam ser projetados a altura do desafio. Se anteriormente já destacamos quinze projetos realizados por arquitetos brasileiros, hoje aproveitamos para destacar algumas soluções e técnicas adotadas nos últimos anos ao abordar esse programa.
https://www.archdaily.com.br/br/978630/projetando-uma-escola-no-brasil-ideias-e-solucoes-contemporaneasEquipe ArchDaily Brasil
Diébédo Francis Kéré fundou seu escritório, Kéré Architecture, em Berlim, Alemanha, em 2005, após o início de uma trajetória defendendo a construção de uma arquitetura educacional de qualidade em seu país de origem, Burkina Faso. Desprovido de salas de aula e condições de aprendizagem adequadas quando criança, e enfrentando a realidade da maioria dos jovens estudantes do país, seus primeiros trabalhos foram o resultado da busca por soluções tangíveis para os problemas que a comunidade enfrentava.
O início do século XX presenciou o nascimento da arquitetura modernista. Trouxe consigo um movimento arquitetônico principal que gerou movimentos derivados. Uma figura frequentemente vista como indivíduo definidor desse movimento é Le Corbusier, cujo tratado de 1923 Por uma Arquitetura influenciou seus contemporâneos — um manifesto que inclui a famosa frase "uma casa é uma máquina de morar" onde a boa arquitetura teria que ser intrinsecamente ligada a sua função e às exigências da indústria.