Camilla Ghisleni

Camilla Ghisleni é Arquiteta e Urbanista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina e Mestre em Urbanismo, Cultura e História da Cidade pela mesma universidade. É sócia-fundadora do escritório Bloco B Arquitetura e colabora com o ArchDaily Brasil desde 2014.

NAVEGUE POR TODOS OS PROJETOS DESTE AUTOR

A sensualidade da curva: o corpo da mulher como inspiração do projeto

A discriminação das mulheres dentro da profissão na arquitetura é um tema que vem sendo abordado com cada vez mais frequência. Inúmeras situações listadas e ilustradas vão desde a discrepância salarial em comparação com os homens, a falta de respeito no gerenciamento de obras e equipes por parte dos funcionários do sexo masculino, a histórica invisibilidade e consequente falta de reconhecimento das mulheres na carreira, entre muitas outras. Diferentes desmotivações as quais fazem com que, mesmo sendo maioria dentro dos cursos de arquitetura pelo mundo, muito poucas são as mulheres que conseguem se consolidar e ganhar destaque dentro da profissão.

Entretanto, o sexismo não para por aí. Além da discriminação sofrida em termos profissionais, é possível perceber a objetificação da mulher também na imagem e nos conceitos arquitetônicos.

A sensualidade da curva: o corpo da mulher como inspiração do projeto - Image 1 of 4A sensualidade da curva: o corpo da mulher como inspiração do projeto - Image 2 of 4A sensualidade da curva: o corpo da mulher como inspiração do projeto - Image 3 of 4A sensualidade da curva: o corpo da mulher como inspiração do projeto - Image 4 of 4A sensualidade da curva: o corpo da mulher como inspiração do projeto - Mais Imagens+ 3

Na curva da tendência: projetos de interiores que exploram as formas arredondadas

Após anos de reinado, as linhas ortogonais e os ângulos retos nos projetos de interiores estão cedendo lugar aos desenhos orgânicos e formas arredondadas. Com essa significativa mudança na linguagem formal, percebe-se cada vez mais a invasão de curvas delicadas e volumes amorfos nas peças de design, mobiliários e elementos decorativos. Há quem diga que essa situação pode estar indiretamente associada ao aumento no interesse pela sustentabilidade e na busca por estratégias que aproximem o homem da natureza, como o próprio conceito de biofilia, constantemente presente em projetos de diferentes escalas. Uma condição reforçada ainda pelo período de isolamento social na pandemia de Covid-19, o qual incitou as pessoas a criarem maneiras pelas quais a natureza pudesse estar presente dentro das casas, aumentando o bem-estar no cotidiano.

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Perspectiva de gênero na arquitetura e no urbanismo: uma seleção de artigos para se aproximar do tema

Não é novidade que a questão de gênero permeia toda a nossa organização como sociedade e sistema, refletindo diretamente a dualidade dos "papéis femininos e masculinos" e seus mecanismos de opressão de gênero. No âmbito da arquitetura e do urbanismo isso não é diferente. Ao longo dos séculos, as cidades e suas edificações têm se mantido e se transformado de forma a priorizar as demandas de um perfil bem específico de usuário. Tal estrutura, obviamente, não considera outras identidades e formas de apropriação, ou seja, a demanda real e toda a sua diversidade de classes sociais, gênero, cores, faixas etárias, orientações sexuais, etc. São planejamentos e projetos disfarçados de uma concepção “neutra”, mas que na verdade reproduzem o olhar de um homem branco de classe média.

Como pré-dimensionar uma calha

As calhas, como o próprio nome diz, são elementos de canalização instalados ao longo dos beirais de telhados e varandas e possuem a função de coletar a água da chuva que escorre na superfície da cobertura e direcioná-la aos devidos condutores. Independentemente do seu material, que pode ser alumínio, PVC, concreto, aço galvanizado, entre outros, seu dimensionamento é fundamental pois, dependendo do clima onde o projeto está inserido, os prejuízos causados por sua aplicação incorreta podem ser consideráveis.

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Arquitetura da moda: tijolos produzidos a partir de resíduos têxteis

Segundo pesquisas recentes, o mercado da moda movimenta anualmente cerca de 2,4 trilhões de dólares no mundo. Um número exorbitante que, infelizmente, compara-se aos dados do seu desperdício. Estima-se que, a cada segundo, o equivalente a um caminhão de lixo cheio de sobras de tecidos é queimado ou descartado em aterros sanitários. Levando em conta que tecidos como o poliéster, amplamente utilizado na confecção, demora em média 200 anos para se decompor, é fácil prever o futuro catastrófico dessa operação. Nesse sentido, notícias alarmantes constantemente vêm à tona como as imagens do imenso cemitério de roupas usadas no deserto do Atacama divulgadas alguns anos atrás ou o relato de que a famosa marca de luxo britânica Burberry incinerou roupas, acessórios e perfumes não vendidos no valor de 28,6 milhões de libras no ano passado para preservar a marca, alegando que a o gás carbônico emitido com a ação foi compensado, tornando a atitude “ambientalmente sustentável”.

O papel da arquitetura e do urbanismo no combate aos fenômenos de desertificação e seca

Designado pela Organização das Nações Unidas (ONU), 17 de junho foi definido como Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, uma data que serve para sensibilizar as pessoas em relação a esses fenômenos, bem como promover ações de enfrentamento. Em linhas gerais, a desertificação refere-se ao processo de degradação da terra em regiões mais áridas, causado principalmente por atividades humanas e variações climáticas. Esse fenômeno leva à perda de cobertura vegetal, erosão do solo e redução da produtividade agrícola, entre outras consequências negativas. A seca, por outro lado, é um período prolongado de chuvas anormalmente baixas, resultando em escassez de água, que pode ter impactos severos nos ecossistemas, na agricultura e na subsistência humana.

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A poética da água: significados simbólicos no espaço construído

Em um mundo de texturas, cores e sabores extravagantes, quem diria que uma substância incolor, insípida e inodora é justamente a mais essencial para a existência humana. Antagônica por si só, a água carrega uma ambiguidade de valores e significados os quais lhe conferem um alto grau de complexidade sustentado pelo seu perfil versátil e dissolúvel que a singulariza em uma complexa simplicidade. Nesse sentido, a água, como fonte de vida, ao longo do tempo se tornou tanto um objeto de devoção quanto de estudo, fomentando um esforço contínuo focado em entender, transportar e controlar este elemento.

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Arquitetura e memória: a experiência olfativa como recordação

Quando perguntado sobre suas memórias em relação à casa onde passou parte da sua infância, o arquiteto finlandês Juhani Pallasmaa diz que, mais do que a visão, suas recordações são baseadas no cheiro da casa. Segundo ele, cada casa tem seu cheiro, o qual nem sempre percebemos quando estamos nela, mas ao voltarmos o reconhecemos de imediato.

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O que é madeira engenheirada?

A madeira é o concreto do futuro. Provavelmente você já deve ter ouvido essa frase, visto que, as apostas nas construções em madeira estão cada vez mais altas. Entretanto, não estamos falando das técnicas construtivas tradicionais que utilizam madeira, mas sim, desse conhecido material aliado à tecnologia de ponta.

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Bem-estar como medida de qualidade: o movimento “wellness” na arquitetura

Na teoria, a sensação de bem-estar pode ser definida como um estado de satisfação plena das exigências do corpo e do espírito, evocando sentimentos de segurança, conforto e tranquilidade. Na prática, a sensação de bem-estar pode ser fomentada por diferentes estratégias, desde hábitos individuais até a forma como o ambiente é construído.

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Ecofeminismo na arquitetura: empoderamento e preocupação ambiental

O conceito de sustentabilidade surgiu na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (UNCHE), realizada em Estocolmo em 1972, e foi cunhado pela norueguesa Gro Brundtland no Relatório “Nosso Futuro Comum” (1987). De acordo com essa definição, o uso sustentável dos recursos naturais deveria “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas”. Entretanto, apesar da urgência do conceito e da constante evolução que ele tem sofrido ao longo do tempo, sua aplicação ainda se limita muitas vezes ao uso controlado dos recursos naturais e à preservação da vida selvagem. Ou seja, está baseada em relações e ações que abordam a situação sob a perspectiva do “homem versus natureza”, como um entendimento dicotômico em detrimento de uma visão holística.