Vision Zero é um plano idealizado em 1997 na Suécia, quando o país começou a implementar uma série de medidas de segurança viária visando reduzir a zero o número de fatalidades no trânsito. Como resultado, o país conseguiu reduzir as mortes para 3 a cada 100 mil habitantes.
Desde então, o plano tem sido adotado em diferentes cidades do mundo, dando origem a diversos grupos e organizações que têm como meta tornar as ruas locais mais seguros para todos. Uma dessas organizações é a Vision Zero Network, que reúne engenheiros de tráfego, profissionais da saúde, líderes locais e responsáveis por políticas públicas.
Em maio de 2013, Nova Iorque lançou seu primeiro sistema de bicicletas públicas, o Citi Bike.
Nestes quase quatro anos de funcionamento, já são quase 37 milhões de percursos realizados netas bicicletas, que inicialmente totalizavam 6 mil divididas em pouco mais de 300 estações e que hoje contabilizam 10 mil em 600 estações que cobrem 55 bairros da cidade.
A mais recente inovação foi anunciada há poucas semanas e busca aumentar a segurança dos ciclistas, sendo parte do plano estratégico "Vision Zero", que tem como meta reduzir a zero o número de fatalidades no trânsito.
A importância dos espaços públicos na vida urbana é um assunto presente desde a Grécia antiga até os nossos dias. As possibilidades de encontro e de debate nesses espaços são capazes de influenciar a forma como os habitantes participam no desenvolvimento de suas cidades, contando com maiores espaços disponíveis para todos.
Porém, nas sociedades modernas, o papel estratégico dos espaços públicos foi limitado, sendo a massificação dos automóveis um dos principais fatores, segundo o blog de planejamento urbano e mobilidade sustentável, The City Fix. De fato, segundo uma pesquisa do Instituto de Energia e Meio Ambiente do Brasil, cerca de 70% dos espaços públicos dos centros urbanos são consistem nas vias para automóveis, por onde deslocam-se apenas de 20% a 40% da população da cidade.
Como os espaços públicos podem ser recuperados para fomentar a vida urbana? Apresentamos a seguir três ideias.
Esta série de mapas elaborados pelo Centro de Estudos Urbanos LSE Cities, da Escola de Economia e Ciência Política da Universidade de Londres, apresenta a infraestrutura de transporte público de doze cidades do mundo.
Segundo a instituição, "a infraestrutura de transporte é um fator crítico da forma urbana", uma afirmação que sustenta e que, em grande medida, determina a densidade ou expansão de uma cidade, além da localização das populações e centralização das funções econômicas.
Como resultado, as áreas urbanas onde se localizam os sistemas de ônibus, metrô e trem acabam influenciando na acessibilidade dos habitantes ao transporte público e na ocupação do espaço urbano.
Unter del Linden é o principal bulevar de Berlim e, em seu um quilômetro e meio de extensão, entre a Brandenburger Tor e a Schlossbrücke, é acompanhada de importantes edifícios, entre os quais embaixadas, museus e universidades, além de restaurantes e estabelecimentos comerciais.
Em 2010 teve início a ampliação da linha U5 do metrô, e um trecho da mesma, conhecido como U55, passaria por baixo do bulevar. Antes do início das obras, passavam diariamente cerca de 30 mil veículos pela avenida, porém, esta cifra caiu para 8 mil após as obras.
Dar visibilidade aos pedestres -- os usuários mais vulneráveis do espaço público -- e, assim, aumentar a segurança viária é o objetivo dessa nova faixa de pedestres inaugurada no final de novembro na cidade de Brummen, Países Baixos.
Projetado pelo escritório holandês Lighted Zebra Crossing e entregue gratuitamente ao município, esta faixa de pedestres torna mais visíveis as pessoas, sobretudo à noite, quando não há luz natural. Cada ima das faixas brancas paralelas conta com placas de luz que permanecem sempre acesas, e não apenas quando há pessoas trafegando.
Quando falamos do futuro das cidades, é comum nos referirmos a estimativas de aumento da população global para as próximas décadas. Se considerarmos os estudos realizados pelas Nações Unidas, até 2030 haverá 41 megacidades - áreas urbanas com mais de 10 milhões de habitantes - onde viverão 9% da população global.
Acolher esta grande população e garantir uma boa qualidade de vida a todos não é tarefa fácil, no entanto, há cidades que, através de pequenas iniciativas e projetos já começaram a testar novas opções para atingir o objetivo de oferecer uma vida com qualidade a seus habitantes.
O Geotaggers’ World Atlas é um projeto que representa através de mapas os lugares mais fotografados de cidades de todo o mundo.
Criado pelo programador e membro do Mapbox, Eric Fischer, este atlas usa a localização das fotografias feitas durante os últimos dez anos sobre a base da API do Flickr -- interface de programação de aplicativos -- e a cartografia de dados abertos do OpenStreetMap.
A experiência de caminhar por um bairro pode ser muito mais agradável se o espaço público apresentar algumas características. Algumas têm relação com os principais pontos de interesse, outras com as dimensões das calçadas e ruas, ou ainda, com os serviços e comércios disponíveis.
Com o objetivo de identificá-las e, assim, promover sua aplicação em diferentes cidades (sem esquecer do contexto específico de cada caso), a arquiteta e planejadora Liz Treutel, identificou cinco fatores presentes nos bairros caminháveis. Veja-os a seguir.
Criar 100 novos hectares de áreas verdes em coberturas, fachadas e a nível do solo em 2020 é o objetivo do programa "Paris Culteurs" lançado em março deste ano pela prefeitura da capital francesa.
No início, este projeto consistiu nos próprios agricultores, arquitetos, artistas, empresas, jardineiros e organizações da sociedade civil de todo mundo, postulando seus projetos para construir novos jardins, alguns deles em espaços em desuso.
A chamada para os projetos ficou aberta durante quatro meses, entre maio e agosto, período em que foram recebidas 144 propostas, dentre as quais se escolheram 33 ganhadores recentemente anunciados.
Quando se fala de Copenhague e sua cultura ciclista, é quase impossível não citar o especialista em mobilidade urbana Mikael Colville-Andersen.
De origem canadense, porém residindo a muitos anos na capital dinamarquesa, este urbanista é uma das referências globais em termos de cidades na escala humana e na promoção dos meios de transporte sustentáveis, especialmente a bicicleta.
Em todo o mundo existem vários projetos de infraestrutura cicloviária que buscam melhorar a qualidade dos trajetos em duas rodas.
Estas iniciativas estão sendo desenvolvidas em diferentes escalas. Por exemplo, em Munique estão avaliando a possibilidade de conectar a região metropolitana com 24 rotas cicloviárias, na Coreia do Sul, duas cidades se conectam através de uma ciclovia de 32 quilômetros coberta com teto solar, e na Europa há o projeto EuroVelo que até 2020 conectará 43 países.
A primeira cidade a instalar uma ciclovia solar que brilha à noite foi Neunen, nos Países Baixos, onde viveu o artista Vincent van Gogh. Por este mesmo fato a ciclovia foi inspirada em uma das obras mais famosas do pintor, o quadro A Noite Estrelada.
Agora foi a vez de Lidzbark Warminski, uma cidade no norte da Polônia, que acaba de inaugurar uma ciclovia que faz uso da mesma tecnologia, porém, localizada na zona rural.
O desenho oferece a possibilidade de conexão com os mais variados espaços de nossas cidades e com o que neles ocorre.
Esta prática, muito comum entre estudantes de arquitetura, é retomada pelo arquiteto e professor da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Valparaíso, David Jolly Monge.
Intitulado “La Observación: el urbanismo desde el acto de habitar”, o livro é apresentado pelo autor como uma coleção de observações que tratam do efeito de detenção causado pelo desenho, que segundo Monge consiste em habitar.
Orientar o desenho das cidades para as pessoas é uma diretriz que vem cada vez mais norteando o desenvolvimento das cidades. Assim, planejadores e autoridades vêm retomando a escala humana e colocando os pedestres em primeiro plano, em detrimento dos automóveis.
Exemplo disso são os projetos realizados em espaços que antes eram dominados por automóveis e que agora estão abertos para pedestres e ciclistas, entre os quais se destacam a pedestrianização da Times Square e a demolição de rodovias.
O aplicativo chileno Kappo está disponível para que os ciclistas de qualquer cidade do mundo possam compartilhar seus percursos enquanto pedalam. A lógica é como a de um jogo e permite que os usuários atribuam pontuações para as condições de percurso e rendimento.
Deste modo, a equipe que desenvolveu o aplicativo busca fomentar o uso da bicicleta e, com isso, tornar nossas cidades lugares mais agradáveis. Assim, para a celebração do Dia Mundial sem Carros a equipe criou o Prêmio Cool Place to Bike, para as empresas que incentivam seus funcionários a usarem a bicicleta como meio de transporte.
A história do bairro Hammarby Sjöstad, em Estocolmo, apresenta muitos contrastes. Se antes esta região era muito poluída pelas indústrias, fato que ocasionou seu esvaziamento, hoje ela é considerada o primeiro bairro sustentável da cidade. Saiba como isso foi possível, a seguir.
Tudo começou nos anos 1990 com a notícia de que Estocolmo poderia se tornar sede dos Jogos Olímpicos de 2004. No entanto, a votação do Comitê Olímpico realizada em 1997 elegeu Atenas como sede, e a capital sueca, que chegou entre as cinco finalistas, deu prosseguimento aos seus planos.
O Instituto de Políticas para o Transporte e Desenvolvimento (ITDP) acaba de publicar o resultado da pesquisa "Pessoas próximo ao trânsito: Melhorando a acessibilidade e cobertura do trânsito rápido nas grandes cidades", que mede a distância a pé que os habitantes devem percorrer para acessar o transporte público (ônibus, metrô, trem etc.).
A medição foi realizada sobre os sistemas de transporte público de 26 cidades de diferentes continentes, a maioria de dimensão metropolitana, sendo sete delas latino-americanas: Cidade do México, Belo Horizonte, Brasília, Buenos Aires, Quito, Rio de Janeiro e São Paulo.
A pesquisa considerou a quantidade de habitantes que vivem dentro de um raio de 1 quilômetro de distância de alguma estação de transporte público.