No Teatro do Sesc Pompéia, Lina Bo Bardi projeta um palco central com duas plateias, descortina a estrutura e todas as funções do programa e abre mão de mobiliários tradicionais para os assentos. Sua ideia era que as poltronas não tivessem um estofado, que fossem próximas entre si e que estimulassem uma mais postura altiva, atenta e consciente do público, que segundo ela, honrava a antiga arte do teatro.
Da mesma forma que temos ciência de que as características dos espaços alteram nosso humor, sentimentos, concentração e aprendizado, quando considera-se a experiência integral do usuário o design dos mobiliários deve ser levado em conta com seriedade. E quando falamos de escolas e ambientes de aprendizado, muitas vezes a mesma atenção dada à área pedagógica não é conferida aos espaços e à estrutura física.
Ao longo dos últimos anos, uma série de exposições, publicações e documentários têm revelado um crescente interesse à respeito da arquitetura modernista soviética, levando arquitetos do mundo todo a (re)descobrirem um dos principais e mais fascinante capítulos da história moderna da arquitetura. Recentemente publicado pela Zupagrafika, Concrete Siberia. Soviet Landscapes of the Far North é um livro fotográfico que vem ao encontro de tal interesse, lançando uma nova luz sobre um fenômeno ainda inexplorado ou até certo ponto desconhecido pela maioria dos nossos colegas arquitetos. Retratando alguns dos mais impressionantes edifícios construídos durante a segunda metade do século XX na então URSS, “Sibéria Concreta” apresenta uma perspectiva abrangente da atual situação do patrimônio soviético construído na região habitada mais fria e remota do planeta Terra. O livro apresenta um resumo completo não apenas das principais obras de arquitetura modernista construídas na Sibéria mas também da paisagem urbana de seis das mais importantes cidades da região: Novosibirsk, Omsk, Krasnoyarsk, Norilsk, Irkutsk e Yakutsk.
Rebelarchitette criou uma nova ferramenta que visa diminuir as desigualdades no mundo arquitetônico, um mapa público interativo mostrando 732 mulheres arquitetas de todo o mundo.
Nos últimos anos, vários movimentos Brasil afora e em diversos países fizeram grande serviço à sociedade reiterando a necessidade de ocupar os espaços públicos das cidades de forma a reivindicar qualidade e liberdade de uso para os bens coletivos. Como exemplo, temos no Brasil o Movimento Ocupe Estelita no Recife que, por meio de uma luta frente à crescente especulação imobiliária na região, confrontou as intenções mercadológicas do desenho urbano agressivo nas margens do Capibaribe. Foi a partir de alguns casos como esse que, em entrevista à organização Fora, o professor, crítico e curador Guilherme Wisnik tratou da questão do espaço público enquanto espaço de conflito.
O cenário das cidades brasileiras se alterna em duas realidades marcantes: de um lado temos a cidade formal, onde a lei é vigente, onde o direito à cidade é exercido, onde existem infra-estruturas de qualidade e investimentos públicos e privados. É também a realidade usada como base para a formulação de leis e diretrizes de planejamento urbano, e onde podemos ver a presença do Estado.
Por outro, temos a cidade informal. Aquela que ocupa as periferias e favelas, com uma identidade marcada por blocos cerâmicos e um adensamento descomedido. Nela, o que domina são as autoconstruções, independentes da propriedade do terreno, a ocupação ilegal e a falta de políticas públicas e infra-estruturas básicas. Faltam espaços de lazer, de cultura e áreas verdes.
Atualmente, os materiais mais comuns utilizados na construção de edifícios em altura – o aço e o concreto –, são materiais não renováveis, cuja produção emprega alto consumo energético. Neste cenário, a madeira representa uma alternativa mais sustentável na estrutura de edifícios em altura, apresentando vantagens já muito difundidas, como renovabilidade, absorção de carbono, baixo consumo energético na sua extração e rapidez de construção. Além disso, ao contrário do que ainda se imagina, a madeira pode apresentar bom desempenho na resistência ao fogo, como apresentamos em um artigo publicado anteriormente.
A Power Station of Art (PSA) anunciou a equipe de curadores e o tema da 13ª Bienal de Xangai, proposta por seu Curador-Chefe, o arquiteto e escritor Andrés Jaque (Escritório de Inovação Política).
https://www.archdaily.com.br/br/941224/corpos-dagua-sera-o-tema-da-13a-bienal-de-xangai韩双羽 - HAN Shuangyu
Os escritórios OMA e Y.A. Studio foram selecionados para projetar um conjunto habitacional de 150 unidades no histórico bairro de Haight Ashbury em San Francisco. Nomeado 730 Stanyan, o projeto busca oferecer espaços de alta qualidade para famílias e idosos. O conjunto será construído na entrada do Golden Gate Park e atenderá à enorme demanda local por moradia acessível.
A arquitetura pode funcionar tanto como cura quanto como bem estar. Seja como um espaço capaz de minimizar a transmissão de doenças, ou simplesmente proporcionando um espaço tranquilo para o consolo, as construções do nosso dia-a-dia moldam diretamente a nossa experiência. Em situações de emergência, a arquitetura opera como um espaço da saúde e abrigo. À medida que os arquitetos continuam a repensar os projetos de habitação e necessidades humanas básicas, eles também estenderam seu foco para o bem-estar mental, físico e espiritual.
A Usina Hidrelétrica Belo Monte, quarta maior hidrelétrica do mundo e 100% brasileira foi inaugurada em novembro de 2019 na bacia do Rio Xingu, no norte do Pará. O projeto da obra, operado pelo Consórcio Norte Energia S.A. estava inserido no PAC (Plano de Aceleração de Crescimento) – programa do governo federal estabelecido em 2007 que visa à implementação de grandes obras de infraestrutura a fim de alavancar o desenvolvimento nacional analogamente a planos anteriores existentes.
https://www.archdaily.com.br/br/941563/usina-hidreletrica-de-belo-monte-a-desterritorializacao-dos-ribeirinhos-do-rio-xinguBruna Ribeiro Alves e Maytê Tosta Coelho
O escritório suíço Herzog & de Meuron desenvolveu o projeto para um arranha-céu em Toronto. Se construído, o projeto terá 324 metros de altura e se tornará o edifício residencial mais alto do Canadá. Trabalhando em conjunto com o escritório local Quadrangle, a dupla foi contratada pelas empresas holandesas de desenvolvimento imobiliário Kroonenberg Geoep e ProWinko para projetar o novo ícone da cidade.
Frente a atual situação de emergência imposta, não somente pela maior pandemia da história moderna, mas também pelo total desgoverno que rege esse país, agravados pela desigualdade estrutural que provoca um verdadeiro genocídio da população mais vulnerável da nossa sociedade, nós, arquitetos urbanistas, representantes de assessorias técnicas do Estado de São Paulo, com histórica trajetória de atuação e produção habitacional pautados pela luta do direito à cidade, entendemos que é fundamental nos posicionarmos quanto à importância de ações efetivas deste que é o órgão representativo da nossa categoria, voltadas às necessidades das comunidades organizadas que vivem em assentamentos populares ou em situação de vulnerabilidade social:
https://www.archdaily.com.br/br/941548/assessorias-tecnicas-de-sao-paulo-enviam-carta-ao-cau-sobre-a-urgencia-no-apoio-a-acoes-de-athisUsina - CTAH, Peabiru tca e Ambiente Arquitetura
Durante a etapa inicial de projeto em Arquitetura, é fundamental que arquitetos encontrem a melhor forma de transmitir suas ideias à seus clientes, de modo que independentemente de seu conhecimento técnico, estes sejam capazes de entender suas propostas com clareza. Nesse sentido, é comum que profissionais apoiem-se sobre uma determinada ferramenta ou conjunto delas para representar o que a priori idealizaram mentalmente, seja através de desenhos bidimensionais, modelos físicos ou imagens perspectivadas, de forma que é justamente nessa última que leigos parecem melhor compreender os conceitos ali expressos, de tal maneira que arquitetos tem buscado constantemente adicionar um conjunto de novas abordagens artísticas amparadas pelos recursos da tecnologia.
A arquitetura pode ser vista como um dos principais elementos de mediação entre os seres humanos e o espaço. Atravessando uma das mais importantes crises sanitárias do último século e em meio a uma onda de protestos em defesa dos direitos humanos, arquitetos e urbanistas têm a obrigação de pedir a palavra, de assumir a sua parcela de culpa e a sua responsabilidade. Ao conceber os espaços públicos de nossas cidades, é preciso combater as injustiças e promover espaços que promovam a empatia e compreensão entre as pessoas. Ao dar voz as histórias reprimidas e espaço às comunidades subjugadas, o desenho de um espaço público mais inclusivo é a chave para prover um lugar de reflexão sobre o nosso passado, que por sua vez, nos ajuda a construir um mundo mais justo e equitativo.
Um dos mais prestigiados festivais de cinema como foco em arquitetura de todo o mundo, o Arquiteturas Film Festival promove uma série retrospectiva de suas sete edições anteriores, realizadas entre 2013 e 2019, com transmissões online de alguns dos principais filmes de cada ano. Inaugurando a série, a película canadense Misleading Innocence (2014), de Francesco Garutti e Shahab Mihandoust, ficará disponível entre 12 e 19 de junho no website do festival.
No debate promovido pela Escola da Cidade esta semana, Guilherme Wisnik conversa com Vladimir Safatle, professor livre-docente do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, professor convidado das universidades de Paris VII, Paris VIII, Toulouse, Louvain e Stellenboch. Safatle é um dos coordenadores do Laboratório de Pesquisas em Teoria Social, Filosofia e Psicanálise (Latesfip/USP).
https://www.archdaily.com.br/br/941467/guilherme-wisnik-e-vladimir-safatle-conversam-sobre-cultura-democracia-e-sociedadeEquipe ArchDaily Brasil
Os "cinco pontos da nova arquitetura" de Le Corbusier funcionaram no século XX como o grande norte da produção arquitetônica em diversos países e são fundamentais para a compreensão do que foi o legado moderno nesse campo. Janelas em fita, fachada livre, pilotis, terraço jardim e, talvez o ponto mais expressivo, o conceito de planta livre, constituem o manifesto do arquiteto franco-suíço. Em termos de prática projetual, este último ponto significa distinguir estrutura e envoltória, permitindo a livre disposição de paredes divisórias que deixam, então, de cumprir uma função estrutural.
Nova York: fechada, vazia. Foi comovente, é claro, mas também foi lindo. Para o artista Edgar Jerins, essa revelação foi uma surpresa. Quem imaginaria que essa cidade movimentada, caótica, suja, vibrante, profana e incrível poderia parecer tão ... linda mesmo sem as pessoas e atividades? Durante anos, Jerins andou de metrô até seu estúdio perto da Times Square. Quando as notícias da pandemia se espalharam pela primeira vez - mais como uma ameaça vaga e indefinida, inicialmente - ele fugiu, com medo para o ônibus e, depois que a gravidade do evento se tornou aparente e o isolamento começou, ele pegou emprestada a bicicleta da filha.
Victória é uma cidade canadense famosa por seus jardins de flores. O clima favorece o cultivo de diferentes tipos de flores e a cidade é conhecida como a capital florida do Canadá, ou a “cidade jardim”. Mas a pandemia de coronavírus mudou um pouco este cenário. A equipe de jardinagem da prefeitura priorizou o plantio de mudas de vegetais que estão sendo distribuídas gratuitamente para a população, uma vez que o interesse das pessoas em cultivar o próprio alimento cresceu consideravelmente neste momento.
Um novo empreendimento de escritórios projetado por Foster + Partners começou a ser construído em Belval, Luxemburgo. Intitulado ICÔNE, o projeto conta com layouts flexíveis e aborda as tendências atuais para ambientes de trabalho seguros.
Operar em entornos urbanos faz com que, na maioria dos casos, precisemos tomar decisões a respeito das preexistências materiais. O aumento na densidade das cidades afetou diretamente na porcentagem de espaço livre remanescente para desenvolver construções novas e independentes, dando lugar a debates a respeito de qual posição devemos tomar frente ao patrimônio edificado que ficou obsoleto - por detrimento ou incapacidade de satisfazer as necessidades funcionais da população contemporânea. Em situações em que os edifícios estão demasiado deteriorados ou os novos projetos estão longe das possibilidades espaciais que um edifício antigo pode oferecer, preservando apenas a fachada - como um envelope exterior, quase como um elemento epidérmico - pode ser apresentado como uma solução parcial que permite preservar, em parte, o caráter urbano de uma obra se esta tiver algum valor público ou cultural. A controvérsia surge, evidentemente, da falta de relação ou de ligação entre o interior -transformado - e o exterior -preservado.
Quando falamos em visualização de arquitetura, logo imaginamos croquis, renderizações computacionais e desenhos. Isso porque quase sempre associamos o termo à graficação de ideias, a mostrar um projeto que ainda não está construído, seja para a validação de decisões estéticas e funcionais ou para entendimento do próprio cliente, muitas vezes não familiarizado com desenhos técnicos. Mas além além das camadas superficiais de materiais, planos, texturas e cores, ao concretizar um projeto o arquiteto precisa estar ciente de questões técnicas e invisíveis a olho nu, que poderão influenciar diretamente no projeto ou no uso futuro da edificação ocupada.
Quase dois anos depois do desastre do rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho-MG, os moradores da cidade vão ganhar um monumento para homenagear as vítimas. O Memorial Brumadinho foi projetado pelo escritório GPA&A, fundado pelo arquiteto Gustavo Penna, e servirá para recordar todos os brasileiros de uma das maiores tragédias ambientais da história do país.
Construída em uma planície alagável próxima ao Rio Fox, a Casa Farnsworth, projetada por Ludwig Mies van der Rohe, está novamente em perigo. As águas estão ameaçando a emblemática residência mais uma vez – recentemente, o nível atingiu as colunas metálicas e cobriu o platô externo da casa.