A arquitetura universitária caracterizou-se por definições estéticas, como resultado de construções históricas, sociais e acadêmicas em um espaço temporal específico. O espaço universitário compreendido conceitualmente como uma unidade morfológica, ou uma tipologia generalizada, definiria o traçado urbano do campus e a identidade de suas construções até o fim da modernidade.
A seguir apresentamos 8 projetos de arquitetura universitária que transformaram a concepção do espaço acadêmico na Colômbia de maneira objetiva, técnica e propositiva, gerando espaços e modelos pedagógicos adaptados a uma realidade onde o academicismo encontra-se em um estado de experimentação e constante mudança.
Em novembro de 1960, foram erguidos os primeiros blocos habitacionais pela Câmara de Desenvolvimento e Habitação de Singapura, em resposta à grave falta de moradia para os 1,6 milhões de cidadãos do país. Avançando rapidamente para 2017, mais de 80% da população do país vive em conjuntos habitacionais, e destes, mais de 90% é proprietária da residência onde reside. Muitas vezes pintados em cores vibrantes, os conjuntos dão ênfase aos espaços sociais comunitários, frequentemente mantendo o térreo dos blocos como espaços públicos abertos. Estes podem incluir áreas para vendedores ambulantes, bancos, mesas, churrasqueiras e pavilhões onde os moradores podem socializar protegidos do sol.
A especialista em urbanismo e mobilidade Janett Sadik-Khan é a protagonista por trás de uma das revitalizasses urbanas mais radicais em cidades altamente adensadas. Sadik-Khan foi secretária de transportes durante a gestão municipal de Michael Bloomberg entre 2007 e 2013. Durante sua permanência no Departamento de Transportes, a cidade de Nova Iorque criou cerca de 650 quilômetros de vias para bicicletas e também as primeiras vias segregadas para veículos não motorizados nos EUA.
Sob sua liderança o departamento deu andamento à recuperação e adequação do espaço onde foram construídas 60 praças, incluindo a peatonalização da Times Square. Sadik-Khan supervisionou em 2013 o lançamento de Citi Bike, o maior sistema de aluguel de bicicletas no país, que a até a data foi utilizado por mais de 22 milhões de usuários e que mantém em funcionamento mais de 12.000 bicicletas.
A luta das mulheres pelo reconhecimento de que sua contribuição para a sociedade não é apenas reprodutivo tem sido constante. De invisíveis e relegadas ao domínio do privado, hoje as mulheres tem passado a assumir novos papéis que antes lhes eram negados e os espaços ganhos, vão sendo modificados na maneira em que participam da vida da cidade.
No entanto, o excesso de burocracia, indolência e falta de vontade tem deixado as mudanças físicas da cidade em uma evidente defasagem, distanciadas das mudanças ideológicas, deixando-as, muitas vezes, no discurso do como deveria ser.
A congestão viária é um dos grandes temas de debate em cidades de todo o mundo por conta do impacto dessa questão na qualidade de vida.
Nesse sentido, sobram exemplos: o caso de Los Angeles que conheceu nessa semana o Índice de Tráfego 2016 elaborado pela consultoria Inrix um dado que demonstra como isso afeta a vida dos habitantes, os quais, segundo a pesquisa, perdem 104 horas em engarrafamentos.
Em segundo e terceiro lugares estão Moscou e Nova Iorque, com 91 e 89 horas perdidas, respectivamente. A primeira cidade latino-americana a aparecer nesse ranking é Bogotá, onde os habitantes passam 79 horas no trânsito, enquanto em São Paulo são 77 horas.
A mobilidade é protagonista quando o assunto é o acesso a bens, serviços e oportunidades de trabalho e lazer oferecidas pelas áreas urbanas. Para se obter quase qualquer coisa, conseguir chegar é fundamental. Atendimento médico, aulas na escola ou na faculdade, uma entrevista de emprego, as compras no supermercado, um passeio no parque no final de semana. Tudo está atrelado a um deslocamento.
Desde a invenção da roda, a evolução dos meios de transporte deu às pessoas mais velocidade e poder de alcance. Ir mais longe ficou mais fácil, mais rápido, mais simples. Não só a velocidade dos meios de transporte aumentou: hoje, as inovações e tecnologias de todos os setores, incluindo a mobilidade urbana, desenvolvem-se em ritmo acelerado. As tecnologias de informação e comunicação tornaram-se parte do dia a dia nas cidades. Pensar na cidade é pensar em como a tecnologia pode qualificar, facilitar e, muitas vezes, automatizar a infraestrutura e os serviços urbanos, a forma como nos deslocamos.
A mostra é o complemento do livro homônimo publicado em 2016 e editado por La Fábrica e o Ministério de Fomento da Espanha. Em tempos em que os softwares de visualização 3D se massificaram, aperfeiçoando a indústria das imagens fotorrealistas, tanto o livro como a exposição optam por valorizar o legado da fotografia de maquetes de arquitetura do século XX.
Entre os núcleos mais populosos da América Latina e do mundo, a Cidade do México oferece uma diversidade cultural particular que é evidenciada tanto por suas tradições como por sua arquitetura. A cidade é o principal centro turístico, educativo, cultural, econômico e político do México, apresentando, assim, um enorme panorama para o encontro social entre habitantes e turistas.
Os lugares de interesse arquitetônico -- com exemplos pré-hispânicos, clássicos, modernos e contemporâneos, que vão de Juan O'Gorman e Luis Barragán a Félix Candela e David Chipperfield -- estão espalhados por toda a extensão da cidade e seus espaços públicos. Veja, a seguir, uma lista com os 30 lugares que todo arquiteto deve conhecer.
Através do trabalho "Symbiosis", a artista Roberta Carvalho recria rostos e figuras humanas através de projeções de foto e vídeo sobre vegetação. Desde 2007 a artista é responsável por uma série de projeções que tomam conta das copas de árvores em espaços públicos e em paisagens amazônicas nas proximidades de Belém, sua cidade de origem.
"Comecei este projeto com a motivação de relacionar arte e natureza, em 2007, de forma bem experimental. Ele passou por diversos estágios, circulei bastante e tive a oportunidade de desenvolve-lo, mas acredito que o momento em que ele ganhou identidade e singularidade foi quando comecei a fazer o trabalho em colaboração com comunidades ribeirinhas em ilhas em frente a Belém", contou a artista.
A impressão 3D introduziu novas formas de entender a arquitetura. Com essas novas formas vieram novas linguagens que modificaram substancialmente as ideias que tínhamos até agora no mundo da arquitetura. Como a impressão 3D e o corte a laser afetam as novas tendências do campo disciplinar? Como o projeto de peças pode mudar o projeto de elementos arquitetônicos, edifícios ou mesmo a cidade?
Há algumas semanas, vimos como o desenho de peças em 3D pode oferecer uma nova concepção na escala na arquitetura. Entender as relações internas em peças que usamos no dia a dia pode nos ajudar a projetar espaços funcionais e úteis, espaços "ergonômicos". A consequência dessa forma de trabalhar é que a arquitetura pode, por fim, mudar a linguagem das novas formas de construção.
"Arquitetura vernacular pode ser dito àquela linguagem arquitetônica das pessoas' com seus 'dialetos' étnicos, regionais e locais,'" escreve Paul Oliver, autor da Enciclopédia da Arquitetura Vernacular do Mundo’. Infelizmente, tem havido um crescente desprezo pela linguagem arquitetônica tradicional ao redor do mundo devido à modernas tecnologias construtivas que tem rapidamente espalhando a 'perda de identidade e apelo cultural' através do que a Architectural Review recentemente descreveu como "uma pandemia global de edifícios genéricos." As pessoas vieram para ver o aço, concreto e vidro como uma arquitetura de alta qualidade, enquanto o leque de métodos vernaculares incluem adobe, junco ou esfagno (tipo de musgo) que são frequentemente associados com subdesenvolvimento. Ironicamente, estes métodos locais são muito mais sustentáveis e contextualmente conscientes que muita arquitetura contemporânea vista hoje em dia, apesar do grande discurso sobre a importância da sustentabilidade. Como resultado desta tendência, uma grande quantidade de conhecimento cultural e arquitetônico está sendo perdida.
Este ensaio se apresenta na ocasião da Oficina de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social que será realizada pela assessoria técnica Peabiru TCA em Florianópolis nos dias 17, 18 e 19 de março, financiada coletivamente e que surgiu de uma iniciativa do IAB-SC com um grupo de profissionais comprometidos com a função social da arquitetura.
A assistência técnica em habitação de interesse social no Brasil tem uma longa história. Cooperativas gaúchas, movimentos populares pela moradia em São Paulo e mutirões de Goiás, entre outras experiências, há várias décadas arquitetos vêm assessorando a população de baixa renda na produção das suas moradias e, em termos gerais, na produção de cidade. Com o restabelecimento da democracia em 1988, a assistência técnica começou a ter apoio institucional, permitindo trabalhar projetos de grande escala e avançar na consolidação de um modelo de produção não submetido aos interesses dos capitais imobiliário e financeiro. Em 2001, o Estatuto da Cidade reconheceu a assistência técnica como um dos instrumentos para atingir o seu principal objetivo, a saber, ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana. Em 2008 finalmente foi aprovada a Lei 11.888 de Assistência Técnica Pública e Gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social. O problema que visa resolver é simples: se uma família ganha menos de três salários mínimos, como vai poder contratar um arquiteto para projetar e construir uma moradia segura que cumpra as exigências legais urbanas e habitacionais?
Ao falar de planejamento urbano e espaço público, é importante pensar nas diferentes vivências que uma mesma cidade oferece aos seus habitantes. O urbanismo inclusivo é um tema amplo que pode ser abordado a partir de diferentes enfoques: gênero, acessibilidade e meios de transporte, por exemplo. Idealmente, a cidade deve ser projetada levando em consideração as situações particulares da população, acomodando diferentes experiências dentro de um mesmo espaço compartilhado.
O Prêmio Pritzker 2017 foi uma surpresa para muitos, concedido aos três fundadores do RCR Arquitectes, um modesto escritório espanhol localizado na pequena cidade de Olot, na Catalunha. Muitas pessoas e críticos compartilharam seu espanto com o fato de o prêmio ter sido entregue a três indivíduos pela primeira vez desde que o Prêmio Pritzker foi criado em 1979, incluindo a terceira vencedora mulher, e o relativo anonimato do RCR Arquitectes.
Se esta surpresa foi agradável ou chocante, isso varia de crítico à crítico, mas ainda assim parece haver um consenso na decisão do júri de se aventurar ainda mais em questões políticas e se distanciar de seu interesse tradicional em arquitetos celebridades. Como está claramente afirmado na citação do júri: "Nos dias de hoje, há uma questão importante que as pessoas ao redor do mundo estão se perguntando, e não se trata de arquitetura; mas de leis, políticas e governos também." Estariam eles guiando a premiação na direção certa ou errada?
As "ruas completas" são aquelas projetadas para que as pessoas, independentemente de suas condições físicas ou meio de transporte, possam se deslocar de maneira confortável e segura entre os lugares onde trabalham, vivem, estudam etc.
Embora esta definição possa ser aplicada a qualquer rua, existem certos elementos de projeto que, dependendo se estão presentes ou não, acabam definindo se uma rua cumpre os requisitos para esta classificação.
Uma colcha de retalhos costurada anacronicamente no tempo. Assim é Bogotá, uma metrópole que celebra o encontro de diferentes arquiteturas como resultado de um sentimento guiado pela modernidade e pela organicidade. Diversa e multicultural, a cidade tem feito diversos esforços para manter vivo os vestígios de sua história, porém, sem deixar de caminhar em direção a novos modelos formais de pensamento sobre a cidade e a arquitetura.
Através de 21 lugares, apresentamos um breve guia para percorrer Bogotá, seus espaços cívicos e arquitetura pública, conhecendo um pouco da identidade da cidade.
Projeto ‘Como Anda’ quer fortalecer a mobilidade a pé no Brasil: compreender quem são e como atuam as organizações que trabalham com o tema, promover a pauta com levantamento de dados e estudos de caso e contribuir com a articulação do movimento.
O arquiteto e ilustrados Diego Inzunza desenvolveu a série "Architectural Classics" com o objetivo de apresentar mais de 15 obras icônicas do século XX, utilizando uma técnica gráfica de ampla compreensão, já que permite uma leitura geral de mais de seus lados, estabelecendo uma imagem geral.
No decorrer da história, o uso da pedra constituiu um componente indiscutível na construção do habitat e na produção de símbolos, devido a sua capacidade de ser transformada e de perdurar no tempo.
A considerável variedade de tipos e formas de distribuir as pedras nos permitiu selecionar 6 projetos que evidenciam o potencial uso desse material.
Veja uma compilação de 6 detalhes construtivos de projetos que se destacam pelo uso da pedra.
Alguns terrenos de Medellín que não tinham uso definido começaram a ser usados como lixões informais, trazendo consigo doenças e diversos problemas ambientais.
Por esse motivo, foram reconhecidos como pontos críticos da cidade pela Secretaria do Meio Ambiente, que os incluiu em um novo programa de regeneração urbana.
Arquitetos projetam e organizam espaços; sem espaço, não há arquitetura. Portanto, é óbvio que a inteligência espacial é de grande importância para os arquitetos. Felizmente para nós, a inteligência espacial não é algo inerente ou um talento com a qual você nasce com, é algo que pode ser treinado e melhorado através da prática. Mais prática significa mais avanço, então por que não torná-lo agradável e fácil em sua rotina cotidiana? Do desenho ao falar, ao envolvimento no jogo, apresentamos a seguir nove atividades diárias para melhorar sua inteligência espacial.
Nas palavras de Jane Jacobs, as cidades são a origem da inovação, diversidade, tolerância e prosperidade. A expansão territorial dos grandes centros urbanos parece refletir todo esse complexo movimento que ocorre para acomodar todas as transformações econômicas e sociais. Quanto, porém, elas podem crescer? Qual o tamanho ideal?
Um recente estudo feito por economistas do National Bureau of Economic Research dos Estados Unidos tenta responder a essas perguntas ao analisar centros norte-americanos. Entre as conclusões, está o fato de que grandes cidades dos Estados Unidos poderiam ter seu tamanho reduzido em até um terço. Mais que isso, o país pode ter atualmente duas vezes mais cidades que o necessário, fazendo com que metade da população americana viva em lugares pequenos demais.
Há alguns dias terminei de ler o livro Mi Vida do crítico alemão de origem polonesa e judia, Marcel Reich-Ranicki, um homem notório na Alemanha, onde vive aos noventa e dois anos. Destaquei sua origem judia porque o autor sofreu muito em consequência disso durante o período do nazismo. Esta condição também marcou seu desenvolvimento pessoal e intelectual até convertê-lo em uma espécie de vigilante zeloso, um participante qualificado da controversa presença dos judeus no universo cultural alemão.
O autor disse ter decidido muito jovem se tornar crítico literário, posição na qual coloca a crítica como especialidade, uma profissão, um ofício que abraça como qualquer outro e cuja finalidade é estabelecer juízos de valor em relação à literatura, destacar os méritos ou as falhas, elevar aquilo que considera de valor cultural, contestar prestígios e afirmar outros, e o mesmo com o estilo, destacando algo para o que Reich-Ranicki não poupa palavras: a importância da arte literária, a glória, poderíamos dizer, da literatura.