Em midtown Manhattan, os cruzamentos de ruas ao redor da entrada do Lincoln Tunnel já foram alguns dos maiores desafios da cidade. Uma confusão de rampas de vias expressas, calçadas perdidas e barreiras de concreto tornavam a esquina da Dyer Avenue com a 30th Street uma área a ser evitada.
Agora, com uma nova conexão suspensa — que custou cerca de US$ 50 milhões — os pedestres podem se mover com segurança nove metros acima do cruzamento. A ponte em forma de L tem 183m de comprimento e vai do High Line ao Moynihan Train Hall.
"Acho que isso aqui não é o Kansas", disse Dorothy ao seu cachorro em "O Mágico de Oz", de 1939, enquanto caminha descobrindo um cenário de fantasia no qual, sem perceber, nos vemos imersos. Desde o primeiro esboço até a construção dos cenários, a direção de arte para cinema requer detalhes cuidadosos para realmente dar vida às ideias e transportar os espectadores.
Nessa combinação de criatividade, pesquisa e colaboração, diferentes cenógrafos e designers falam sobre suas aventuras e processos de projeto. A importância de criar uma visualidade integral, compreender a linguagem, os estilos e traduzir tudo isso para a tela estão reunidos nesta série de oito entrevistas que realizamos com Annie Beauchamp, Luca Tranchino, Felicity Abbott, Jacinta Leong, Alexandra Schaller, Ina Mayhew, Amy Lee Wheeler e Stefan Dechant.
Dissimulação, maquiagem. Expressão da subjetividade de um grupo, linguagem ou signo. Documento histórico, emblema de modismos passageiros. Um crime. Interpretados de distintas maneiras, os ornamentos foram considerados um dos pecados mais degenerados da arquitetura. Resistir à tentação da decoração se tornou uma virtude, um sinal legítimo de autenticidade e futuro possível.
A “atenção plena”, também conhecida como mindfulness, é a prática de se concentrar completamente no presente. Nessa prática meditativa, as preocupações com passado e futuro dão lugar à uma consciência avançada do agora, que inclui o despertar do autoconhecimento mediado pela percepção de sentimentos, sensações e ambiente.
Nesse contexto de despertar para o autoconhecimento, o poder do ambiente construído de servir como local de refúgio não pode ser descartado. Apesar do convívio social ser tão importante para a manutenção da saúde da espécie humana, privacidade e espaços de refúgio também são necessários.
Embora a indústria da arquitetura e construção tenha avançado nos últimos anos em novas áreas, como inteligência artificial (IA), modelagem paramétrica, realidade virtual (VR) e outras ferramentas de ponta, sua implementação e sistematização no processo projetual ainda caminha em ritmo lento. Em um mundo cada vez mais conectado e em constante evolução, as ferramentas digitais e as tecnologias emergentes estão revolucionando a forma como os arquitetos projetam e constroem, mudando as regras do jogo e ampliando horizontes criativos. Portanto, é necessário continuar debatendo como essas ferramentas estão sendo incorporadas e como seu uso pode ser ainda mais potencializado na disciplina.
O ArchDaily explora, no mês de julho, o tema processo projetual. No âmbito dessa temática, queremos abrir a discussão e ouvir suas experiências, aprender com seus sucessos, desafios, erros — e explorar juntos como essas novas ferramentas estão transformando os modos de fazer arquitetura.
Uma olhada cuidadosa pelas fachadas dos prédios de muitas cidades brasileiras como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, revela que o uso de esquadrias de alumínio é muito comum e popular no Brasil. Adotadas nas mais diversas tipologias de edifícios, como os residenciais e os comerciais, e em suas mais variadas modalidades como portas, janelas e guarda-corpos, essas estruturas versáteis são amplamente utilizadas pela construção civil e representam cerca de 80% do volume total de alumínio consumido pelo setor no país. Mas, afinal, porque as esquadrias de alumínio tem sido tão utilizadas nas cidades brasileiras?
A arquitetura contemporânea, como disciplina e prática, jamais nasce do zero. Os projetos realizados hoje são baseados numa série de experimentações que ocorreram desde o primeiro momento que a humanidade começou a conceber os espaços de habitação e convívio. Numa costura intrínseca entre costumes, tradições, materiais locais e técnicas construtivas, surgiram as arquiteturas ancestrais e vernaculares. A influência do contexto e da cultura de cada população pode ser de grande inspiração para profissionais da arquitetura na contemporaneidade que, ao olhar para o passado, conseguem responder eficientemente ao futuro.
Na arquitetura, o desenho é uma expressão técnica e artística que envolve a criação de representações visuais usando vários instrumentos analógicos. Embora o desenho permaneça relevante e atual na prática arquitetônica, esforços têm sido feitos para realizar tarefas e estudos arquitetônicos de maneira mais eficiente. A prancheta foi um desenvolvimento significativo nesse sentido, possibilitando traços precisos usando menos instrumentos. No entanto, o surgimento de ferramentas computacionais, como o desenho assistido por computador (CAD), revolucionou o fluxo de trabalho, aproveitando as vantagens oferecidas pelos computadores. Os arquitetos agora podem desempenhar um papel mais direto e criativo no processo de design, reduzindo sua dependência de desenhos demorados e tarefas repetitivas. Além disso, as melhorias no fluxo de trabalho têm incentivado uma colaboração mais efetiva entre os diferentes envolvidos no processo arquitetônico.
https://www.archdaily.com.br/br/1003161/design-generativo-de-espacos-explorando-8-ferramentas-transformadoras-em-arquiteturaEnrique Tovar
A realidade virtual junto ao metaverso está desempenhando um papel cada vez maior em auxiliar tanto pessoas com demência quanto seus cuidadores e familiares a lidarem com os sintomas decorrentes dessa condição neurodegenerativa.
Existem atualmente 50 milhões de pessoas vivendo com demência em todo o mundo. Espera-se que esse número dobre nos próximos 10 anos e mais do que triplique até 2050. Dessa forma, o custo global da demência deve chegar a US$ 2 trilhões até 2030 .
A habitação sempre foi uma grande questão dentro das metrópoles. Tanto para acomodar a população da cidade como o impacto que a habitação pode ter em outras questões urbanas, como o deslocamento necessário para cumprir com a rotina individual – a distância entre residência e trabalho ou escola, por exemplo.
O adensamento citadino costuma ser uma premissa bem-aceita em geral dentro do campo do urbanismo, e na realidade contemporânea, a equação adensamento-habitação se resolve com metragens mais compactas em edifícios em altura. Os apartamentos resultantes podem ser reduzidos quase ao mínimo de funções, o que no Brasil se chama comumente quitinete. Como toda tipologia, essa mini-residência possui seus prós e contras, e pode ser vista como exemplo de praticidade ou representante de precarização habitacional.
A máxima que, possivelmente, guarda a maior das verdades tanto em arquitetura como em outras áreas da vida diz: "aqueles que conhecem o passado, poderão controlar seu futuro". No México, isso se materializou nas escolas de arquitetura, onde ainda se ensinam textos e obras da arquitetura tradicional. No entanto, uma atenção muito maior é dada à arquitetura dos séculos XX e XXI. Se analisarmos a produção atual de arquitetura, porém, parece que os profissionais não conhecem sua própria história. Isso é problemático porque nossa identidade, expressa na arquitetura de nossas cidades, corre o risco de desaparecer. É com isso que se preocupam os fundadores da associação multidisciplinar INTBAU México.
Assim como estilistas usam alfinetes, agulhas e tecidos para dar vida às suas criações, arquitetos dependem dos materiais para moldar o ambiente construído. Do aço e vidro à madeira e concreto, esses formam a paleta artística que transforma plantas em estruturas tangíveis, preenchendo a lacuna entre imaginação e realidade. É tão simples e tão complexo quanto isso. Mas, com tantos materiais e inúmeras formas, acabamentos, texturas e cores disponíveis nos dias de hoje, fazer as escolhas corretas para um projeto específico pode ser bastante desafiador. Várias perguntas naturalmente surgem: Como os arquitetos navegam pelas possibilidades infinitas para escolher os elementos que darão vida às suas criações? O que o processo de especificação de materiais envolve? Por onde começar?
A princípio, adicionar um mezanino a um layout parece um completo desperdício de espaço útil ou uma tentativa desajeitada de espremer dois pavimentos em um — ambos os espaços acabam ficando restritos e desconfortáveis.
Mas se o piso intermediário é obtido por adição – erguendo um nível extra em uma sala de pé direito alto, ou por subtração – removendo parte do piso para conectá-lo com o piso inferior, os mezaninos podem se tornar uma maneira relativamente simples de mudar e melhorar drasticamente como usamos e interagimos com nossos ambientes existentes.
Dizem que nossa capacidade de formar facilmente fortes laços emocionais com criaturas de outra espécie é uma das características únicas que diferenciam os humanos dos animais. Mas e quanto ao amor que recebemos em troca? Os cientistas até mediram e compararam a pressão sanguínea e os níveis de ocitocina de nossos animais de estimação quando estamos juntos e quando estamos separados para provar tal fato.
Com o amor recíproco entre animais de estimação e seus tutores se aproximando em medida daquele vivenciado entre os próprios membros familiares, não é se de admirar que nossos animais de estimação se sintam parte da família. Mas por que, então, estamos menos propensos a incluí-los nas principais decisões de projeto de nossas casas?
Após 8 anos da última inauguração de uma galeria permanente no Inhotim, no dia 15 de julho o instituto inaugurou a GaleriaYayoi Kusama, que abriga as instalações imersivas “I'm Here, But Nothing” (2000) e “Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009) da artista japonesa conhecida mundialmente pelo seu trabalho diverso e criativo envolvendo obras como pinturas, esculturas, instalações e performances.
O projeto arquitetônico da GaleriaYayoi Kusama começou a ser desenvolvido em 2016 pelos escritórios MACh Arquitetos e Rizoma Arquitetura. Com uma área de 1.437 m2 em que a arquitetura e o paisagismo são pensados, executados e transformados de forma indissociada, a galeria pode ser definida como uma espécie de espaço de transição — um mediador entre interior e exterior —, mas também um espaço em transição, que transforma-se à medida em que a vegetação se desenvolve com o passar dos anos e toma conta da cobertura.
Parte da concepção de arquitetura – como se entende desde a modernidade – passa necessariamente pela permanência. A construção tectônica pretende-se durável, e muitas são as reflexões articuladas a partir dessa durabilidade. O que significa, então, associar a arquitetura com a efemeridade? E quando a própria ideia de permanência está atrelada ao transitório? A cerimônia do Shikinen Sengu, no Japão, pode ajudar a responder a essas perguntas.
A escassez de água é uma das situações mais degradantes que alguém pode enfrentar. E, no entanto, na Índia, um país que abriga 18% da população mundial, mas possui apenas 4% dos seus recursos hídricos, essa é uma luta recorrente, com um número significativo de famílias indianas tendo que lidar com a escassez de água diariamente.
Lá, o ciclo da água oscila entre extremos. Monções severas e períodos de enchentes se transformam em secas implacáveis, tornando cada vez mais difícil controlar e preservar os recursos hídricos. Embora a maioria das ações em larga escala se concentre nas consequências para os setores agrícola e de produção, o resultado também é percebido no nível individual das residências. Assim, ações cumulativas em pequena escala oferecem um caminho possível para os cidadãos mitigarem o problema.
A biofilia, ou amor à vida e à natureza, é um conceito que tem inspirado arquitetos ao redor do mundo a criarem espaços que se conectam de forma profunda com os elementos naturais. Esses projetos arquitetônicos buscam reintroduzir estes nos ambientes construídos, resultando em espaços que promovem o bem-estar, a saúde, a inspiração e, até mesmo, a produtividade. No caso brasileiro, as possibilidades são ainda maiores, visto o clima e a vegetação exuberante que encontramos nos diversos biomas presentes no país. Neste artigo, exploraremos sete projetos de distintos programas que abraçam o conceito, e possibilitam uma simbiose entre arquitetura, humanos e natureza.
A pontuação do índice global deste ano voltou aos dias pré-Covid-19, sugerindo que o mundo se recuperou quase totalmente da pandemia. Classificando as condições de vida em 173 cidades com base em estabilidade, cuidados de saúde, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura, a pesquisa sugere que atualmente "a vida nas cidades está um pouco melhor do que em qualquer outro momento dos últimos 15 anos", embora as pontuações de estabilidade tenham caído em média em 2023, devido a conflitos, crises políticas, protestos sociais, inflação e guerras.
Quando se trata de fachadas, há muitas opções a serem consideradas para definir a aparência e a mensagem que um edifício busca transmitir. Enquanto superfícies envidraçadas trazem sofisticação e remetem ao mundo corporativo, o concreto aparente sobriedade e a madeira aconchego, poucos materiais são tão versáteis quanto o HPL (laminado de alta pressão) para fachadas. Com uma ampla variedade de dimensões, cores e texturas, esses painéis se adaptam facilmente a diferentes estilos arquitetônicos, proporcionando uma infinidade de possibilidades criativas.
Um ambiente árido remete a regiões específicas caracterizadas por uma severa falta de água disponível e condições climáticas extremamente secas. Por definição, as regiões áridas são as que recebem menos de 25 centímetros de chuva por ano. Na imensa vastidão dos ambientes áridos, onde climas extremos trazem grandes desafios, o papel da água na arquitetura assume uma nova dimensão.
Por séculos, arquitetos e designers inventaram técnicas, tecnologias e novas estruturas para lidar com paisagens desérticas áridas e a necessidade de água. Além disso, é preciso criatividade para aproveitar, coletar e resfriar a água em ambientes áridos.
A falta de água potável e saneamento adequado é uma problemática que ainda afeta milhões de pessoas em todo o mundo e, mesmo no século XXI, uma grande parcela da população ainda carece de pleno acesso a tais recursos básicos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apontam que cerca de 3 em cada 10 pessoas, o equivalente a 2,1 bilhões de pessoas em todo o mundo, não possuem acesso à água potável em casa, e cerca de 60% da população global, não tem acesso a sistemas de saneamento adequados e geridos de forma segura, mesmo os que residem em áreas urbanizadas.
Arquitetura é um negócio. Quer os arquitetos admitam abertamente ou não, administrar um escritório de arquitetura funciona como qualquer outra empresa. As empresas – e seus fundadores, líderes e partes interessadas – são influenciadas pelas forças da economia do mundo real. Você não pode fazer folha de pagamento com amor ao trabalho.
Em nosso sistema econômico atual, as empresas devem considerar a lucratividade para poder pagar a seus funcionários um salário digno, operar de forma sustentável e ética e continuar oferecendo seus serviços.
É fácil se sentir perdido e ansioso em um ambiente novo. Mesmo com a qualidade dos aplicativos de mapas via satélite, ainda nos estressamos quando nosso mapa mental do lugar onde estamos falha.
Enquanto os mapas digitais nos ajudam a encontrar a rota mais rápida pelas ruas, quando nossa necessidade de direção é mais urgente — como encontrar o departamento certo em um vasto campus hospitalar, o alívio de um banheiro em um aeroporto ou a plataforma certa 30 segundos antes do trem partir — mesmo com a tecnologia IPS inovadora, as interfaces digitais ainda ficam em segundo plano em relação às placas bem posicionadas ou outras soluções mais intuitivas.