O que há de especial na arquitetura na América do Norte — sua história, políticas, mas também códigos e leis de construção — que a torna particularmente vulnerável à crise habitacional global? E como essas falhas inerentes podem ser combatidas com um desenho habitacional com propósito e uma abordagem mais inclusiva para a disciplina da arquitetura?
O BIG divulgou recentemente o projeto da cidade de Gelephu, um masterplan que se inspira na cultura do Butão, seus princípios de felicidade e seu patrimônio espiritual. Durante o 116º Dia Nacional do Butão, o Rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck apresentou os projetos para o futuro centro econômico do país. Desenvolvido em colaboração com a Arup e a Cistri, o plano adere aos padrões sustentáveis do primeiro país do mundo a apresentar índices negativos de emissão de carbono.
As autoridades de Bolonha anunciaram planos para reparar a torre inclinada Garisenda, uma estrutura medieval localizada no centro da cidade italiana. Recentemente, a área ao redor da torre foi isolada devido a preocupações com seu colapso, pois monitoramentos identificaram deslocamentos na direção da inclinação. A torre de 47 metros de altura inclina-se a um ângulo de quatro graus, semelhante ao de sua contraparte mais famosa, a Torre de Pisa. A Torre Garisenda é um marco de Bolonha, ao lado de sua vizinha, a Torre Asinelli, que tem o dobro da altura, também se inclina, embora em um ângulo menor, e geralmente está aberta para turistas.
Você já parou para refletir se as ruas do centro da sua cidade influenciam na sua forma de agir?
O centro das cidades é um microcosmo urbano onde, especialmente, as experiências das mulheres são profundas e silenciosas. Em 2022, um exercício etnográfico lançou luz sobre as dinâmicas vividas por mulheres que circulam por quatro pontos da região central de Curitiba: o Terminal do Guadalupe, a esquina entre a Rua Pedro Ivo e a Travessa da Lapa, o trecho pedonal da Rua XV de Novembro, entre a Rua Marechal Floriano Peixoto e a Rua Monsenhor Celso, e a Praça General Osório.
https://www.archdaily.com.br/br/1012023/ser-mulher-nas-ruas-da-cidade-um-olhar-filosofico-e-etnograficoLuíza Chiarelli de Almeida Barbosa e Aline Barbosa
As cidades são sistemas vibrantes que têm significado e se movem com o ritmo da vida humana que as alimenta. No tecido das paisagens urbanas, arquitetos e urbanistas colaboram para criar harmonias espaciais que vão além da estética e buscam justiça social e expressão poética. Nelas, os cidadãos se envolvem, tornando-se participantes ativos na narrativa contínua da cidade — a melodia metropolitana.
Em 2023, o ArchDaily publicou matérias sobre a poética do urbanismo, explorando um futuro em que as cidades atendem às necessidades sociais e emocionais de seus habitantes.
A cidade de São Paulo, marcada por sua imensidão e diversidade cultural, por vezes também é palco de muitos conflitos relacionados à ocupação de seu espaço urbano. Uma história que se estendeu por mais de quatro décadas, a disputa pelo terreno ao lado do Teatro Oficina, projetado por Lina Bo Bardi na região do Bixiga, finalmente culminou na criação de um tão esperado equipamento público: o Parque do Rio Bixiga. Esse processo não é apenas uma vitória para a comunidade local e artística, mas também uma conquista notável na perspectiva do direito à cidade e do lazer paulistano, especialmente após anos de confronto com o Grupo Silvio Santos.
A URB divulgou um estudo para a Dubai Cycle City 2040, visando uma infraestrutura para ciclismo diversificada no Emirados Árabes Unidos. A iniciativa tem como objetivo revolucionar o transporte em Dubai, proporcionando aos residentes acesso rápido a serviços essenciais e locais por meio de ciclismo ou caminhada. Em uma cidade onde os carros sempre foram a principal forma de transporte, atualmente estão sendo desenvolvidos planos para revolucionar a mobilidade urbana.
O futuro é algo que não podemos descrever com certeza. Alguns filmes, livros ou teorias tentaram decifrá-lo. Embora muitos tenham se aproximado, ainda nos surpreendemos com o que está surgindo. Por exemplo, as ferramentas de inteligência artificial. Poderiam elas ajudar a promover mudanças sociais?
Na Noruega, as Igrejas Medievais, conhecidas como "StavKirker" (em norueguês, Stav é o termo para um tipo de coluna em madeira e Kirker significa igreja), destacam-se como construções emblemáticas. Elas surgiram no século XI após a conversão ao Cristianismo e refletem a maestria norueguesa na carpintaria naval, herdada dos vikings, transformando a construção em madeira ao inovar nas técnicas construtivas de madeira e transformando estes edifícios em composições esteticamente relevantes.
Localizada na cidade de Bangui, capital da República Centro-Africana, está a Catedral de Notre Dame. Esta grande igreja de tijolos vermelhos foi construída no início dos anos 1900 no estilo colonial francês. Conforme a cidade cresceu de uma pequena base militar para uma capital colonial, o edifício foi formado como uma fusão cultural e simbólica de estilos arquitetônicos europeus e centro-africanos. Projetada pelo arquiteto francês Roger Erell, a catedral exibe artesania local e oferece um espaço de conforto espiritual.
Como a arquitetura e o urbanismo podem voltar a contribuir no debate e na produção de Habitação de Interesse Social (HIS)? Essa foi uma das principais perguntas que orientou o processo de elaboração do Caderno de Diretrizes de Habitação de Interesse Social no Jardim Lapena, desenvolvido pela Fundação Tide Setubal e pelo BlendLab para a região da Zona Leste de São Paulo. Esse caderno reuniu um conjunto de diretrizes sobre habitação, modelo de gestão, implantação e integração com o meio urbano e orientou as propostas para uma Chamada de Projetos + Lapena Habitar realizada no fim de 2022 .
A arquitetura no Sul Global frequentemente incorpora uma rica herança cultural e artística, integrando cores, padrões intricados e elementos simbólicos. Ela também enfrenta desafios como recursos limitados, rápida urbanização e desigualdade social, buscando soluções inclusivas e comunitárias. Instalações e pavilhões servem como modelos radicais para questionar esses ideais arquitetônicos e buscar soluções inovadoras. Como parte da nossa retrospectiva de 2023, apresentamos algumas das principais instalações arquitetônicas do ano, abrangendo exposições como a Bienal de Arquitetura de Veneza, além de pavilhões permanentes que exploram materiais locais, reuso de resíduos e ressignificação de narrativas históricas.
O Conselho de Administração da La Biennale di Venezia anunciou Carlo Ratti como o próximo curador da Exposição Internacional de Arquitetura. A 19ª exposição acontecerá em 2025, de 24 de maio a 23 de novembro. A nomeação foi recomendada pelo presidente Roberto Cicutto e conta com o apoio de Pietrangelo Buttafuoco, presidente da La Biennale di Venezia no mandato de 2024 a 2027.
Uma parte considerável da inovação arquitetônica passa pelo uso de materiais. O desenvolvimento tecnicista e novas linguagens formais fazem uso deles para “anunciar” a “próxima” era arquitetônica. É claro que os materiais são essenciais para a construção, e significativos para a consolidação de linguagens. O vidro, aço, concreto ou tijolo dizem coisas sobre os edifícios. Porém, como toda língua, o sentido das palavras pode variar de acordo com a organização social vigente, disputa-se o sentido de determinadas expressões, ou pressiona-se pela abolição – ou no mínimo a dissociação – de alguns sentidos atrelados a algumas palavras. Não seria diferente na arquitetura.
Interiores japoneses contemporâneos incorporam elementos tanto da tradição quanto da modernidade para expressar o espírito inovador do país, enquanto respeitam profundamente sua história e herança cultural. Embora materiais tradicionais como madeira, papel e bambu ainda tenham grande importância, os interiores japoneses modernos costumam apresentar uma fusão de vidro, aço, concreto e metais. A justaposição de texturas e acabamentos mais suaves e modernos com outros mais quentes e orgânicos reflete uma síntese dinâmica entre o antigo e o novo, resultando em espaços visualmente impactantes e funcionais que prestam homenagem à essência dos princípios de design do país.
É fascinante observar o panorama da madeira engenheirada no mundo. O material, que outrora parecia esquecido pela modernidade, tem ressurgido com força total, enfrentando desafios significativos, mas também revelando oportunidades promissoras. O apelo estético e arquitetônico da madeira engenheirada, aliado à sua associação intrínseca à sustentabilidade, tem sido um catalisador para seu aumento expressivo em projetos nacionais e internacionais.
Por conta dos avanços tecnológicos e pesquisas sobre os limites e possibilidades deste material, temos testemunhado um salto significativo no desenvolvimento tecnológico e científico relacionado à madeira na construção civil. Edifícios ao redor do mundo estão sendo erguidos com estruturas de madeira, impulsionados pelo crescente interesse em soluções sustentáveis e baseadas em recursos renováveis, uma demanda tanto do público quanto de arquitetos e seus clientes.
Nascida no Brasil e formada no Paraguai, Gloria Cabral é uma arquiteta que aprendeu cedo que casa pode ser muitos lugares — ou nenhum. Com uma atuação profissional balizada pela compreensão ampla da geografia, cultura e condições sociais de onde projeta, tem deixado sua marca em edifícios e instalações artísticas construídas em diversas localidades, de Assunção à Veneza.
Ao seu interesse pelas especificidades dos lugares onde atua, soma-se a atenção com a economia de recursos e reuso de materiais — temática em voga atualmente, mas cuja bandeira Gloria levanta há mais de quinze anos. Tivemos a oportunidade de conversar com a arquiteta sobre suas experiências no Paraguai e Brasil, algumas de suas obras com tijolo reciclado e seu entendimento de arquitetura e sustentabilidade.
A equipe de Pesquisa e Desenvolvimento Aplicado da Foster + Partners criou o VARID (Realidade Virtual e Aumentada para Design Inclusivo). Desenvolvido em colaboração com a City (University of London) e o Laboratório PEARL da UCL (University College London), o VARID é um conjunto de ferramentas de design que utiliza tecnologias de realidade virtual e aumentada. Seu objetivo é apoiar acadêmicos, designers e arquitetos na compreensão de como pessoas com deficiência visual percebem o ambiente ao seu redor.
Ao refletirmos sobre o tumultuado ano de 2023 e seus eventos, é evidente que os desafios impostos pelas condições ambientais em constante mudança deixaram uma marca indelével em todo o mundo. Em resposta, arquitetos e urbanistas passaram a procurar maneiras nas quais suas ações possam contribuir para a criação de ambientes mais seguros para as comunidades, com arquiteturas de emergência de implantação rápida e estratégias de longo prazo para construir resiliência e mitigar riscos.
Além de simplesmente responder a eventos, como os devastadores terremotos na Turquia, Síria e Marrocos, ou as enchentes generalizadas na Líbia ou no Paquistão, arquitetos estão tentando adotar abordagens proativas. Eles desenvolvem estratégias que vão desde a modelagem preditiva até a aplicação de técnicas de renaturalização, passando pela pesquisa contínua na física de estruturas mais seguras e resilientes.
A planta tipo tende a prevalecer em edifícios, mas jamais um apartamento será idêntico ao outro. O projeto de interiores destes programas requer mais do que apenas uma composição com a construção pensada previamente por outro arquiteto. Rever a estrutura para ampliar espaços, aprimorar a iluminação natural, criar permeabilidade e trazer elementos decorativos ou paisagísticos que traduzem a personalidade dos moradores ao ambiente são alguns dos desafios. Em 2023 foram diversos os projetos que apresentaram apartamentos inspiradores. Na busca por um panorama representativo, buscamos pelos exemplos brasileiros que mais foram visitados pelo público do ArchDaily Brasil durante o ano passado.
O Instituto Corrida Amiga atua com o propósito de aproximar e conectar as pessoas ao espaço em que vivem, visando a transformação do cotidiano dos(as) cidadãos(ãs) a partir da perspectiva da mobilidade ativa, do acesso e do direito à cidade.
Parte das ações do instituto, são práticas pedagógicas realizadas com diferentes públicos, compostas de atividades lúdico-educativas que estimulam a participação ativa e a colaboração, permitindo que seus participantes expressem suas opiniões e desejos, contribuindo com o desenvolvimento de habilidades de tomada de decisão, pensamento crítico e empatia.
O Royal Institute of British Architects (RIBA) anunciou os vencedores das President’s Medals de 2023, destacando os melhores projetos de arquitetura de estudantes do Reino Unido. Em sua 187ª edição, RIBA’s President's Medals têm sido o símbolo da excelência arquitetônica, permanecendo o mais antigo dentro do âmbito institucional. No geral, os projetos vencedores demonstram um forte foco em "como a arquitetura pode atender às necessidades das pessoas e suas comunidades".
Para o Ciclo de 2023, a aclamada Medalha de Prata RIBA para o melhor projeto produzido na RIBA Part 2 foi concedida a Ellie Harging, da London School of Architecture. Intitulado "Ninguém Quer Morar em um Asilo", o projeto propõe moradias de apoio para pessoas que vivem com Alzheimer de início precoce. A Medalha de Bronze RIBA foi concedida a Kacper Sehenke, enquanto a Medalha de Dissertação foi concedida a Chloe Shang.
Segundo um estudo feito pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro em 2020, foram catalogadas no território brasileiro mais de 46 mil espécies nativas, sendo que praticamente a metade delas são endêmicas, ou seja, ocorrem exclusivamente no Brasil e em nenhum outro lugar do mundo de forma natural. Um número exorbitante que reflete a diversidade da flora encontrada no país.
Conhecido internacionalmente como um dos maiores referenciais em cores, o programa Pantone Color of the Year tem previsto e direcionado as tendências de cor nos últimos 25 anos, refletindo o ambiente cultural em diversos setores criativos que utilizam a linguagem da cor e a psicologia das cores, como branding, marketing, moda, além de arquitetura e design.
No entanto, as tendências de cor não se limitam apenas ao que está na moda e ao que não está. A cor desempenha um papel importante em estimular os sentidos, evocando memórias ou sentimentos com base em experiências passadas e influências coletivas ao redor do mundo. Na psicologia das cores nos projetos comerciais, por exemplo, descobriu-se que a presença de tons específicos pode alterar o conforto e os níveis de energia dos consumidores, ditando, em última análise, as preferências e o comportamento dos compradores. Em ambientes médicos, a combinação de uma base neutra com cores de destaque que transmitem calma demonstrou reduzir o estresse e a ansiedade.