O processo de materialização de ideias arquitetônicas envolve levar em conta vários fatores construtivos, econômicos e outros que, de uma forma ou de outra, acabarão tendo um impacto na qualidade de vida de seus futuros habitantes ou usuários. Alcançar o maior conforto térmico em espaços internos com o menor impacto ambiental possível é apenas um dos objetivos que os profissionais da arquitetura enfrentam ao projetar e definir os materiais que irão acompanhar seus projetos.
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Escolhendo materiais de baixa manutenção: 20 exemplos em casas na Argentina
Reinventando o puxadinho: ideias para edículas e anexos residenciais
Quarto de hóspedes, churrasqueira, área de festas e até biblioteca. São muitos os usos que se pode dar a uma edícula. Comuns em muitas casas e sobrados brasileiros, esta é uma parte singular da residência que apresenta certa liberdade em relação ao programa principal — aspecto que pode ser explorado tanto com usos diversos como através das soluções construtivas empregadas.
Studio Libeskind projeta memorial em homenagem às vítimas do atentado na Sinagoga Tree of Life
O Studio Libeskind, em colaboração com o Memorialization Working Group, apresentou o projeto preliminar para o memorial em homenagem às 11 pessoas falecidas em 27 de outubro de 2018 na Sinagoga Tree of Life, em Pittsburgh, nos Estados Unidos. Desenvolvido a partir de um processo que envolveu as famílias das vítimas, líderes comunitários e representantes da congregação, o projeto visa proporcionar um espaço para reflexão pública e comunitária.
Soluções arquitetônicas para o envelhecimento da população no Brasil
Ao considerar o recorte da população idosa a partir dos 60 anos, a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 contabilizou o total de 32.113.490 pessoas idosas, cerca de 15,6% da população atual. Em 2010, o mesmo grupo etário representou 10,8%, ou seja, um aumento de 4,8% em apenas 12 anos. A idade média da população brasileira aumentou 6 anos desde 2010, atingindo 35 anos em 2022, e o índice de envelhecimento subiu, indicando 55,2 pessoas idosas para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, em comparação ao ano de 2010, com 30,7 para 100 infantis.
As cidades médias que assustam as capitais
A divulgação dos primeiros dados do Censo 2022 pegou muita gente de surpresa. Segundo o IBGE, o Brasil tem hoje cerca de 203 milhões de habitantes, número abaixo da expectativa do Instituto, que era de 215 milhões. Outro dado que chamou atenção foi o crescimento das cidades médias (100 mil a 499 mil habitantes), que ganharam 8,3 milhões de habitantes. Considerando que a população do país cresceu 12 milhões desde o Censo 2010, essas cidades respondem por mais de dois terços do aumento.
Do lixo ao luxo: arquitetos e designers dão nova vida a objetos descartados
Um aspecto fundamental em uma economia circular é a transformação de nossa maneira de enxergar o lixo. Rotular um objeto como "resíduo" implica desvalorizá-lo e encerrar seu papel em uma economia linear tradicional. Mesmo que o objeto esteja fora de vista, sua vida continua no aterro sanitário. Essa mudança de perspectiva em relação ao lixo implica em abrir nossas mentes para as oportunidades que a abundância de resíduos apresenta. Os designers e arquitetos reunidos a seguir não apenas conseguiram eficientemente resgatar objetos descartados como também aumentaram seu valor agregado, atribuindo-lhes novo significado por meio de sua cuidadosa curadoria.
O verde insustentável do subúrbio americano
Em uma viagem recente aos Estados Unidos, olhei a vista da janela do avião ao decolar de Tampa, na Flórida, e chamou atenção a perfeita paisagem verde do subúrbio americano. Sequências organizadas de árvores que pareciam iguais, cobrindo o território plano como um tapete verde. Para alguns, o verde pode parecer um sonho de sustentabilidade integrada ao meio ambiente.
Nada poderia ser mais distante da verdade. O subúrbio americano, baseado no conceito ultrapassado da “cidade jardim”, foi projetado para incentivar o automóvel, a moradia unifamiliar residencial de baixa densidade e o zoneamento de atividades. Tal modelo inviabiliza transporte ativo (a pé ou de bicicleta) e torna o transporte de massa, que exige densidade e caminhabilidade, inviável.
Para além do palco: impactos urbanos dos megashows
Quando astros musicais mundialmente famosos como Beyoncé, Taylor Swift e Paul McCartney anunciam suas turnês globais, após o frisson provocado pela divulgação dos países e das respectivas cidades-sede, esses locais se preparam para comportar a série de mudanças que serão desencadeadas por esses eventos em seus espaços urbanos. Esses megashows não se restringem ao âmbito musical, eles transcendem o palco para mobilizar cifras significativas e implicar em diversas transformações no cotidiano urbano dessas cidades. Mesmo que durante um curto período de tempo, esses eventos provocam alterações em variadas esferas e setores urbanos, como o turístico, o hoteleiro, o alimentício e o de transporte.
Comunidades, meio ambiente e novas narrativas: as melhores entrevistas de 2023
Em um momento da história onde alguns buscam alternativas em outros planetas e outros procuram refúgio em mundos virtuais, paradoxalmente, o futuro parece ser mesmo a terra. Essa talvez seja uma das grandes lições que 2023 ensinou à arquitetura. Compreender isso implica tomar consciência, também, de que nosso planeta está sendo exaurido a olhos vistos — e uma fatia generosa dessa responsabilidade pertence às cadeias produtivas que envolvem a arquitetura e a construção civil.
Se ainda há alguma coisa que pode ser feita para mitigarmos a crise climática e ambiental em que nos encontramos, ela deverá necessariamente passar por uma revisão de todos os paradigmas que definem a indústria. É preciso mudar o foco e buscar outras narrativas sobre as quais sustentar os modos de fazer arquitetura em escala planetária. Essas ideias ecoaram em muitas vozes este ano e, ao mesmo tempo em que se debateu a possibilidade de futuro para o planeta, igual atenção foi dedicada à escala, valores e culturas locais. As entrevistas selecionadas aqui contam histórias sobre comunidade, meio ambiente, cidades, práticas e novas narrativas para a arquitetura em 2023 e além.
Explorando a evolução dos materiais isolantes na arquitetura
Embora mais relacionada a aspectos evolutivos do que à própria arquitetura, a fragilidade física inerente aos seres humanos tem exigido, desde os tempos pré-históricos, que protejamos nossos corpos e nossos edifícios dos elementos externos. Como exemplo, começando com as cabanas primitivas utilizadas nas primeiras formas de arquitetura doméstica, peles foram empregadas como cobertura externa para restringir o fluxo de ar e, consequentemente, regular o ambiente interior.
Posteriormente, observamos uma evolução que mostra claramente avanços nas técnicas de isolamento, passando de materiais vernaculares como o adobe até um aumento na espessura das paredes usando pedra ou tijolo, finalmente chegando às paredes de cavidade desenvolvidas no século XIX, que deixavam uma pequena câmara de ar entre uma face exterior e interior da parede. Sua posterior popularização levou à introdução de isolamento térmico entre ambas as faces, um sistema que é amplamente reconhecido e utilizado atualmente e que lançou as bases para futuros desenvolvimentos nesse campo.
8 Opiniões sobre arquitetura em 2023 (por uma maior ecoeficiência na construção)
Se os últimos anos foram uma ocasião perfeita para refletir e debater sobre bem-estar, digitalização e democratização no projeto arquitetônico, este ano de 2023 foi uma tremenda oportunidade para aprofundar e comentar outras das questões mais urgentes: a crise climática e o ambiente natural entraram definitivamente na agenda global de arquitetura e construção, juntamente com a circularidade, a eficiência energética e a descarbonização. É hora de falar sobre isso para construir de forma consciente.
Analisando o futuro da madeira, da água e da iluminação, em cada um dos tópicos relacionados que o ArchDaily desenvolveu mês a mês, fizemos uma pergunta aberta para que vocês - nossos queridos leitores - pudessem participar ativamente com a contribuição de suas experiências e conhecimentos. Depois de ler e compilar um grande número de mensagens recebidas, tanto de profissionais da construção civil quanto de estudantes e entusiastas da arquitetura, chegou a hora de apresentar um resumo das principais posições. Muito obrigado por suas opiniões e aguardamos seus comentários para 2024!
O paradoxo da simetria e a graça na repetição de elementos arquitetônicos
O ir e vir de valores arquitetônicos ao longo dos séculos demonstra a prevalência de certos parâmetros em detrimento de outros em cada período histórico. Em termos de composição, uma das leituras mais básicas gira em torno de questões de simetria e equilíbrio. De fato, um projeto não precisa ser simétrico para dar a ideia de equilíbrio compositivo. Seus elementos não precisam estar repetidos lado a lado para que o todo passe uma ideia de completude, estabilidade e… simetria, paradoxalmente. Grande parte dos projetos contemporâneos se vale de um todo compositivo equilibrado sem repetir seus elementos, inclusive.
Espaços públicos socialmente justos são cruciais para sociedades prósperas
Uma das instâncias mais radicais de transformação do espaço público aconteceu recentemente. Durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19, o espaço público se transformou em "um recurso médico, centro de distribuição, espaço de transbordamento, local de protesto e resistência, academia, centro para idosos, centro comunitário, creche, pátio escolar, boate, via de transporte, restaurante ao ar livre, shopping center, parquinho infantil, teatro aberto, espaço de música, refugio natural e um lugar de pertencimento, de 'sentir-se em casa'".
Descarbonização e soluções regionais: os principais temas da arquitetura para a COP28
Em 30 de novembro teve início em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a COP28, a cúpula climática da ONU. O evento consiste no encontro anual de governos nacionais e tem como objetivo de estabelecer estratégias para limitar a extensão da crise climática e seus efeitos adversos. A cúpula do ano passado definiu várias medidas importantes, incluindo a promessa de um fundo global destinado a fornecer ajuda financeira a países em desenvolvimento afetados por desastres climáticos.
O propósito principal da COP é reforçar os compromissos do Acordo de Paris, assinado em 2015, que busca manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5ºC. Como a indústria da construção é responsável por 39% das emissões globais, a arquitetura desempenha um papel vital na redução da pegada de carbono, tornando a COP28 um evento crucial para os arquitetos.
O impacto das ferramentas de inteligência artificial na arquitetura em 2024 (e além)
Em 2022, uma audiência mais ampla teve acesso a ferramentas de inteligência artificial inesperadamente poderosas, como Stable Diffusion, Midjourney e DALL-E 2 para geração de texto para imagem, além do chatbot da OpenGPT.
Um ano depois, analistas, organizações e governos afirmaram que essas tecnologias representarão riscos profundos para a sociedade e a humanidade, desde a perda de empregos causada pela automação até a perturbação dos processos democráticos e a automatização de armas.
Eladio Dieste e a arte de projetar estruturas
Para muito além do conhecimento técnico de sua formação como engenheiro, Eladio Dieste (1917-2000) adquiriu sensibilidade arquitetônica rara. Foi pioneiro e mestre da técnica da alvenaria armada, que em resumo trata-se de um sistema de "casca" relativamente fina em que os blocos cerâmicos são comprimidos, as barras de aço são tracionadas e o concreto solidariza o conjunto. A resistência estrutural é aumentada através do desenho de geometrias espaciais complexas que respondem com precisão aos esforços solicitantes, utilizando assim o mínimo possível de material. Desta forma são vencidos grandes vãos e balanços e as cargas são elegantemente conduzidas ao solo.
Emilio López: "A arquitetura latino-americana está experimentando com a geografia e os recursos"
Emilio López é arquiteto pela Pontifícia Universidade Católica do Equador e possui mestrado em História e Teoria da Arquitetura pela Universidade Politécnica da Catalunha. Participou de vários projetos que mostram uma interessante conexão com o território, como a Casa Muta ou a Casa Don Juan, e recentemente recebeu um destaque por seu trabalho em Pamplona, durante a Bienal de Arquitetura Latino-americana 2023.
Ele afirma que ainda vive no Equador, um território com uma das maiores biodiversidades do mundo. Ele pontua que a geografia, as plantas, os climas e as culturas do país são grandes estímulos, além de sustentar que, com a arquitetura, surge a possibilidade de imersão e mistura com o meio, permitindo que ele se deixe transformar pelo outro. Ele diz que a força da arquitetura reside em ser produto da afetação imersiva que implica repensar sua relação com os recursos e com o mundo em que vive.
Nesta entrevista a seguir, conheça ainda mais sobre as inspirações e processos de trabalho do arquiteto Emilio López.
Tornando cada parte da arquitetura visível: Kim Lenschow fala sobre materiais e desenvolvimento sustentável
O ambiente construído representa, para a maioria de nós, o pano de fundo da vida cotidiana, no entanto, ao olharmos para um edifício, raramente entendemos do que é feito. Esse olhar superficial nos impede de compreender seu impacto em nós e na natureza. O Office Kim Lenschow busca chamar a atenção para essa questão, promovendo reflexões críticas sobre arquitetura e seus materiais. Ao focar em projetos de pequena escala, principalmente residenciais, o escritório busca revelar essa narrativa oculta dos materiais e aumentar a consciência sobre as estruturas ao nosso redor. Reconhecido pela exploração de materiais e desenvolvimento sustentável, Kim Lenschow foi selecionado como uma das Novas Práticas de 2023 pelo ArchDaily. Desde 2020, o ArchDaily destaca e promove escritórios emergentes que trazem uma nova perspectiva para o campo da arquitetura e do design.
Neuroarquitetura residencial: projetando ambientes para o Ciclo de Setênios de Rudolf Steiner
A arquitetura residencial desempenha um papel vital na vida das pessoas, influenciando sua qualidade de vida e bem-estar. Para criar ambientes que sejam verdadeiramente adaptados às necessidades biopsicossociais de cada usuário, é essencial incorporar os princípios da neurociência aplicada à arquitetura. Nesse sentido, a Teoria dos Setênios de Rudolf Steiner oferece um quadro conceitual valioso para entender as diferentes fases da vida e suas implicações na concepção de espaços habitacionais. Este texto abordará as etapas do projeto arquitetônico, desde o briefing até a execução, destacando a relevância de conceitos da neurociência cognitiva e comportamental, como priming, framing, nudging, wayfinding, design salutogênico e design biofílico, à luz da Teoria dos Setênios.