A arquiteta, acadêmica e curadora ganesa-escocesa Lesley Lokko foi prestigiada com a Royal Gold Medal de 2024 pelo Royal Institute of British Architects (RIBA), tornando-se a primeira mulher africana a receber o prêmio. Lokko não é uma arquiteta praticante, mas como professora, escritora e curadora, ela lutou para ampliar o acesso à profissão e dar voz a pessoas que foram negligenciadas por muito tempo. Como curadora da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023, ela mudou o foco para a África e sua diáspora, explorando os complexos temas da decolonização e da descarbonização. Por todas as suas contribuições para a profissão, Lesley Lokko receberá formalmente a medalha em maio de 2024, das mãos de Muyiwa Oki, o primeiro presidente negro do RIBA.
Há 470 anos, no Pateo do Collegio, surgia a maior cidade da América Latina: São Paulo. Uma metrópole em constante movimento que, entre tantas complexidades e conflitos, apresenta uma diversidade cultural e humana que a torna profundamente rica.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) registra que mais de um décimo da população global, cerca de 800 milhões de pessoas, pratica a agricultura urbana em todo o mundo. Nos Estados Unidos, milhões de cidadãos enfrentam dificuldades de acesso a supermercados. Os agricultores urbanos desempenham um papel crucial ao abordar questões de segurança alimentar nas cidades americanas.
A distância entre áreas rurais e urbanas nunca foi tão grande, tornando as fontes de alimentos tradicionalmente rurais inacessíveis. Inicialmente, as cidades se desenvolviam em torno de mercados centralizados que traziam produtos das áreas agrícolas para os centros urbanos. Hoje, a agricultura urbana está revitalizando essa conexão entre os habitantes das cidades e os produtos agrícolas.
O escritório OODA divulgou imagens do Hora Vertikale, um novo projeto para a capital da Albânia que incorpora unidades residenciais dispostas verticalmente, cercadas por um novo parque e oferecendo uma variedade de comodidades. O projeto sobrepõe sete tipos de volumes, cada um com sete pavimentos de altura e definido por uma identidade visual distinta inspirada em elementos urbanos e rurais. Desenvolvido em colaboração com a firma local Artech, o projeto recebeu aprovação da prefeitura e a construção está prevista para começar ainda no primeiro semestre deste ano.
Um símbolo da era industrial, o telhado em shed é um ícone na história da arquitetura. Apesar de ser uma invenção funcional originada da necessidade há quase 200 anos, sua forma icônica está passando um renascimento em diversos projetos contemporâneos.
Composto por muitos telhados longos e finos, cada um com inclinações irregulares, dispostos lado a lado, o telhado serrilhado posiciona suas bordas mais íngremes - preenchidas com painéis de vidro - afastadas do cume. Essa estratégia permite que edifícios amplos controlem o ganho solar, evitando a luz solar direta, ao mesmo tempo, em que proporciona uma entrada uniforme de luz natural indireta em toda a área interna.
Cansadas de um padrão minimalista e sem personalidade, as pessoas buscam cada vez mais por espaços com caráter que tragam peças que dialoguem com a própria identidade. Ao menos, essa pode ser uma das interpretações a serem criadas ao avaliarmos que cozinhas com "cores berrantes, mix de estampas, quadros, plantas e, claro, o obrigatório pinguim de geladeira" são consideras uma tendência nas buscas do Pinterest para 2024. Com o retorno de uma estética kitsch e todos os elementos citados anteriormente, buscamos por alguns exemplos entre os projetos publicados no ArchDaily que possam inspirar a mudança neste ambiente tão fundamental de uma residência.
Este artigo é o sétimo de uma série sobre a Arquitetura do Metaverso. O ArchDaily, em colaboração com John Marx, fundador e diretor artístico chefe da Form4 Architecture, traz artigos mensais que buscam definir o Metaverso, transmitir o potencial desse novo reino, bem como compreender suas limitações.
De muitas maneiras, a introdução do software de IA criou a sensação de que vivemos em um mundo previsto por romances de ficção científica. Costumávamos acreditar que os computadores nunca seriam capazes de projetar. Esse tempo chegou, e com ele surge uma oportunidade de enfrentar os pontos positivos e negativos dessas novas tecnologias.
Cidades contemporâneas e assentamentos urbanos se manifestam como estruturas intricadas que exigem reflexão profunda e uma abordagem cuidadosa. Os modelos sociais e layouts espaciais estão em constante evolução, transformando-se ao longo do tempo. Nesse contexto, surge uma pergunta crucial: qual é o modelo predominante para as cidades hoje? Muitas cidades contemporâneas resultam de um paradigma que atingiu seu apogeu no século XIX, caracterizado pela densificação intensiva e urbanização em resposta a necessidades que nem sempre refletiam seus habitantes.
Em alguns casos, devido às transformações vivenciadas pelas grandes cidades, certos setores urbanos caíram em desuso, tornando-se espaços residuais ou afastando-se de propósitos orientados para o desenvolvimento comunitário. Reconhecendo que as pessoas são a força motriz por trás das dinâmicas das cidades e assentamentos humanos, é imperativo reivindicar esses espaços. Para isso, abordagens teóricas como a proposta por Henri Lefebvre do direito à cidade e a cidade dos 15 minutos são apresentadas como alternativas. Nesses casos, as pessoas retomam o foco, tornando-se elementos-chave no design e permitindo o restabelecimento de um vínculo comunidade-pessoa-espaço.
https://www.archdaily.com.br/br/1012514/reativando-espacos-publicos-residuais-com-projetos-liderados-pela-comunidadeEnrique Tovar
Uma análise rápida das cem maiores cidades da África não apresenta muitas surpresas. A maioria está nos países mais ricos da África. A maior parte delas são capitais nacionais ou regionais/estaduais. Pelo menos metade tem portos fluviais ou marítimos. Muitas têm estações ferroviárias há décadas e, mais recentemente, aeroportos e conexões com rodovias. Um grande número tem universidades. Todas têm perfis na Wikipedia, incluindo muitos que se estendem por várias páginas.
Os escritórios MVRDV e LOLA Ladscape Architecture divulgaram o projeto para um novo empreendimento, o "Grüne Mitte" em Düsseldorf, Alemanha. Centrado na comunicação aberta, negociação e compromisso, o projeto tem como objetivo introduzir 500 novos apartamentos e espaços comunitários para melhorar o bairro. Aproximadamente 50% do plano é designado como moradias sociais ou acessíveis, que foram projetadas a partir de processos participativos com os moradores.
A arquiteta, designer e educadora romena Oana Stănescu foi escolhida como curadora do Beta 2024 - Bienal de Arquitetura de Timișoara, agora em sua quinta edição. Radicada em Nova York e Berlim, Oana Stănescu é reconhecida internacionalmente por seu diversificado portfólio de intervenções ao redor do mundo, ampliando os limites da profissão e abordando questões significativas da sociedade. No ano passado, ela foi selecionada como parte das Novas Práticas de 2023 do ArchDaily. Como curadora do Beta 2024, Oana Stănescu definirá o tema geral da bienal, que acontecerá na cidade romena de Timișoara, estabelecendo o palco para um evento que busca "proporcionar uma nova experiência da prática arquitetônica por meio de uma abordagem interdisciplinar e interseccional".
A linguagem autoral de cada arquiteto é sempre a base de análise de seu trabalho. O decorrer do tempo demonstra a consolidação de sua assinatura, possibilita reconhecer influências e referências precedentes, ao mesmo tempo que apresenta a constante atualização dessa linguagem, como um desenvolvimento formal que responde (e corresponde) ao recorte temporal em que se insere. Os projetos do Studio Guilherme Torres são ótimos exemplos deste desenvolvimento, desde sua fundação até o presente.
À medida que começamos 2024, as cidades europeias apresentam vários marcos de desenvolvimento urbano que estão traçando o caminho para o novo ano. Sob os temas de mobilidade urbana em Bruxelas, sustentabilidade em Valência, Smart Cities em Roterdã e resfriamento urbano em Paris, cada cidade está tentando mostrar progressos rumo à 2030. Nessas diversas estruturas urbanas, as cidades europeias estão demonstrando um compromisso em definir desafios e trabalhar para moldar um futuro climaticamente consciente.
Apesar das pessoas com deficiência representarem quase 15% da população mundial e de mais da metade viverem em ambientes urbanos, as nossas cidades raramente atendem às suas necessidades. A maioria é projetada a partir da perspectiva de pessoas sem deficiência que se deslocam em transporte privado (como carros e motos), em vez das que caminham, andam de bicicleta e usam o transporte público.
https://www.archdaily.com.br/br/1012430/como-garantir-o-acesso-a-cidade-para-as-pessoas-com-deficienciaITDP Brasil
A MVRDV divulgou recentemente o projeto para o masterplan WärtZ, que transforma um antigo parque empresarial próximo à estação ferroviária de Zwolle, Países Baixos, em um dinâmico hub de inovação. Desenvolvido pela AM e projetado por uma equipe que inclui também a Orange Architects e a LOLA Landscape Architect, o projeto propõe residências, espaços de trabalho criativos, restaurantes e diversas comodidades para a comunidade. O destaque é o recém-renovado Wärtsilä Hall, uma antiga fábrica redesenhada com uma cobertura ondulada coroada por um edifício de apartamentos.
O estúdio de arquitetura francês Coldefy e o escritório de arquitetura italiano CRA-Carlo Ratti Associati apresentaram o projeto "Theatrum Naturae", ou "Teatro da Natureza", selecionado como pavilhão nacional da França na Expo Osaka 2025. A proposta acolhe tanto habitats naturais quanto artificiais, com o objetivo de ilustrar como o design pode conectar os mundos humano e não-humano, ao mesmo tempo em que destaca a contribuição da França para a cultura e o meio ambiente natural. Na exposição, os visitantes serão convidados a explorar os diversos ecossistemas da França e a redescobrir uma conexão com a natureza.
Recentemente, o renomado escritório dinamarquês BIG anunciou o lançamento do seu projeto para a cidade de Gelephu, no Butão. Um masterplan inspirado na cultura do país e nos seus princípios de felicidade. A "Mindfulness City" apresentará inúmeras possibilidades de apropriação ao público, trazendo investimentos em infraestrutura, educação e tecnologias sustentáveis, tudo sob os preceitos da Felicidade Interna Bruta (FIB).
Este artigo foi originalmente publicado em Common Edge.
A fascinação de Christopher Payne por fábricas vem de décadas. Como estudante de arquitetura na Universidade da Pensilvânia na década de 1990, Payne teve a sorte de conseguir um emprego de verão na Inspeção de Edifícios Americanos Históricos, dentro do Serviço Nacional de Parques. "Eles enviavam equipes de estudantes de arquitetura, historiadores e fotógrafos para documentar todo tipo de projeto", diz ele. "Documentamos silos de grãos em Buffalo, pontes de ferro fundido em Ohio, uma usina elétrica no Alabama e parques nacionais em Utah. Essa experiência incutiu um profundo apreço pela arquitetura industrial". Após a formatura, trabalhou por vários anos como arquiteto na cidade de Nova York antes de fazer a transição em tempo integral para a fotografia. Seus livros publicados incluem New York’s Forgotten Substations: The Power Behind the Subway (Subestações Esquecidas de Nova York: A Energia por Trás do Metrô); Asylum: Inside the Closed World of State Mental Hospitals (Asilo: Dentro do Mundo Fechado dos Hospitais Psiquiátricos Estaduais); North Brother Island: The Last Unknown Place in New York City (Ilha North Brother: O Último Lugar Desconhecido em Nova York); e Making Steinway: An American Workplace (Fazendo Steinway: Um Local de Trabalho Americano). No mês passado, Payne ministrou a Palestra Memorial Ralph Caplan, da School of Visual Art, e pouco depois, entrei em contato com ele para falar sobre seu livro mais recente, Made in America, seu longo caso de amor com fábricas e o processo fotográfico.
Reveja o melhor da arquitetura da última semana de acordo com nossos leitores e editores, com esta seleção dos artigos mais lidos, os projetos mais acessados e os produtos mais populares do ArchDaily Brasil.
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Nos últimos anos, a Índia tem se destacado entre arquitetos e urbanistas de todo o mundo. Desde a rica herança cultural até iniciativas de cidades inteligentes por todo o país, dos atos de decolonização nos projetos arquitetônicos à evolução de um vernáculo modernizado, a Índia tem demonstrado o potencial de quem busca fomentar arquitetura e projeto urbano de qualidade. Este ano, o ArchDaily lançou a coluna ArchDaily Building for Billions, que discute os efeitos do aumento populacional, urbanização e crescimento econômico no ambiente construído da Índia. Building for Billions foi impulsionada pelo reconhecimento das mudanças e projetos inovadores que estão transformando o país.
Uma pessoa passa em média aproximadamente 90.000 horas, equivalente a um terço da vida, no trabalho. O local de trabalho pode ser um segundo lar para os adultos e essa relação tem alimentado um desejo de mudança duradouro nos escritórios. Ao longo das décadas, vários fatores, incluindo pandemias, crises econômicas e mudanças nas preferências geracionais, têm impactado a natureza do trabalho e os lugares onde as pessoas trabalham. Os fenômenos recentes da "Grande Demissão" e a adoção generalizada de arranjos de trabalho remotos e híbridos aceleraram a transformação dos locais de trabalho. Em resposta, as organizações estão cada vez mais priorizando a experiência geral dos funcionários, reconhecendo a necessidade de criar ambientes que acomodem estruturas em evolução, ao mesmo tempo em que promovem satisfação, engajamento e bem-estar entre sua força de trabalho.
O escritório Kengo Kuma & Associates apresentou o projeto de um novo empreendimento de uso misto em Miami, Flórida. Esta é a primeira iniciativa de uso misto do arquiteto nos Estados Unidos, e promete se tornar uma atração popular na cidade. O "Distrito de Design MIRAI" abrigará espaços comerciais e corporativos.
O Desert X AlUla acaba de anunciar seu retorno em 2024 na Arábia Saudita. Marcando o ponto alto do AlUla Arts Festival, o Desert X AlUla é uma exposição de arte a céu aberto temporária, responsiva ao local e inclusiva, que acontece a cada dois anos na região desértica do país. Iniciando em 9 de fevereiro e indo até 23 de março de 2024, esta edição tem curadoria de Maya El Khalil, conhecida por sua consultoria de arte e trabalho no MENA, e Marcello Dantas, premiado curador brasileiro conhecido por suas práticas interdisciplinares.
É cada vez mais comum observar como as gerações atuais, caracterizadas por um maior respeito e consciência para com o meio ambiente, buscam novas formas de interagir com a natureza, ao mesmo tempo em que assumem a responsabilidade de protegê-la. Nesse sentido, o futuro da arquitetura está fortemente ligado à capacidade de equilibrar esses anseios e obrigações, especialmente no âmbito do projeto de espaços públicos naturais.
Através da integração de caminhos e passarelas sutis, o desenho de espaços públicos pode se abrir de maneira acessível para pessoas de todas as idades e habilidades. Juntamente com a seleção de uma paleta de materiais naturais, arquitetos e designers podem criar espaços que complementam seus ambientes. No entanto, por mais bonitos que possam ser esses espaços naturais, torná-los seguros e adequados para visitação pode ter efeitos prejudiciais em seu entorno. Por essa razão, o desenho e a seleção de materiais devem ser abordados de forma consciente e cuidadosa.