Construídas para evitar congestionamentos e facilitar o deslocamento pelas cidades, as estradas rápidas e os viadutos implementados nos centros dos municípios ou em seus entornos não cumprem com o seu propósito. Elas trazem mais problemas que resultados, separando vizinhanças, impactando os negócios e a vitalidade das comunidades e aumentando o tráfego e a poluição ambiental e sonora.
https://www.archdaily.com.br/br/984308/as-vias-expressas-urbanas-estao-chegando-ao-fimSomos Cidade
Entre as boas práticas de cidades contemporâneas estão objetivos como a proximidade entre casa e trabalho, a mistura de usos, a busca de uma densidade que permite caminhabilidade e que os térreos dos edifícios sirvam de “olhos da rua”, nas palavras da urbanista Jane Jacobs, voltados para as calçadas. Como exemplos dessas características estão cidades como Paris, com a sua vida de estabelecimentos voltados para o passeio, Barcelona, com suas quadras elaboradas pelo Plano Cerdá, Nova York, com sua intensa vida urbana na ilha de Manhattan, e Hong Kong, com a sua enorme densidade em um pequeno pedaço de terra. Todos esses exemplos estão situados em realidades distintas da vida urbana do Brasil, um país emergente.
De tempos em tempos, há pessoas que propõem transporte público gratuito. Os apoiadores têm uma variedade de motivos, incluindo uma tentativa de comparar com carros, socialismo ideológico, externalidades positivas e a eficiência de se livrar da cobrança de tarifas.
https://www.archdaily.com.br/br/984731/os-custos-do-transporte-publico-gratuitoAlon Levy
Desde o higienismo no início do século 20 ao macroplanejamento da urbanização nos anos 1970, o modelo de urbe visava à abertura de largas avenidas, que faziam a articulação entre bairros (centro e extensão) através dos transportes motorizados: a cidade sobre pneus. Este modelo de urbanização norte-americano, seguido pelas cidades brasileiras, privilegia a verticalização das edificações e os transportes individuais em detrimento dos transportes coletivos.
Em 1870, o tempo médio de trabalho semanal nos EUA era de 57 horas, em 2000, já tinha caído para 39 horas, redução de 32%. A França passou de 66 para 34 horas, redução de quase 50%. No mundo, a redução da jornada de trabalho foi em média de 64 para 36 horas, mostrando que a evolução tecnológica pode ter contribuído para a redução do tempo dedicado às atividades laborais.
Municípios diversificados, intensos e com combinações de usos possuem as sementes de sua própria regeneração, com energia de sobra para solucionar os problemas e as necessidades que apareçam, defende a jornalista, escritora e ativista Jane Jacobs em seu livro “Morte e vida de grandes cidades”. Lançada em 1961, a obra é uma referência até hoje para planejadores urbanos que desenvolvem cidades para pessoas, com vias seguras, vibrantes e que incentivam a circulação de seus moradores em diferentes horários e para a realização de variadas atividades. A partir da análise de localidades dos Estados Unidos, a autora afirma que a melhor maneira de desenhar ou reurbanizar os municípios é olhando para os indivíduos e como eles se movimentam pelas ruas e as utilizam — e não partindo de visões idealistas.
https://www.archdaily.com.br/br/982800/como-as-fronteiras-desertas-levam-as-cidades-a-decadenciaSomos Cidade
O processo de expansão das cidades, com o surgimento de novas frentes de povoamento, ocasiona uma consequente migração de partes da população residente e dos setores produtivo e comercial para novas áreas. Esse fenômeno tem, como um de seus resultados, o esvaziamento funcional e demográfico de regiões consolidadas das cidades brasileiras, levando a uma concentração de terrenos e edificações ociosos, subutilizados e degradados.
https://www.archdaily.com.br/br/983566/a-gestao-ineficiente-dos-imoveis-publicos-nas-cidades-brasileirasPedro Duarte e Naiara Amorim
No início da era do automóvel, suponha que Henry Ford e John D. Rockefeller tivessem perguntado como os planejadores urbanos poderiam aumentar a demanda por carros e gasolina. Considere três opções. Primeiro, divida a cidade em zonas separadas (moradia aqui, empregos ali, compras acolá) para criar viagens entre as zonas. Depois, limite a densidade para espalhar tudo e aumentar ainda mais as viagens. Terceiro, exija amplo estacionamento fora das vias em todos os lugares, para que os carros sejam a maneira mais fácil e barata de viajar.
Cidades densas, em que há concentração de pessoas e atividades no território, podem oferecer melhor acesso a infraestrutura. Isso ocorre porque, em geral, quanto maior o número de usuários de um serviço público ou infraestrutura em determinada área, menor o custo e maior a receita por usuário.
https://www.archdaily.com.br/br/982969/concessoes-urbanisticas-como-promover-acesso-a-infraestrutura-na-cidadeBreno Zaban e Victor Carvalho Pinto
Para o advogado especialista em Direito Urbanístico e consultor legislativo do Senado Federal Victor Carvalho Pinto, mais importante que financiar obras municipais seria apoiar a modernização das administrações das cidades e estados, o chamado “desenvolvimento institucional”. Em entrevista exclusiva ao Geocracia, Carvalho Pinto, que é Coordenador do Núcleo Cidade e Regulação do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, não se diz preocupado com o fim do Ministério das Cidades, já que o orçamento federal, a Caixa Econômica Federal e o BNDES destinam recursos a fundo perdido para muitas obras municipais.
https://www.archdaily.com.br/br/982566/antes-de-obras-municipais-vem-informacao-cartografia-e-cadastro-imobiliarioCarlos Vieira e Victor Carvalho Pinto
Em uma tarde de domingo quente e nebulosa, os cortiços de concreto de Nairóbi se elevam sobre os barracos (ou “favelas”) da cidade. Homens e mulheres penduram roupas em telhados e varandas — fazendo com que os edifícios pareçam uma colcha de retalhos, um mosaico de tecido.
Um dos grandes teóricos da arquitetura, cidade e natureza faleceu recentemente, dia 17 de março de 2022, aos 85 anos. Nascido em Viena em 4 de outubro de 1936, Christopher Alexander viveu uma longa vida de contribuições e singularidades, com proposições visionárias sobre cidades e, ao mesmo tempo, subversivas ao mainstream da prática arquitetural.
https://www.archdaily.com.br/br/981171/christopher-alexander-o-legado-de-um-urbanista-visionarioVinicius M. Netto
A gentrificação é o processo onde os imóveis se tornam mais desejados e, portanto, mais caros. Os preços crescentes afastam os moradores mais antigos, substituindo-os por de renda mais alta. Isso não deve ser confundido com a remoção forçada de cidadãos por meio de desapropriações ou remoções forçadas. Expulsar moradores por decreto oficial é um problema diferente.
https://www.archdaily.com.br/br/981523/filtragem-a-gentrificacao-ao-contrarioAnthony Ling e Jeff Andrade-Fong
A população mundial está envelhecendo e uma das grandes questões que se abrem com essa nova composição etária, com mais idosos que crianças pequenas, é se os municípios estão adequados para que esses cidadãos possam usar os espaços urbanos com segurança e acessibilidade e sentirem-se incluídos na vida social e cívica de suas comunidades.
Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o número de indivíduos com 65 anos ou mais deve duplicar até 2050, passando de 727 milhões (dado de 2020) para cerca de 1,5 bilhão — representando 16% do número total de pessoas no planeta.
https://www.archdaily.com.br/br/981114/como-tornar-uma-cidade-amigavel-para-os-idososSomos Cidade
As cidades têm um papel fundamental na busca por soluções e políticas para reduzir os problemas que resultam nas atuais mudanças climáticas globais. As áreas urbanas são, hoje, responsáveis por mais de 70% das emissões de dióxido de carbono (CO₂) — uma das principais causas do efeito estufa e de suas consequências para o meio ambiente e para a vida de todos.
Em seu livro mais recente, Survival of the City, o economista Edward Glaeser faz um diagnóstico dos conflitos de interesses que permeiam o debate urbano. Segundo ele, há uma oposição essencial entre os insiders — moradores tradicionais, interessados na manutenção do status quo e na valorização de seus imóveis — e os outsiders — novos moradores, interessados em moradia acessível e novas alternativas de trabalho, consumo e espaço urbano.
https://www.archdaily.com.br/br/980769/nimby-e-yimby-duas-visoes-da-cidadeAndrey Barbosa, Gabriel Nunes, Guilherme Pereira e Pedro Portes
Os municípios, assim como as pessoas, são dinâmicos e vão se transformando para acompanhar e se adaptar às mudanças sociais, econômicas e ambientais de seu tempo. Da mesma forma, a visão sobre como a cidade ideal deveria ser planejada foi sendo influenciada pela realidade e pelo pensamento vigente de cada época.
Imagem: Stewie811/Flickr. Cortesia de Caos Planejado
Em condições normais, a maioria das pessoas gosta de viver em lugares com fácil acesso à sua vida cotidiana. É bom poder levar seus filhos a pé para o jardim de infância e é mais fácil manter uma vida social quando muitos de seus amigos moram na mesma rua que você. Quando você fica sem sabão, você é grato por poder reabastecer na mercearia no andar de baixo, ao invés de ter que dirigir 20 minutos até o supermercado.