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Antigamente, em um contexto urbano menos adensado e populoso, as casas e prédios eram construídas com uma relação direta com a rua, não havendo a necessidade de existir muros e cercas frontais. Com o tempo, o tecido urbano foi se transformando e a divisão entre espaços públicos e privados se fez cada vez mais evidente e — sob o argumento da segurança pública — necessária. Apesar dessa divisão acontecer de diferentes formas nas cidades brasileiras, de maneira geral, utiliza-se muros, cercas e grades nas fachadas, criando uma espécie de espaço de transição entre a rua e o edifício e transformando a relação entre o objeto arquitetônico e a rua.
No século XIX, muitos estadunidenses que viviam em cidades e vilas em ascensão frequentemente se viam passeando pelos caminhos sinuosos de jardins desenhados, parando para descansar à sombra de uma árvore e fazer um piquenique com a família e amigos. As áreas gramadas eram pontilhadas lápides, marcando os locais de sepultamento daqueles que foram enterrados. Embora o conceito de relaxar em um cemitério possa parecer um pouco estranho para algumas pessoas e crenças, muitas vezes era a única opção que as pessoas encontravam para recreação e lazer. Muitos dos parques que temos hoje se originaram da evolução e planejamento de cemitérios.
Cada carro em circulação precisa de um local para ser colocado — mas os estacionamentos são a resposta? Eles são frequentemente vistos como a antítese do planejamento urbano amigável às pessoas. Grandes caixas cinzas são usadas apenas para guardar carros temporariamente, fazendo um mau uso do espaço, especialmente em cidades onde o custo da terra é elevado. A presença cada vez mais incisiva destes edifícios transformou núcleos urbanos em distritos de estacionamento, alterando drasticamente suas paisagens. Em várias cidades a legislação urbana acaba contribuindo com o problema, exigindo um número mínimo de vagas por região. Estacionamentos estão por toda parte — ao redor de shoppings, torres residenciais e equipamentos esportivos.
A construção de mais rodovias urbanas continua em muitos lugares. Na América Latina, vemos projetos sendo desenvolvidos em Santiago (Américo Vespucio Oriente), Lima (Linha Amarela), Quito (Solución Vial Guayasamín), São Paulo (Rodoanel Mário Covas) e Cidade do México (Segundo Piso a Cuernavaca), apenas para citar alguns.
Na Colômbia, o Governo Nacional anunciou um novo programa para melhorar o acesso às áreas urbanas durante o XVIII Congresso da Câmara Colombiana de Infraestrutura. Nas palavras do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, “nosso objetivo também é transformar o acesso às cidades. Não vale a pena economizar tempo em viagens interurbanas se esse tempo é perdido em áreas urbanas”.
Através da exposição “Search History” (Histórico de busca) no Museu MAXXI em Roma, Lara Lesmes e Fredrik Hellberg, diretores do estúdio de arquitetura e arte Space Popular, se propuseram a explorar a obra de Also Rossi e traduzir suas noções de “fato urbano” e “ cidade análoga” ao mundo virtual. A instalação é uma reflexão sobre a proliferação de plataformas do metaverso e o conceito de urbanismo virtual. A exposição está na quinta edição da Studio Visit, uma parceria entre a Alcantara e o MAXXI Museo nazionale delle arti del XXI secolo, que desafia os designers a propor uma reinterpretação pessoal das obras dos mestres das MAXXI Architecture Collections.
Há alguns meses, o mundo se reuniu em Sharm El Sheik, no Egito, para a cúpula anual sobre mudanças climáticas: a COP27. Como o resto da África, a Nigéria é representada por seu séquito de burocratas, defensores do clima e outros grupos interessados. Desde a última reunião na Escócia (COP26), a Nigéria assinou a Lei de Mudanças Climáticas, estabelecendo uma meta de atingir zero emissões líquidas de gases de efeito estufa entre 2050 e 2070.
Nesse tempo, o país desenvolveu um ambicioso plano de energia que veria a transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, utilizando a sua vasta reserva de gás natural. O país está na vanguarda da Iniciativa dos Mercados Africanos de Carbono e planeja arrecadar pelo menos US$ 500 milhões com o comércio de créditos de carbono para compensar o carbono emitido.
https://www.archdaily.com.br/br/995058/a-ambiciosa-agenda-climatica-da-nigeria-e-sua-fixacao-com-a-pegada-de-carbonoMathias Agbo, Jr.
Quando o Airbnb começou, há quase 15 anos, oferecia uma solução inovadora para reservar estadias de curta duração sem complicações. Ao alugar um quarto vago ou um apartamento inteiro, era oferecida uma alternativa aos modos tradicionais de reservar hotéis, muitas vezes superfaturados e lotados. O Airbnb agora enfrenta muitas críticas à medida que cresceu rapidamente, oferecendo centenas de milhares de estadias em todo o mundo. Entretanto, não escapou de passar por experiências negativas. Agora, planejadores e formuladores de políticas estão começando a ver os efeitos da abundância de anúncios do Airbnb e como isso afeta uma crescente crise imobiliária.
As propostas de empreendimentos urbanos na Disney World vêm de tempos antigos. Um dos últimos projetos visionários de Walt Disney foi o Experimental Prototype Community of Tomorrow (EPCOT), um centro para empresas americanas e para a vida urbana. Disney defendia que os problemas das cidades eram as questões mais críticas para a sociedade e planejou uma cidade que pudesse se desenvolver de forma controlada, na contramão da expansão que os EUA tiveram durante a primeira metade do século passado. Depois de sua morte, em 1966, o conceito "EPCOT" foi abandonado porque a empresa não estava certa sobre a viabilidade de operar uma cidade. Cinquenta e cinco anos depois, após uma pesquisa minuciosa, o Walt Disney World escolheu para isso a Michaels Organization por sua experiência na construção e administração de comunidades habitacionais alcançáveis.
2022 foi um ano agitado que, novamente, resultou em uma cobertura diversificada no ArchDaily, desde a especulação acerca dos materiais de construção do futuro até a análise do papel narrativo que a arquitetura desempenha na literatura. Uma seleção de artigos do ano que passou foi reunida abaixo, organizada em quatro tópicos.
No dia 10 de outubro de 2023, os mais de 200.000 arquitetos e urbanistas brasileiros vão escolher seus representantes no CAU Brasil e nos CAU/UF para a gestão 2024/2026.
Os espaços públicos não refletem apenas as aspirações de uma sociedade. Também configuram os cenários nos quais podem surgir novas ideias de convivência e do coletivo a partir de suas qualidades. Pensar as ruas, praças, parques e até mesmo a natureza, é um modo de lidar com ideais comuns e garantir a dinâmica social presente na relação entre os corpos e o ambiente.
Na maioria dos países do mundo as edificações antigas são valorizadas. Há algo na história, na originalidade e no charme de uma casa antiga que faz com que seu valor às vezes seja superior ao de novos projetos. Mas no Japão, o oposto é quase sempre a preferência. As casas recém-construídas são as mais procuradas em um mercado imobiliário onde as moradias raramente são vendidas e a obsessão por demolir e reconstruir é tanto uma questão cultural quanto uma questão de segurança, colocando as casas de 30 anos em um mercado sem valor.
Visualize seu bairro ideal. Talvez seja em uma rua sem saída nos subúrbios, onde cada vizinho tem um gramado bem cuidado, uma garagem para dois carros e todos se cumprimentam amigavelmente a caminho do trabalho. Ou talvez você more em um arranha-céu em um centro urbano denso, use o transporte público para ir ao escritório cinco dias por semana e cumprimente o porteiro ao sair. Seja qual for a aparência do seu bairro, sempre há a sensação de querer conhecer as pessoas que moram perto de você — ou pelo menos uma confiança tácita umas nas outras para garantir que seu entorno esteja seguro. O que acontece quando a tecnologia junta você e seus vizinhos para relatar os acontecimentos locais? Seria isso algo bom, ou criaria uma estranha situação de vigilância distópica?
De acordo com o Relógio da População Mundial, a população humana chegou aos 8 bilhões em 15 de novembro. Segundo a ONU, este marco representa uma celebração da longevidade humana devido a melhorias na saúde pública e na medicina, mas também vem com alertas sobre desigualdade, acesso limitado a alimentos e recursos e danos ambientais. Apesar do número impressionante, o relatório anual Perspectivas da População Mundial mostra que a população global está crescendo no ritmo mais lento desde 1950 e prevê uma desaceleração contínua na segunda metade deste século.
Como mais da metade da população mundial vive nas cidades, cerca de 55,7%, de acordo com os últimos relatórios da ONU-Habitat, os desafios urbanos estão crescendo exponencialmente. A ONU espera que esse número aumente para 68% até 2050, com cerca de 90% desse aumento ocorrendo na Ásia e na África. A urbanização acelerada pode apresentar riscos significativos, como o aumento da desigualdade, da pobreza, do desenvolvimento setorizado, da exclusão social e da poluição. Nesse contexto, uma agenda urbana bem equilibrada torna-se crucial para conseguirmos cidades inclusivas, seguras e sustentáveis.
Pesquisas recentes revelaram qual a frequência média de banhos diários em alguns países no mundo. Enquanto nos latino-americanos, liderados por Brasil, México e Colômbia, as pessoas tomam de 8 a 12 banhos por semana, na grande maioria dos países litados a média fica em torno de 6 a 8. O banho, ao longo da história da humanidade, envolve tanto aspectos de saúde como religiosos, espirituais e até sociais.
As novas tecnologias vindas do mundo digital promoveram uma série de mudanças na arquitetura e urbanismo. Novos materiais, novas técnicas construtivas, novas formas de fabricação e construção mudaram a forma como projetamos e como pensamos a construção. Mas, para além disso, as novas tecnologias também parecem revelar outras possibilidades de interação entre a sociedade e a arquitetura, transformando a compreensão do que é arquitetura e de qual sua finalidade.
Ontem, dia 15 de dezembro, aconteceu a cerimônia da 24ª Premiação IABsp 2022 – tradicional e reconhecido prêmio da área de arquitetura e urbanismo – quando foram anunciados os vencedores. O evento reuniu participantes e convidados da área em coquetel na Unibes Cultural, em São Paulo.
Hoje é celebrado o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista. Desde 2018, a Lei 13.627/2018 coloca a data no calendário oficial brasileiro, que foi escolhida como uma homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer, por ser o dia do seu nascimento, e também pela fundação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo - CAU.