O historiador, escritor e curador alemão-holandês, Ole Bouman, é hoje uma das figuras mais influentes do mundo da arquitetura. Apesar de nunca ter frequentado uma escola de arquitetura, o outsider e co-curador da 5ª Bi-City Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Shenzhen afirmou recentemente que “todos nós podemos fazer arquitetura”. Envolvido até o pescoço no discurso da prática da arquitetura contemporânea, Ole Bouman é diretor e fundador da Design Society de Shenzhen, e um dos responsáveis pela introdução de uma série de novos conceitos no discurso da arquitetura além de ter assumido importantes cargos institucionais relacionados aos profissionais da industria da construção civil ao longo de sua carreira.
Neste tempo, Ole Bouman já foi diretor do Instituto de Arquitetos da Holanda (NAi) e também diretor de criação da 5ª Bienal Bi-City de Arquitetura e Urbanismo de Shenzhen/Hong Kong. Buscando congregar em um só lugar todo o conhecimento adquirido ao longo de sua carreira como historiador, escritor, editor, fotógrafo, curador, conferencista e especialista em projeto de arquitetura, Ole Bouman acaba de lançar uma nova plataforma, um lugar onde “a vida se entrelaça com a história”. Para saber mais sobre o a vida e obra Bouman, e especialmente sobre seu artigo recentemente publicado, “Finding Measure”, acompanhe a seguir a entrevista exclusiva do historiador e curador para o ArchDaily, onde o diretor fundador da Design Society discute o presente e o futuro da arquitetura, abordando o papel do arquiteto e os principais desafios do mundo hoje, além da revolução digital e muitos outros tópicos interessantes.
O estado da Baja California Norte está localizado na região noroeste do país, suas divisões geográficas fazem fronteira com a Califórnia (nos Estados Unidos), Sonora e Baja California Sur (no México). Da mesma forma, junto com a Baja California Sur, eles são os únicos dois estados do México que enfrentam o Oceano Pacífico e o Mar de Cortez a leste e oeste, respectivamente, protegendo algumas das paisagens e costas mais impressionantes de todo o território mexicano.
Uma luz incrível, acabamentos brilhando, árvores adultas, saudáveis e figuras humanas devidamente posicionadas parecem ser o kit perfeito para uma boa e tradicional imagem de arquitetura, que nem sempre são tão fidedignas à realidade ou ao contexto. Convencionamos a pensar em renderizações como visões do edifício futuro, pronto e ocupado, que servem para vender ou convencer os clientes sobre um projeto. Mas e se as imagens renderizadas também nos ajudassem a entender a construção, os sistemas e o funcionamento de algumas partes da edificação? Conversamos com dois profissionais que têm desenvolvido imagens que ao mesmo tempo podem ser explicativas e belas.
Diante das mudanças advindas da contemporaneidade, cabe aos arquitetos e urbanistas revisitar seus papéis. Na contramão de um planejamento que visa cidades cada vez mais massificadas e indiferenciáveis, é primordial que se estabeleçam práticas de resistência a fim de retomar a cidade para o pedestre. Para serem efetivas, tais práticas devem propor vínculos entre as pessoas que experienciam cotidianamente a cidade e o espaço urbano, e afastar-se de definições técnicas que pressupõem a participação popular de maneira fragmentada. Ao invés de fomentar a paranoia coletiva rumo a muralhas intransponíveis em busca de segurança excessiva, a cidade deve acompanhar a tecnologia na direção da abertura, do open-source, da colaboração e construção coletiva. A rua, além de sua função prática de conexão, deve potencializar vivências: espaço do acaso, reflexão, e, principalmente, apropriação.
https://www.archdaily.com.br/br/959666/cidade-aberta-estrategias-de-experimentacao-do-espaco-urbanoJúlia Thomé de Oliveira
Após mais de um ano nesta experiência mundial de trabalhar em casa, ainda não encontramos a fórmula perfeita para que a força de trabalho retorne aos respectivos escritórios. Além disso, não apenas a situação do "trabalhar em casa" - Working From Home (WFH) durou mais do que o previsto, mas também se incorporou à maneira como trabalharemos para sempre. À medida que as vacinas são lançadas, os líderes de diversas organizações devem agora considerar seriamente como lidar com o retorno de seus funcionários ao escritório físico.
Madri demolirá o elevado da autopista M30, localizado entre os bairros de Puente de Vallecas e Retiro. Esta foi a decisão unânime dos conselheiros do Pleno do Ayuntamiento de Madrid, parlamento municipal cujos membros são eleitos, reunidos no dia 30 de Março passado. Segundo o autor da proposta, o conselheiro e membro do partido Más Madrid, Francisco Pérez Ramos, a decisão é importante, pois o viaduto se transformou “em muro”.
https://www.archdaily.com.br/br/959658/madri-demolira-elevado-para-dar-lugar-a-parque-e-o-minhocaoMarcos O. Costa
Projetar espaços abaixo do nível do solo é sempre um grande desafio, principalmente nos quesitos de iluminação e ventilação. Entretanto, soluções criativas possibilitam espaços subterrâneos acolhedores e arejados como o uso de painéis perfurados para entrada de luz na Casa K ou, até mesmo, a implementação estratégica de um espelho d’água com fundo de vidro no térreo permitindo que a iluminação natural atinja o subsolo da Casa Jardim do Sol.
O fascínio de Le Corbusier pelo automóvel é evidente nos vários registros fotográficos do arquiteto posando orgulhosamente ao lado de um carro na frente de uma obra. Segundo o arquiteto franco-suíço, para além de permitir uma construção mais eficiente e econômica, a industrialização da arquitetura pode constituir uma base de melhores resultados estéticos, da mesma forma que um chassi de automóvel apoia o design moderno e criativo da respectiva carroceria. Mas, embora os veículos tenham passado por mudanças impressionantes desde a década de 1930, pode-se dizer que a arquitetura demorou muito a adotar os avanços de outras indústrias.
Mas isso está mudando aos poucos. Impulsionada por preocupações em torno da sustentabilidade, o uso de recursos fósseis não renováveis e eficiência, juntamente com a demanda acelerada para construir novos edifícios e infraestruturas mais acessíveis, a indústria da construção tem incorporado inúmeras novas tecnologias, incluindo aquelas adotadas de outras indústrias. Além disso, a madeira têm sido identificada como um material de construção ideal - especialmente ao incorporar produtos inovadores de madeira em massa, como CLT e glulam, métodos e processos de design como BIM e DfMA, ferramentas para visualização como VDC e tecnologias de fabricação como o CNC. Sim, são muitas siglas, mas tentaremos esclarecê-las ao longo deste artigo.
A construção de ruas ao longo do século XX foi baseada principalmente na premissa de que mais infraestrutura facilita o trânsito. Evidências mostram, porém, que, em vez de reduzir o congestionamento, construir mais ruas na verdade aumenta o tráfego. Quando se reduz o tempo dos deslocamentos feitos de carro, aumenta a conveniência – com isso, em paralelo ao apelo exercido pelo veículo particular como indicador de riqueza e posição social, as pessoas tendem a fazer mais viagens de carro. Um estudo recente de pesquisadores da Universidade de Barcelona analisou dados de 545 cidades europeias entre 1985 e 2005 e confirmou que os esforços empreendidos ao longo dessas duas décadas para ampliar a capacidade das ruas levaram ao aumento do tráfego de veículos, e não à redução, e os congestionamentos não foram amenizados.
Medidas que reduzam a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos aos efeitos da mudança do clima são essenciais para o desenvolvimento sustentável. Nas cidades, o aumento de riscos climáticos devido ao processo de urbanização exige de governos locais ações de planejamento e investimentos para ampliar a adaptação climática. Este é um desafio que ultrapassa os limites geográficos das zonas urbanas e está relacionado à prosperidade de todo o planeta, afinal, é nas cidades que se concentram 55% da população mundial e 80% do PIB global.
https://www.archdaily.com.br/br/959480/3-argumentos-economicos-para-ampliar-a-adaptacao-climatica-nas-cidades-brasileirasMarina Garcia e Luana Betti
No atual cenário mundial, conciliar estudos de arquitetura com a saúde é sempre bem-vindo. O ano de 2020 parou o mundo e refletiu a importância de se voltar os olhares para as áreas mais vulneráveis. Como abranger, igualmente, serviços públicos de qualidade para toda uma população, se uma parcela dela está com seu espaço urbano fragilizado? É essencial buscar respostas à essa questão para planejar um futuro sustentável para a humanidade.
Nesse sentido, o objetivo deste artigo é proporcionar uma reflexão acerca da desigualdade socioeconômica espacial, promovendo a arquitetura como elemento para auxiliar a transformação desses espaços, apresentando dados que elucidem a situação urbana habitacional dos aglomerados subnormais e que realizem análises das doenças negligenciadas desses assentamentos.
https://www.archdaily.com.br/br/959224/a-importancia-da-arquitetura-na-prevencao-e-no-controle-de-doencasWilliam dos Santos Vefago
Na semana passada, anunciamos os 15 finalistas do Obra do Ano de 2021, um prêmio que celebra o melhor da arquitetura lusófona, convidando nossos leitores a escolherem seus projetos favoritos construídos nos países de língua portuguesa. Chegou o dia de conhecer os vencedores do ODA 2021.
O conjunto do Unhão, cuja construção data do século XVII, constituía-se de um engenho de açúcar com casa-grande, capela e senzala, tombado no ano de 1943. Salvador era a principal cidade brasileira na época da construção, em que o Brasil era uma colônia portuguesa, com a mão-de-obra sobretudo de escravizados, e do seu porto saía grande parte da produção de açúcar para exportação. O conjunto chamou a atenção da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi desde sua primeira visita em 1958, na época que ela passou alguns anos trabalhando e dando aulas na capital baiana. Com participação decisiva de Lina na definição do programa e da própria implantação, as edificações foram restauradas para receberem o Museu de Arte Popular e a Universidade Popular. Mas em todo o conjunto, o elemento que chama a atenção por sua plasticidade, funcionalidade e simbolismo, é a escada helicoidal de madeira.
Fred Kent, fundador da organização sem fins lucrativos Project for Public Spaces, declarou em certa ocasião que “Quando se planejam cidades com ênfase no trânsito e veículos automotores, o resultado é uma cidade repleta de carros e congestionamentos. Quando se planeja cidades para pessoas, por outro lado, o que se obtêm é uma cidade agradável de se viver e repleta de espaços públicos.” Isso tudo pode até parecer bastante óbvio, entretanto, nossa sociedade está passando hoje por uma mudança de paradigma, com mais e mais cidades abrindo mão de seus espaços e infraestruturas para veículos e privilegiando pedestres e espaços públicos.
Um dos principais gestos projetuais de Paulo Mendes da Rocha no projeto de reforma da Pinacoteca foi criar um novo eixo de circulação longitudinal na edificação existente, alterando o seu acesso principal. Passarelas metálicas, que atravessam pátios internos cobertos por claraboias, possibilitam novas dinâmicas e integração entre as salas, adequando um edifício neoclássico a um museu com um programa totalmente contemporâneo.
A habilidade de renovar um espaço completamente, às vezes demolindo partes ou fazendo adições pontuais, alterando sua funcionalidade e melhorando sua ambiência, é dos ofícios mais admirados dos arquitetos. Em habitações isso fica ainda mais evidente, uma vez que adequar uma habitação às demandas contemporâneas, através de uma planta bem pensada, pode melhorar a qualidade de vida dos ocupantes.
No último dia 9 de março, como parte das celebrações do 119º aniversário de nascimento do arquiteto mexicano Luis Barragán, a Barragan Foundation anunciou através de seu perfil oficial no Instagram o lançamento de seu reformulado website. A iniciativa tem dois propósitos, por um lado ela representa um esforço para aglutinar todas as informações disponíveis no Arquivo Barragán em um só lugar, facilitando a promoção e divulgação da trajetória de um dos mais importantes arquitetos mexicanos de todos os tempos e, por outro lado, ela redireciona o nosso olhar, revelando uma outra faceta de Barragán, até então desconhecida pela maioria dos arquitetos e arquitetas.
Pier Luigi Nervi é um caso curioso na história da arquitetura. Apresenta grandes edifícios de concreto armado – sendo inclusive responsável por desenvolvimentos técnicos ligados a esse material –, que se definem por seus ousados, expressivos e heroicos partidos estruturais. Projetava de forma semelhante a Corbusier na sua chamada ‘fase brutalista’, que “(...) abordava o programa de arquitetura partindo de princípios de ordem geral, adaptando-os em seguida à situação real. O projeto era definido pelo partido que se organizava do geral para o partícular” (Acayaba, 1985); observar-se isto nos edifícios do italiano que, em grande parte, são obras pavilhonares, nos quais uma grande cobertura estrutural recobre o programa em suas particularidades.
No desenho urbano contemporâneo, a ordenação espacial, mobilidade, demanda a novas conexões e ainda os limites assumido entre os espaços público e privado, têm apresentado cada vez mais enfoque nas discussões ligadas ao futuro das cidades mundiais, e em mesma proporção, no território brasileiro. Neste modelo, em decorrência do crescimento exacerbado, certas estruturas construídas têm provocado barreiras urbanas, evidenciando obstáculos.
Escada x Escada Rolante. Até o começo do século XX, a circulação vertical era feita através da escada. Sem o aparato da eletricidade, a circulação vertical demandava esforço físico e atenção dos usuários, dependendo somente da força humana. A escada rolante surge “com o rush das invenções industriais junto aos desejos da ficção científica de 1800, apresentada em 1915 como objeto de entretenimento na grande exposição de Paris e de Coney Island” (KOOLHAAS, 2014, pg.1303). Logo depois, passa a ser usada como elemento funcional de circulação. A princípio, a sua utilização deveria substituir o uso da escada comum, entretanto, o novo aparato tecnológico não cumpriu essa função, passando a ser um elemento complementar e adquirindo um novo significado. Com degraus maiores para acomodar um corpo parado em pé, a escada rolante possibilita um fluxo de pessoas mais intenso, conectando espaços mais íngremes com uma menor área de incidência. Comparada a escada, ambas exigem ritmos, sensações e condicionamentos físicos diferentes daqueles que ali transitam.
Querétaro é um estado mexicano localizado na região centro-norte do país, limitado geograficamente pelos estados de Guanajuato, San Luis Potosí, Hidalgo, Estado de México e Michoacán. Conta com uma área de 11.684 km² de superfície, sendo o quinto estado menos extenso do país. Sua capital, e cidade mais povoada, é Santiago de Querétaro, porém, há outras localidades importantes como Tequisquiapan, Cadereyta, Jalpan de Serra, San Joaquín e Bernal.
Quando a pandemia de Covid-19 estourou, a preocupação com a transmissão do vírus no transporte coletivo levou muitas pessoas a optarem por outras alternativas de mobilidade – principalmente pedalar. A bicicleta ganhou popularidade tanto para uso recreativo quanto como meio de transporte, uma tendência especialmente evidente nos Estados Unidos, no México, na Colômbia, na Alemanha e na França. Nos casos de França, Alemanha e Estados Unidos, a média semanal de uso da bicicleta aumentou respectivamente em 4%, 7% e 20% em relação aos números de 2019.
https://www.archdaily.com.br/br/958593/do-emergencial-ao-permanente-transformando-a-infraestrutura-cicloviaria-para-alem-da-pandemiaCamilla Zanetti, Alejandro Schwedhelm e Claudia Adriazola-Steil
A Escola da Cidade, por meio da disciplina Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea, em conjunto com o Coletivo Feminista Carmen Portinho, recebeu sete mulheres para debater sobre a produção da arquitetura no contexto atual e como a temática de gênero incide sobre essa questão.
https://www.archdaily.com.br/br/959027/outras-formas-de-construir-a-producao-feminina-no-campo-da-arquiteturaStela Mori
Hoje, 22 de março, é comemorado o Dia Mundial da Água. Segundo dados da ONU, entidade responsável pela criação desta data comemorativa, até o ano de 2050, entre 3,5 bilhões e 4,4 bilhões de pessoas terão acesso limitado a esse recurso, cujo uso aumentou seis vezes no século passado e hoje apresenta um crescimento de cerca de 1% ao ano.
Diante de dados tão desfavoráveis, o conceito de sustentabilidade e a importância de soluções que visam a economia e reaproveitamento da água ganham ainda mais relevância.